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Energia

- Publicada em 18 de Fevereiro de 2022 às 17:42

Mercado nacional de GLP espera recuperação para 2022

Repasse do benefício vai até o dia 22 de agosto, conforme o NIS

Repasse do benefício vai até o dia 22 de agosto, conforme o NIS


PEDRO VENTURA/ABR/JC
Tendo fechado 2021 com uma retração do consumo geral de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Brasil na ordem de 1,11%, o setor projeta retomar o crescimento neste ano. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, adianta que a estimativa é de um incremento entre 0,5% a 1,5%.
Tendo fechado 2021 com uma retração do consumo geral de gás liquefeito de petróleo (GLP) no Brasil na ordem de 1,11%, o setor projeta retomar o crescimento neste ano. O presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), Sergio Bandeira de Mello, adianta que a estimativa é de um incremento entre 0,5% a 1,5%.
“A gente acredita que vai ser um ano de crescimento, mas tímido” reforça o dirigente. Mello detalha que, no ano passado, o gás comercializado em embalagens acima de 13 quilos (que costuma ser chamado de GLP de uso industrial) teve um aumento de consumo de 7,45%, o que segundo ele representa uma retomada da atividade econômica. Porém, o gás de cozinha vendido em botijões de até 13 quilos, que corresponde a cerca de 70% do mercado, registrou uma queda de 4,18%. Na contramão do País, o Rio Grande do Sul apresentou elevação no consumo geral de GLP na ordem de 0,9%, com alta de 10,4% em embalagens acima de 13 quilos e redução de 4,2% em vasilhames até 13 quilos.
O integrante do Sindigás considera que um dos motivos que pode explicar essa retração no País é a base de comparação, já que em 2020 as pessoas ficaram mais em casa, com um isolamento social mais forte do que no ano passado. Com os consumidores mais tempo em suas residências, a tendência é do uso do gás de cozinha ser mais intenso, até porque os restaurantes têm um aproveitamento mais eficiente do combustível do que o público em geral.
Mello acrescenta que o preço do botijão de 13 quilos na casa dos R$ 100,00 (patamar médio que foi atingido no País e no Rio Grande do Sul a partir de outubro passado) começa a criar um cenário que coloca em dúvida a inelasticidade (sem grandes variações) da demanda pelo produto. De fevereiro de 2021 ao mesmo mês em 2022, o reajuste acumulado da Petrobras sobre o gás de cozinha foi na ordem de 39,18%.


“O GLP, quando se compara com as alternativas, continua mais barato, mas indiscutivelmente ele ocupou mais espaço no orçamento familiar”, argumenta o presidente do Sindigás. Conforme dados do sindicato, se alguém fizer um bolo em Porto Alegre, usando um forno elétrico por 40 minutos, terá um custo 64,4% superior do que se utilizasse o gás de cozinha. Também de acordo com a entidade, o gás natural na capital gaúcha está 4,6% mais caro do que o GLP.
Apesar de ainda ser competitivo em relação aos seus concorrentes, um valor elevado do gás de cozinha gera uma preocupação social para o País. Mello frisa que, segundo dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), o Brasil vem registrando um aumento do consumo de lenha. “Material catado, resto de feira e de construção civil”, detalha o dirigente. Ele alerta que esse panorama significa um “empobrecimento energético” no País. O representante do Sindigás destaca ainda que a implantação do Auxílio-Gás, um programa de ajuda à compra do gás de cozinha destinado a famílias de baixa renda, foi um avanço para combater essa situação, porém não abrange todas as pessoas que precisaria.
“O programa deveria ter 15 milhões de famílias, 17 milhões, mas está com 5,5 milhões”, ressalta o dirigente. Ele acrescenta que a iniciativa prevê a entrega de R$ 52,00 por bimestre para os beneficiados, o que significa cerca da metade do preço do botijão de 13 quilos. Contudo, Mello lembra que esse montante é dado em dinheiro e, muitas vezes, acaba não indo para a finalidade originalmente concebida. Um aprimoramento possível para a ideia, sustenta o presidente do Sindigás, é dar uma destinação específica para o recurso.