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Comércio

- Publicada em 25 de Maio de 2022 às 18:28

Alta nos juros gera apreensão no setor do varejo

FBV abordou ontem os impactos da política monetária sobre o setor

FBV abordou ontem os impactos da política monetária sobre o setor


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Apesar do otimismo após passar o pior da pandemia de coronavírus, alguns temas ainda geram receios nos agentes do varejo. Entre as principais aflições está a elevada taxa de juros no Brasil adotada para controlar a inflação. Esse cenário afeta o setor, já que juros mais baixos permitiriam que o consumidor tomasse mais crédito aquecendo assim o comércio.
Apesar do otimismo após passar o pior da pandemia de coronavírus, alguns temas ainda geram receios nos agentes do varejo. Entre as principais aflições está a elevada taxa de juros no Brasil adotada para controlar a inflação. Esse cenário afeta o setor, já que juros mais baixos permitiriam que o consumidor tomasse mais crédito aquecendo assim o comércio.
O economista autor dos livros “O Rio Grande tem saída?” e “E agora, gauchada”, Lucas Schifino, considera remota a chance da volta a juros baixos e de uma redução da inflação em menos de um ano. O especialista reforça que a taxa de juros é uma variável que representa um enorme impacto dentro do segmento do varejo. “Toda vez que a Selic tem processos de queda, isso beneficia muito o setor”, frisa.
Ele acrescenta que a aceleração da inflação é algo muito preocupante, porque se trata de uma tendência global. “Uma das grandes questões do momento é saber se o mundo vai ter uma década como a de 1980, que teve a crise do petróleo, quando a gente enfrentou muito tempo de inflação alta no planeta, o que provocou um aumento de juros em níveis globais”, ressalta Schifino.
O economista-chefe da Câmara de Dirigente Lojistas de Porto Alegre (CDL POA), Oscar Frank, também alerta que uma inflação resiliente demanda uma política mais agressiva do Banco Central quanto à taxa de juros no Brasil. Ele projeta que 2022 deve fechar com uma taxa de juros na ordem de 13,50% (hoje a Selic está em 12,75%) e uma inflação por volta de 9,3%. Particularmente para o Rio Grande do Sul, ele chama a atenção que a economia gaúcha deverá ser afetada pela estiagem que assolou o Estado no começo do ano.
Apesar dessas dificuldades, o integrante da CDL POA informa que o varejo no Rio Grande do Sul, no primeiro trimestre deste ano, registrou evoluções constantes em relação aos três primeiros meses de 2021. Em janeiro, o incremento foi tênue, de 0,2%, em parte devido aos impactos do pico da disseminação da variante ômicron da Covid-19, mas em fevereiro o aumento foi de 1,1% e em março de 1,6%.
“No primeiro semestre, a economia brasileira e a gaúcha devem surpreender positivamente, o desafio é se vai se estender (esse cenário)”, diz Frank. Ele cita entre os fatores que devem auxiliar o varejo na segunda metade do ano o adiantamento do 13º salário, a liberação parcial do saque do FGTS e uma nova rodada do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe). Frank e Schifino palestraram nessa quarta-feira (25) na 9ª Feira Brasileira do Varejo (FBV), que acontece até essa quinta-feira (26) no Centro de Eventos da Fiergs, em Porto Alegre.

Feira Brasileira do Varejo volta a ter edição presencial

Após dois anos, a Feira Brasileira do Varejo (FBV) novamente é realizada de maneira presencial. O presidente do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas Porto Alegre), Arcione Piva, salienta que o evento deste ano está firmado em quatro pilares principais: FBV Tech, FBV Soluções, FBV Moda e FBV Negócios. “Esses temas são os grandes guarda-chuvas que envolvem as ações relacionadas a tecnologias, modelos de negócios, moda, franquias e serviços”, aponta Arcione.
Uma das empresas que aproveitou o encontro para apresentar uma ação de diversificação de atividades foi a Sim Rede de Postos. A companhia pretende difundir a instalação e funcionamento de suas lojas de conveniência, além do espaço dos postos de combustíveis. O gerente comercial e de operações de lojas de conveniência da Sim Rede de Postos, Gilson Sonda, informa que já existe um protótipo do estabelecimento autônomo na sede administrativa do grupo, em Flores da Cunha.
“A ideia é disseminar esse novo serviço. A nossa proposta é tirar a loja de conveniência do posto”, reitera Sonda. Conforme o dirigente, a meta é que essas unidades independentes, que comercializam alimentos, bebidas, linha de bazar, entre outros produtos, possam ser implementadas a partir desse ano ainda. Outra participante da FBV foi a Alterdata. O gerente da filial de Porto Alegre da companhia, Ariano Bangemann, detalha que o foco da empresa são softwares para os segmentos de varejo, contábil, imobiliárias, bares e restaurantes.
De acordo com Bangemann, somente na área de varejo a Alterdata conta com aproximadamente 64 mil clientes. Ele explica que os softwares auxiliam, fundamentalmente, na atividade de gestão dos negócios. “Hoje a gente vê muitos comerciantes, especialmente pequenos, que quebram porque não fazem gestão, não controlam giro de estoque e custos”, adverte Bangemann. Já o executivo de vendas da ProSolar Soluções em Energia, Miguel Saraiva da Costa, também presente na FBV, frisa que a comercialização de painéis fotovoltaicos está crescendo muito neste ano. Um dos atrativos desse equipamento é a redução do gasto com a conta de luz, além de ser uma solução ambientalmente correta.
O custo da instalação depende de caso a caso, porém Costa estima que para atender à demanda de uma família de quatro pessoas, com o consumo de 300 kWh ao mês, seria necessário um sistema com valor entre R$ 15 mil a R$ 18 mil. O tempo de retorno do investimento também é variável, contudo pode levar em torno de quatro anos, dependendo do sistema implementado. Assim como os clientes residenciais, Costa diz que os segmentos comerciais e rurais estão buscando essa alternativa.