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No segundo dia da 23ª edição da Construsul, mostra de construção civil realizada no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre, o turismo também esteve em destaque. Nos debates de ontem, segundo dia da mostra, empreendedores e representantes de empresas responsáveis pelas movimentações recentes na orla do Guaíba, que têm fomentado o turismo da Capital, debateram o impacto do setor também para a área da construção civil.
Intitulado "O Desenvolvimento da Cidade Pelo Turismo e o Impacto Econômico na Área da Construção", o seminário do dia abordou como a união entre poder público e construtoras privadas, quando pensada adequadamente e com projetos bem executados, pode trazer vida a locais antes abandonados ou distantes da realidade dos porto-alegrenses, como ocorreu com o Cais Embarcadero, hoje revitalizado, e o projeto do Parque da Orla, previsto para ser finalizado em 2027. Segundo Eugênio Correa, diretor da DC Set, responsável pelo projeto do Cais, são justamente essas obras recentes que colocaram a capital gaúcha no mapa da inovação e com potencial turístico, tanto nos negócios como no lazer.
"Esse espaço que entregamos para a cidade são uma soma de esforços, não só da construção civil, mas das gestões municipais e estaduais e da sociedade gaúcha. Todo mundo se envolveu para construir uma orla interessante, como as que existem em Lisboa ou Buenos Aires, por exemplo. Hoje precisamos de três barcos Cisnes Brancos para dar conta dos passeios na região, melhorou para todo mundo", apontou.
Além do polo gastronômico, a revitalização no âmbito da construção civil proporcionou a organização de grandes eventos na cidade. Exemplo disso foi a realização da South Summit Brazil, em maio, nos armazéns do Cais. "Depois que fizemos a edição brasileira na orla gaúcha, os organizadores do South Summit espanhol compararam os eventos e disseram que nós oferecemos uma coisa que eles não podem: uma orla como a de Porto Alegre", ressaltou Thiago Ribeiro, diretor geral da South Summit Brazil.
Conforme explica, o evento lotou 100% dos hotéis da cidade, trouxe mais de 500 investidores e teve a presença de 20 mil pessoas. Outro evento que poderá contar com a estrutura dos armazéns no Cais Mauá será a próxima 13ª edição da Bienal do Mercosul, que começa em 15 de setembro.
Como destaca Correa, da DC Set, cada construção realizada "puxa" outro movimento importante na cidade. É por isso que, pensando em transformar a realidade turística em Porto Alegre, a Gam3, empresa para a qual foi concedida a administração do Parque Harmonia e Parque da Orla Moacyr Scliar, onde existirá o novo Parque da orla, projeta construções que ressaltam a cultura gaúcha e mescla opçoes de entretenimento. "Vamos ter muita natureza, mas muita construção para encantar os visitantes também. Teremos roda gigante, parques temáticos e muito mais", comenta Vinicius Garcia, sócio e diretor de negócios da Gam 3. Ele considera ainda que o objetivo é fazer com que as pessoas que chegam a Porto Alegre para outros passeios, como viagens à Serra Gaúcha. "Queremos que a Capital entre nesse roteiro, porque já temos essa demanda", pondera .
Como um efeito dominó, esses projetos, que aproximam a população da Orla, acabam por influenciar em uma cadeia de produção maior, como no Aeroporto Salgado Filho, administrado pela alemã Fraport, que prevê ampliação, com perspectiva de construir um Hotel e mais opções de varejo.
Expositores apresentam soluções inovadoras para execução de grandes obras
Empresa alemã Weiku expõs janelas e portas com opacidade regulada por controle remoto
TÂNIA MEINERZ/JC
No clima de grandes obras, como as que estão sendo realizadas na orla do Guaíba, no Cais Mauá e no Aeroporto Salgado Filho, quem caminha pelos pavilhões do Centro de Eventos da Fiergs, na Construsul, pode também encontrar soluções para todos os tipos de empreendimento, residenciais, comerciais e públicos, de pequeno, mas também de grande porte. Afinal, como bem define o diretor da Construsul, Ricardo Richter, "construção não é apenas empilhar tijolos em uma casa ou prédio. Saneamento também é construção civil, iluminação também é construção civil."
A Bakof, uma das expositoras da feira, propõe soluções em reservatório de água, saneamento básico unifamiliar e até estação de tratamento de esgoto para hotéis, farmácias e hospitais. "Em uma de nossas vertentes, trabalhamos levando água para pessoas que não tem acesso, em outra vertente, estamos realizando tratamento de esgoto de grandes empreendimentos", afirma Alysson Bakof, diretor comercial da empresa. Outro diferencial é que as caixas d'água podem ser colocadas em locais com dificuldade de acesso, porque são montadas na hora.
Pensando em formas de tornar os postes de iluminação mais leves, sustentáveis e duradouros, a empresa IDP, de Encantado, no interior do Estado, apresenta postes de sete metros e meio, desenvolvidos a partir de fibra de vidro. "Duas pessoas conseguem levar esse poste em um carro. Montado, ele pesa apenas 35 quilos", explica a vendedora Márcia Botassoli. Além disso, os postes duram cerca de 25 anos, não são corrosivos e, apesar de serem muito utilizados domesticamente, são ideais igualmente para locais públicos, como praças. A solução também pode ser aplicada em grandes empreendimentos. "Ele é mais seguro, porque não transmite energia em caso de raios, ou no caso dos fios se desencaparem", assegura.
A marca alemã Weiku, estabelecida no Brasil há 24 anos, também pensa grande. "Nosso foco é trabalhar com janelas e portas de alto desempenho, tanto no PVC quanto no alumínio minimalista", aponta Philipp Kilian, gerente da filial da loja em Campinas (SP). No mostruário do estande, portas enormes, de seis metros de altura, possuem, segundo ele, ótima vedação. "Não entra água, não entra vento e você tem conforto térmico e acústico." Além disso, as portas e janelas apresentam alta tecnologia, como regulação de opacidade por controle remoto e potencial de trabalho no design da porta, que pode ter acabamentos em pedra e ripado, por exemplo. Ainda que os cliente principais da marca sejam proprietários residenciais, ele afirma que hospitais e prédios comerciais também se beneficiam da inovação.