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Energia
- Publicada em 04 de Julho de 2022 às 20:28Hidrelétricas devem manter níveis altos no ano
Fonte hídrica representa cerca de 60% da capacidade de geração
CHESF/DIVULGAÇÃO/JC
Jefferson Klein
Após o Brasil ter verificado no ano passado índices baixíssimos dos seus reservatórios hidrelétricos, o que levantou o temor até mesmo de racionamento de energia, em 2022 houve uma reversão desse cenário e a perspectiva é de um panorama tranquilo para este segundo semestre. A questão é importante não apenas para a segurança do abastecimento elétrico, mas também quanto à pressão sobre a conta de luz, porque com maior geração hídrica o funcionamento das termelétricas, que normalmente são usinas mais caras, é postergado e não são acionadas as bandeiras tarifárias que oneram o bolso no consumidor.
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Após o Brasil ter verificado no ano passado índices baixíssimos dos seus reservatórios hidrelétricos, o que levantou o temor até mesmo de racionamento de energia, em 2022 houve uma reversão desse cenário e a perspectiva é de um panorama tranquilo para este segundo semestre. A questão é importante não apenas para a segurança do abastecimento elétrico, mas também quanto à pressão sobre a conta de luz, porque com maior geração hídrica o funcionamento das termelétricas, que normalmente são usinas mais caras, é postergado e não são acionadas as bandeiras tarifárias que oneram o bolso no consumidor.
De acordo com informações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a estimativa é de que os reservatórios hidrelétricos brasileiros cheguem ao fim de julho com níveis de 96,8% no Norte, 86,6% no Sul e 80,9% no Nordeste. Já os empreendimentos localizados na região Sudeste/Centro-Oeste têm previsão de 62,1% de volume de água no final do mês. No ano passado, neste mesmo período, os reservatórios dessa parte do País estavam com 29,09% de ocupação.
O diretor da Siclo Consultoria em Energia Plinio Milano recorda que no Sudeste/Centro-Oeste é onde estão localizados os principais reservatórios brasileiros, representando a "caixa d' água" da nação. "E essa região mais que dobrou em termos de água armazenada", ressalta o consultor. Em junho, o Sudeste/Centro-Oeste já havia fechado o mês com o melhor índice dos últimos dez anos: 65,49%.
Milano lembra que cerca de 60% da capacidade da energia elétrica que abastece o Brasil é de origem hídrica. "Esse armazenamento que a gente tem hoje nos permite levar essa situação de tranquilidade até o final do ano", argumenta. O diretor da Siclo acrescenta que é possível projetar que até o último trimestre de 2022 não deve haver mudança quanto a cor da bandeira tarifária, que para julho está confirmada como verde pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
O sistema, que encarece a conta de luz quando as condições de geração de energia não são as melhores no País (escassez hídrica), é composto pelas bandeiras verde, amarela e vermelhas patamar 1 e 2. Na bandeira verde não há cobrança de valor adicional, na amarela incide R$ 2,989 a cada 100 kWh consumidos e nas vermelhas 1 e 2, respectivamente, R$ 6,5 e R$ 9,795 a cada 100 kWh consumidos.
O presidente do Sindicato da Indústria de Energias Renováveis do Rio Grande do Sul (Sindienergia-RS), Guilherme Sari, concorda que o verde deve predominar nas tarifas nos próximos meses. Quanto à segurança do abastecimento, ele defende que a diversificação de fontes é fundamental.
"As condições dos reservatórios são cíclicas, alguns anos serão melhores e outros piores", ressalta Sari. Ele frisa que é importante não ter dependência hidrológica extrema e haver mais flexibilidade para operar. Essa ampliação do leque envolve o aproveitamento de outras opções renováveis, como a geração solar e a eólica.
Segundo ele, o uso de baterias será um aliado para ampliar a utilização de usinas dessa natureza. A geração eólica offshore (mar) também significará uma previsibilidade maior quanto à produção de energia, porque os ventos dos oceanos são mais constantes do que os em terra.
