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- Publicada em 11 de Abril de 2022 às 18:37

Fórum da Liberdade chama a atenção para o avanço dos regimes totalitários

Debates do Fórum da Liberdade seguem ocorrendo no Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre

Debates do Fórum da Liberdade seguem ocorrendo no Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre


ANDRESSA PUFAL/JC
Jefferson Klein
A transformação de nações autoritárias em totalitárias foi uma das preocupações apresentadas na primeira palestra da tarde da abertura do 35º Fórum da Liberdade, nesta segunda-feira (11). O evento desse ano, que será realizado até esta terça-feira (12), no Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre, tem como tema “Você é livre para discordar?”.
A transformação de nações autoritárias em totalitárias foi uma das preocupações apresentadas na primeira palestra da tarde da abertura do 35º Fórum da Liberdade, nesta segunda-feira (11). O evento desse ano, que será realizado até esta terça-feira (12), no Centro de Eventos da Pucrs, em Porto Alegre, tem como tema “Você é livre para discordar?”.
Iniciando o debate do painel “Autoritarismo e Liberdade de Expressão”, o vice-presidente de Programas Internacionais da Atlas Network, Tom Palmer, que participou do encontro de maneira online, foi um dos que manifestou o receio com o fortalecimento do totalitarismo em algumas nações. Entre os países que enfrentam problemas nesse sentido, indica ele, estão a Rússia e a China. “Todas as instituições têm que estar de acordo com o partido (que exerce o poder)”, destaca o vice-presidente de Programas Internacionais da Atlas Network.
Particularmente quanto à Rússia, Palmer critica o controle da imprensa e a brutal invasão na Ucrânia. Questionado pelo público que acompanhava sua palestra se havia diferenças entre regimes autoritários de esquerda e de direita, ele argumentou que, embora distintos, os representantes dos dois movimentos se apresentam como os únicos representantes dignos do povo.
Já o doutor em Ciências Sociais, mestre em Planejamento Econômico e diplomata, Paulo Roberto de Almeida, ressalta que o fascismo de direita tem seus nostálgicos, já o comunismo um pouco mesmo. No Brasil, ele enfatiza que os que enaltecem as virtudes da ditadura militar, entre 1964 a 1985, estão profundamente enganados. Ele recorda que no começo houve crescimento, mas depois o País entrou na maior crise econômica da sua história, com dificuldades inflacionárias e constantes trocas de moeda.
Almeida reitera que existe certa nostalgia da primeira fase do regime militar, que também englobou torturadores, repressão e censura. “Alguém que elogia um torturador é capaz de qualquer indignidade contra a liberdade, contra a vida humana”, considera. Ele adverte que, naquele tempo, uma reunião como o Fórum da Liberdade, independentemente se fosse para defender ou não o regime vigente, seria acompanhada por censores. No Brasil de hoje, o diplomata considera que ainda há o direito de discordar e expressar a opinião, porém existem manipulações com as fake news, que são uma forma de opressão. “Resistência é a palavra mais importante para quem defende a liberdade de discordar”, afirma Almeida.
Por sua vez, o presidente do Fórum Empresarial do México, Roberto Salinas, considera que se verifica atualmente um fenômeno que é a ideia do inimigo contra o Estado. “Se alguém disser algo, pode ser acusado de difundir uma afirmação falsa ou que está traindo a nação, o que é uma forma eficiente de silenciar uma discussão. Se não está comigo está contra mim e não existe a possibilidade de conversar”, argumenta.
Ele recorda que a palavra diálogo deriva da dialética, um intercâmbio de ideias, estando as partes em acordo ou desacordo. Salinas ressalta que o mundo de hoje adota vários rótulos como, por exemplo, esquerdista radical ou capitalista selvagem. “Deveríamos conversar antes de colocar uma etiqueta, porque a história nos ensinou sobre essas experiências”, alerta. O presidente do Fórum Empresarial do México frisa que a discordância civilizada, com uma sociedade flexível e aberta, é a meta a ser perseguida. O dirigente sustenta que a busca pela verdade não significa reivindicar o monopólio dela.
Na abertura oficial do Fórum da Liberdade, o presidente do Instituto de Estudos Empresariais (IEE), Gabriel Picavêa Torres, salientou que o Brasil é conhecido por ter um povo tolerante e cordial. No entanto, atualmente há uma dificuldade de se conviver com ideias divergentes no País. “A minha hipótese é que o problema passa pela falta de confiança, desconfiamos das pessoas com que trabalhamos e convivemos”, aponta Torres.
O dirigente defende que os líderes têm o papel de estimular a confiança e, para fazer isso, é preciso começar dando o exemplo. De acordo com o presidente do IEE, uma sociedade com maior confiança é mais próspera. Ainda na tarde desta segunda-feira, durante o evento, foram entregues os prêmios Liberdade de Imprensa, para o jornalista Leandro Narloch, e o Libertas, para o CEO da Multilaser e fundador do Ranking dos Políticos, Alexandre Ostrowiecki.
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