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Energia

- Publicada em 08 de Junho de 2022 às 17:05

Ações da Eletrobras podem subir 85% com privatização

Período de reserva para os investidores interessados em participar da oferta da estatal acabou nesta quarta-feira

Período de reserva para os investidores interessados em participar da oferta da estatal acabou nesta quarta-feira


Valter Campanato/Agência Brasil/JC
Com o processo de privatização da Eletrobras em vias de ser concluído, e os ganhos de eficiência que podem vir a reboque com a empresa de energia elétrica deixando de estar sob o controle do Estado, analistas de mercado estimam que os papéis na Bolsa podem se valorizar até 85% nos próximos meses.Nesta quarta-feira (8), se encerrou o período de reserva para os investidores interessados em participar da oferta de ações da Eletrobras, que deve reduzir a participação do governo de 70% para cerca de 45%. O prazo para investir o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) se encerrou às 12h. Mesmo com a forte alta em torno de 30% das ações da Eletrobras no acumulado do ano, boa parte justamente pela expectativa da privatização, analistas entendem que ainda há espaço para que a valorização prossiga com força.Sócio e analista da gestora de recursos Perfin, Marcelo Sandri diz que, embora os papéis da companhia de energia com foco em geração e transmissão já tenham apresentado um desempenho destacado, conforme os ganhos de eficiência passem a se materializar, de fato, a tendência é de uma continuidade de valorização dos papéis na Bolsa."A Eletrobras hoje é altamente ineficiente, sob a ótica dos custos em relação à capacidade instalada de geração, que é quase o dobro da média das empresas privadas do setor. Com a privatização, a empresa deve ter a oportunidade de reduzir os custos pela metade, ou até mais do que isso", afirma Sandri, que conta ter na empresa uma das principais posições na carteira dos fundos de ações da gestora.Ele acrescenta que a Perfin pretende participar da oferta da Eletrobras, com a expectativa de que os ganhos de eficiência que passarão a ser observados no dia a dia do negócio abrirão caminho para que as ações prossigam na recente tendência de alta na Bolsa.Marcos Peixoto, gestor da XP Asset, afirmou em entrevista no final de maio que a Eletrobras também era uma das maiores posições dentro das carteiras dos fundos da gestora. O investimento na empresa foi feito ainda em meados de 2020, quando a eclosão da pandemia fez os preços de diversos ativos despencarem.Pela posição relevante ocupada, Peixoto contou que a gestora chegou a ser procurada em meados de março para atuar como investidor âncora na operação.O limite mínimo estipulado para investidores atuarem como âncoras e garantirem uma demanda firme de R$ 1,5 bilhão, contudo, foi considerado muito elevado frente ao volume de recursos sob gestão.Ele entende que, pelos resultados recentes apresentados pela Eletrobras no primeiro trimestre, as ações deveriam estar cotadas mais próximas da faixa dos R$ 50, mesmo sem a conclusão do processo de privatização.Havendo a privatização, e com os ganhos de eficiência em potencial se confirmando, as ações poderiam alcançar no médio prazo patamares ao redor de R$ 70, projetou Peixoto.As ações da Eletrobras operavam em alta de 2,15% nesta quarta-feira, por volta das 13h25, negociadas a R$ 42,68.A previsão de Peixoto embute, portanto, um potencial de valorização de aproximadamente 64%. "Tem pouco da privatização precificada dentro dos papéis", disse o gestor da XP Asset.Já os analistas da Eleven Financial Research projetam um preço alvo de R$ 79 para os papéis da Eletrobras em dezembro, com um potencial de valorização estimado em torno de 85%."Com controle privado, esperamos que a alocação de capital e a gestão do portfólio sejam direcionadas para a criação de valor", dizem os especialistas da casa de análise de investimentos em relatório.Eles notam que, em empresas privadas do setor, há uma avaliação mais ativa sobre os seus portfólios, com trocas ou desinvestimentos quando determinado ativo não estiver entregando um bom desempenho."Adicionalmente, também vemos oportunidade em melhor alocar o capital em projetos de crescimento."Com controle privado e como líder de mercado tanto em geração quanto em transmissão de energia, os analistas da Eleven preveem que a Eletrobras possa participar de maneira relevante na expansão do sistema, alavancando a sua expertise técnica e a sua escala."Em termos relativos, vemos a Eletrobras negociando com desconto em todos os múltiplos frente à média dos múltiplos de geradoras e transmissoras", assinalam os especialistas da Eleven.
Com o processo de privatização da Eletrobras em vias de ser concluído, e os ganhos de eficiência que podem vir a reboque com a empresa de energia elétrica deixando de estar sob o controle do Estado, analistas de mercado estimam que os papéis na Bolsa podem se valorizar até 85% nos próximos meses.
Nesta quarta-feira (8), se encerrou o período de reserva para os investidores interessados em participar da oferta de ações da Eletrobras, que deve reduzir a participação do governo de 70% para cerca de 45%. O prazo para investir o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) se encerrou às 12h.
Mesmo com a forte alta em torno de 30% das ações da Eletrobras no acumulado do ano, boa parte justamente pela expectativa da privatização, analistas entendem que ainda há espaço para que a valorização prossiga com força.
Sócio e analista da gestora de recursos Perfin, Marcelo Sandri diz que, embora os papéis da companhia de energia com foco em geração e transmissão já tenham apresentado um desempenho destacado, conforme os ganhos de eficiência passem a se materializar, de fato, a tendência é de uma continuidade de valorização dos papéis na Bolsa.
"A Eletrobras hoje é altamente ineficiente, sob a ótica dos custos em relação à capacidade instalada de geração, que é quase o dobro da média das empresas privadas do setor. Com a privatização, a empresa deve ter a oportunidade de reduzir os custos pela metade, ou até mais do que isso", afirma Sandri, que conta ter na empresa uma das principais posições na carteira dos fundos de ações da gestora.
Ele acrescenta que a Perfin pretende participar da oferta da Eletrobras, com a expectativa de que os ganhos de eficiência que passarão a ser observados no dia a dia do negócio abrirão caminho para que as ações prossigam na recente tendência de alta na Bolsa.
Marcos Peixoto, gestor da XP Asset, afirmou em entrevista no final de maio que a Eletrobras também era uma das maiores posições dentro das carteiras dos fundos da gestora. O investimento na empresa foi feito ainda em meados de 2020, quando a eclosão da pandemia fez os preços de diversos ativos despencarem.
Pela posição relevante ocupada, Peixoto contou que a gestora chegou a ser procurada em meados de março para atuar como investidor âncora na operação.
O limite mínimo estipulado para investidores atuarem como âncoras e garantirem uma demanda firme de R$ 1,5 bilhão, contudo, foi considerado muito elevado frente ao volume de recursos sob gestão.
Ele entende que, pelos resultados recentes apresentados pela Eletrobras no primeiro trimestre, as ações deveriam estar cotadas mais próximas da faixa dos R$ 50, mesmo sem a conclusão do processo de privatização.
Havendo a privatização, e com os ganhos de eficiência em potencial se confirmando, as ações poderiam alcançar no médio prazo patamares ao redor de R$ 70, projetou Peixoto.
As ações da Eletrobras operavam em alta de 2,15% nesta quarta-feira, por volta das 13h25, negociadas a R$ 42,68.
A previsão de Peixoto embute, portanto, um potencial de valorização de aproximadamente 64%. "Tem pouco da privatização precificada dentro dos papéis", disse o gestor da XP Asset.
Já os analistas da Eleven Financial Research projetam um preço alvo de R$ 79 para os papéis da Eletrobras em dezembro, com um potencial de valorização estimado em torno de 85%.
"Com controle privado, esperamos que a alocação de capital e a gestão do portfólio sejam direcionadas para a criação de valor", dizem os especialistas da casa de análise de investimentos em relatório.
Eles notam que, em empresas privadas do setor, há uma avaliação mais ativa sobre os seus portfólios, com trocas ou desinvestimentos quando determinado ativo não estiver entregando um bom desempenho.
"Adicionalmente, também vemos oportunidade em melhor alocar o capital em projetos de crescimento."
Com controle privado e como líder de mercado tanto em geração quanto em transmissão de energia, os analistas da Eleven preveem que a Eletrobras possa participar de maneira relevante na expansão do sistema, alavancando a sua expertise técnica e a sua escala.
"Em termos relativos, vemos a Eletrobras negociando com desconto em todos os múltiplos frente à média dos múltiplos de geradoras e transmissoras", assinalam os especialistas da Eleven.

Reserva de ação da Eletrobras com FGTS pode ter rateio

O prazo para reservar as ações da Eletrobras com dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) se encerrou nesta quarta-feira (8), às 12h, e agora os investidores precisarão aguardar a divulgação do resultado para saber se poderão utilizar todo o valor reservado nos papéis da empresa ou se será feito rateio.
Se o valor total reservado com uso do FGTS ultrapassar o teto de R$ 6 bilhões, haverá rateio proporcional das ações entre os investidores, considerando o pedido de reserva de cada um deles. O limite de R$ 6 bilhões também inclui os trabalhadores que migraram seu FGTS de ações da Petrobras e Vale. Foi permitido reservar até 50% do saldo do FGTS para investir no FMP (Fundo Mútuo de Privatização). Caso haja rateio, os valores depositados em excesso serão devolvidos ao FGTS sem qualquer remuneração.
Fontes ouvidas pela Folha apontam que a demanda dos investidores pelas ações da Eletrobras teria superado a oferta entre três a quatro vezes e que os recursos com FGTS ultrapassaram o limite de R$ 6 bilhões. A reserva de ações da Eletrobras marca o início do processo de privatização da maior companhia elétrica da América Latina.
O valor de cada ação comprada será divulgado nesta quinta-feira (9), conforme o cronograma oficial, e o preço será determinado com base no interesse dos investidores. Nesta quarta (8), as ações ordinárias da Eletrobras operavam em alta de 0,9% na Bolsa de Valores, por volta das 12h15, cotadas a R$ 42,17.
Na quinta-feira (9), tem início a negociação dos ADRS (American Depositary Receipts) da Eletrobras na Bolsa de Nova York, nos Estados Unidos, emitidos no âmbito do processo de privatização, segundo o calendário da empresa de energia.
O cronograma divulgado pela Eletrobras aponta também que o prazo para o exercício da opção de ações do lote suplementar está previsto para começar na sexta-feira (10), com término no dia 11 de julho.
Já na próxima segunda (13) começam as negociações das ações da Eletrobras na B3, a Bolsa de Valores.
Quem não conseguir aplicar todo o valor investido poderá, se quiser, comprar ações da Eletrobras, mas sem o dinheiro do FGTS, na oferta via varejo.
Para quem investiu o FGTS, as ações só poderão ser vendidas após 12 meses. Mas se o trabalhador se encaixar em uma das situações em que a legislação permite o saque do Fundo de Garantia, poderá vender os papéis antes. É o caso, por exemplo, de quem precisar do dinheiro para compra da casa própria, o trabalhador que for demitido sem justa causa ou se aposentar e de quem ficar três anos sem depósitos no FGTS (veja aqui as 16 situações).
Se for demitido sem justa causa, terá ainda a multa de 40% calculada sobre todo o saldo da conta da empresa no fundo, somando também o que investiu na Eletrobras.
Investidores que fizeram a reserva sem o dinheiro do FGTS não têm prazo mínimo de permanência, ou seja, poderão vender as ações a qualquer momento.
O investimento em ações da Petrobras, de 18 de agosto de 2000, até 24 de maio de 2022, rendeu cerca de 1.153% contra 185% do FGTS, e 289% da inflação, segundo a Genial Investimentos. No caso da Vale, a valorização foi de 3.900% de 28 de março de 2002 até 24 de maio de 2022 ante 156% do FGTS e 247% da inflação.
No caso dos empregados e aposentados da Eletrobras, há 69.747.685 ações reservadas a eles de forma prioritária, o que corresponde a 10% da quantidade total de ações da oferta pública, desde que haja demanda; a regra é válida para quem era empregado ou ex-empregado em 30 de abril de 2022 e esteja na condição de participante ou assistido dos planos de previdência complementar das Empresas Eletrobras ou que foram migrados.
O volume financeiro na oferta de ações da Eletrobras, no âmbito do processo de privatização da empresa de energia elétrica, pode movimentar até R$ 35 bilhões, consideradas a oferta primária de 627,6 milhões de ações e mais um lote adicional de 104,6 milhões de ações.