Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Guerra na Ucrânia

- Publicada em 31 de Março de 2022 às 15:34

Guerra eleva custos de alimentos e pode frear alta do consumo interno, diz Abia

Conforme o levantamento, os preços do trigo devem continuar subindo

Conforme o levantamento, os preços do trigo devem continuar subindo


Emater/Divulgação/JC
Agência Estado
O conflito na Ucrânia vem elevando os preços das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos, como trigo e milho, e pode levar a aumentos dos preços pagos pelo consumidor, aponta levantamento mensal da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), obtido com exclusividade pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A entidade lembra que os dois cereais estão entre os principais itens exportados por Rússia e Ucrânia.
O conflito na Ucrânia vem elevando os preços das principais commodities agrícolas utilizadas na indústria de alimentos, como trigo e milho, e pode levar a aumentos dos preços pagos pelo consumidor, aponta levantamento mensal da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), obtido com exclusividade pelo Broadcast Agro, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. A entidade lembra que os dois cereais estão entre os principais itens exportados por Rússia e Ucrânia.
"O cenário aponta para um aumento dos custos da indústria de alimentos e, consequentemente, dos preços ao consumidor", diz o presidente da Abia, João Dornellas.
O executivo pondera que é preciso seguir acompanhando os desdobramentos do conflito para avaliar a intensidade da pressão nos custos de produção. "Mantida a alta dos preços das commodities (agrícolas e energia), reduz-se a expectativa de crescimento do consumo no mercado interno", alerta.
Conforme o levantamento, os preços do trigo devem continuar subindo. Vendido em fevereiro por R$ 1.711 a tonelada, na média, o cereal teve aumento de 35,4% de fevereiro de 2021 a fevereiro de 2022 e de 1,5% entre janeiro e fevereiro deste ano. O milho se valorizou 15,4% desde fevereiro de 2021, alcançando R$ 1.615/tonelada. Desde fevereiro, pontua a entidade, os preços internacionais continuaram reagindo de forma expressiva.
A Abia não trabalha no momento com a possibilidade de desabastecimento de trigo, tendo em vista que 87,5% do cereal importado pelo Brasil vem da Argentina. Quanto ao milho, após o recuo dos preços na primeira quinzena de fevereiro, decorrente de uma retração de compradores que passaram a utilizar seus estoques, a entidade vê tendência de alta devido ao avanço do conflito no Leste Europeu e ao fato de os países envolvidos serem grandes exportadores da commodity. "Os preços internacionais (do milho) estão subindo rapidamente, motivados principalmente pela expectativa de queda na oferta mundial", pontua a associação em nota.
A entidade também apontou que as cotações da soja, outra matéria-prima utilizada pela indústria de alimentos, devem seguir em alta, sustentadas pela demanda interna e externa e pela redução da oferta na safra atual. Em fevereiro, a oleaginosa foi vendida, em média, a R$ 3.194 a tonelada, alta de 8,7% ante janeiro e de 18,6% no ano.
"No mercado internacional, o cenário é de preços firmes no curto prazo. A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo e o estrangulamento de oferta resultou em aumento do preço futuro do óleo de soja, principal matéria-prima para a produção de biodiesel", explicou o dirigente da Abia.
Café em baixa
O café robusta permanece com preço elevado, de R$ 13.668 a tonelada, conforme a associação, em razão da safra menor decorrente de questões climáticas, mas a tendência é de baixa dos preços. Entre janeiro e fevereiro, os valores recuaram 1% no mercado interno. No último ano, aumentaram 90%.
"Apesar de o preço do café estar em patamares muito altos, a guerra no leste da Europa tem gerado uma tendência de baixa no preço da commodity, em virtude de a Rússia ser o sexto maior importador e dos possíveis impactos econômicos no consumo", explica Dornellas.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO