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Agronegócio

- Publicada em 16 de Fevereiro de 2022 às 09:17

Agricultores familiares cobram medidas contra estiagem em protesto

Cerca de 1.300 trabalhadores participam da manifestação, segundo estimativa da CUT-RS

Cerca de 1.300 trabalhadores participam da manifestação, segundo estimativa da CUT-RS


CUT-RS/DIVULGAÇÃO/JC
Cristine Pires
Atualizada às 11h10min - Cerca de 1.300 trabalhadores da agricultura familiar, segundo cálculos da CUT-RS, estão desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (16), em frente à Secretaria da Agricultura,Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em Porto Alegre, com o objetivo de cobrar medidas do governo estadual e federal para minimizar os efeitos da estiagem no Estado. O protesto reúne representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS).
Atualizada às 11h10min - Cerca de 1.300 trabalhadores da agricultura familiar, segundo cálculos da CUT-RS, estão desde as primeiras horas da manhã desta quarta-feira (16), em frente à Secretaria da Agricultura,Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr), em Porto Alegre, com o objetivo de cobrar medidas do governo estadual e federal para minimizar os efeitos da estiagem no Estado. O protesto reúne representantes da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar do Rio Grande do Sul (Fetraf-RS), do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), do Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), do Movimento dos Atingidos por Barragem (MAB), da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes) e do Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional do Rio Grande do Sul (Consea-RS).
Em função da manifestação, o trânsito está sendo desviado na avenida Getulio Vargas, no bairro Menino Deus. "Só vamos sair daqui quando tivermos uma sinalização para sentar e dialogar. Do contrário, trabalhadores rurais e urbanos seguirão o protesto", diz Ildo Pereira, da direção nacional do MST.
A pauta inclui itens como a liberação de crédito e auxílio emergencial  junto com a liberação de R$ 23 milhões dos recursos do BNDES que, segundo informações da CUT-RS, estão na conta do governo do estado. Os agricultores familiares pedem ainda a criação de um Comitê Estadual de Combate à Estiagem, com participação de secretarias e órgãos do governo.
Junto ao governo federal, os manifestantes solicitam a liberação de crédito e auxílio emergencial, anistia das dívidas e a liberação de milho com valor subsidiado da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). estadual e federal na busca de medidas para minimizar os efeitos da estiagem no RS.
Em nota, a Seapdr enumerou as medidas adotadas até agora para enfrentar a seca no campo, mas não informa sobre um possível encontro com as lideranças do protesto.
Confirma o que diz a nota sobre a medidas para enfrentar aos reflexos da estiagem
  • A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) tem concentrado esforços para agilizar a tramitação do Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural e beneficiar os produtores rurais, em meio a uma das estiagens mais severas das últimas décadas. Ao todo, o programa destinará R$ 275,9 milhões ao campo gaúcho em 2022. Este valor é o dobro do que foi investido pelo Estado no setor nos últimos 10 anos.
  • Para agilizar os trâmites administrativos de ações de enfrentamento à estiagem em municípios que se encontram em situação de emergência, no último dia 10 de fevereiro, o governador Eduardo Leite criou, por meio de Ordem de Serviço, uma força-tarefa no âmbito da Secretaria da Agricultura. Entre outros, a força-tarefa vem para acelerar o processo de assinatura de convênios entre a Seapdr e municípios para o repasse de recursos que viabilizarão a escavação de 6.025 microaçudes no Rio Grande do Sul. Ainda neste mês, estes convênios serão assinados, garantindo o repasse do valor correspondente à escavação de, em média, 10 microaçudes por município.
  • Neste momento, a Secretaria da Agricultura também aguarda parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE) sobre a autorização para promover a contratação emergencial da perfuração de 750 poços artesianos e respectivas caixas d’água, além de 500 conjuntos de cisternas. Os termos de referência que embasarão estas contratações estão em fase final de ajustes. Se o parecer da PGE for favorável, a Secretaria da Agricultura estima que, ainda em março, promoverá as contratações.
  • Todos os trabalhos de instalação de cisternas serão executados a partir de projetos elaborados pela Emater/RS-Ascar, beneficiando pequenas propriedades rurais. Os locais de perfuração dos poços serão apontados tecnicamente pela Emater em conjunto com o Departamento de Infraestrutura e Usos Múltiplos da Água (Dinfra), da Seapdr, a partir de dados geológicos.
  • Cabe ainda destacar que a Secretaria está formatando as regras e o edital para subvenção direta ao produtor, do valor de até R$ 15 mil, para projetos de irrigação que contemplem a implantação, ampliação e adequação de sistemas de irrigação. Estes recursos públicos destinam-se a subvencionar parte dos investimentos do próprio produtor rural no financiamento dos projetos de irrigação.
  • Ao todo, o eixo de qualificação da irrigação, no âmbito do Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, contará com o aporte de R$ 201,4 milhões. Todo este volume de recursos já está disponível para operacionalização.
  • A Secretaria tem convicção de que investir hoje em irrigação no Estado é proporcionar uma prevenção contra a estiagem e oferecer mais tranquilidade aos empreendedores rurais que têm seus negócios a céu aberto. Com todo este investimento temos a certeza de que nossas comunidades rurais conseguirão se preparar melhor para enfrentar novos ciclos de falta de chuva.
  • Os investimentos previstos pelo Avançar representarão um salto no trabalho que a Seapdr executa permanentemente com máquinas próprias, sendo efetivadas pelos servidores da pasta que perfuram poços em todas as regiões do Estado. Nos últimos dois meses, por exemplo, período em que a estiagem se intensificou no Interior do Estado, 14 poços foram perfurados, beneficiando quase 300 famílias em Chapada, Barra Funda, Sagrada Família, Miraguaí, Quinze de Novembro, Entre-Ijuís e Bossoroca, todos municípios com situação de emergência decretada. A Secretaria ainda faz cedência de máquinas aos municípios para escavação permanente de açudes, entre outros serviços.
  • Além das ações envolvendo irrigação e reservação de água, a Seapdr informa que elaborou, a pedido do governador Eduardo Leite, uma minuta de um decreto que institui um programa de crédito emergencial contra adversidades climáticas no meio rural, com taxa zero de juro. A medida poderá vir a beneficiar pequenos produtores em dificuldade financeira em municípios que possuam decreto de situação de emergência homologada pelo Estado. A proposta instruída pela área técnica da Seapdr já foi encaminhada para a Secretaria da Fazenda (Sefaz) para verificação das condições de apropriação de recursos orçamentários extraordinários em face das repercussões da estiagem no Estado.
  • A Secretaria da Agricultura também encaminhou, nesta segunda-feira (14), à Casa Civil, minuta do decreto que estabelece os limites, subsídios e forma de operacionalização do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper) em 2022. A partir da publicação do decreto no Diário Oficial do Estado, também se dará encaminhamento à publicação do manual operativo do Feaper, que estabelece os enquadramentos, o público alvo, as linhas de financiamento e os valores que podem ser captados por cada produtor rural e outros dispositivos.
  • Com dotação orçamentária já disponível na ordem de R$ 11 milhões, o Programa de Sementes Forrageiras aguarda as novas regras do Feaper para ser operacionalizado. O valor liberado neste ano para o fomento à aquisição de sementes para formação de pastagens representa mais do que o dobro do que foi executado em 2021 (R$ 5,3 milhões).
  • O mesmo ocorre com o Troca-Troca de Sementes de Milho que ampliará de 28% para 100% o subsídio aos produtores rurais que aderiram ao programa. O governo do Estado liberou R$ 17,5 milhões para garantir os 100% de subsídio. Com isso, os agricultores que estiverem em municípios com situação de emergência homologada pelo Estado, ou com laudo da Emater identificando a perda da safra pela restrição hídrica, não precisarão fazer o pagamento do valor da semente no mês de abril, referente à etapa safra, e no mês de junho, referente à etapa safrinha.
  • Em 2022, o Feaper também terá um papel de extrema importância para execução de outro eixo do Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural, o fortalecimento da agricultura familiar, que somará R$ 35,3 milhões. Deste valor, serão depositados no Feaper o total de R$ 5 milhões para atender os financiamentos de agroindústrias familiares incluídas no Programa Estadual de Agroindústria Familiar (PEAF). Outros R$ 19 milhões serão disponibilizados para contratação de financiamentos pelos agricultores familiares, pecuaristas familiares, camponeses, assentados, pescadores artesanais, aquicultores, quilombolas, indígenas e suas organizações (associações, cooperativas, agroindústrias).
  • Somam-se ao apoio aos pequenos agricultores o valor de R$ 10 milhões que será utilizado para aquisição de equipamentos para cedência aos municípios. Para fechar a conta dos R$ 35,3 milhões, outro R$ 1,3 milhão será aplicado na contratação de postos de trabalho que auxiliarão administrativamente.
  • Os municípios ainda terão melhorias no escoamento da produção local, uma vez que a Seapdr recebeu, dentro do Avançar, investimentos na ordem de R$ 39,1 milhões para aquisição de 20 conjuntos de máquinas, totalizando 63 equipamentos que serão empregados na revitalização de acessos locais a fim de que a produção possa sair da porteira da propriedade e chegar nas rodovias e estradas vicinais.
  • Todas essas ações dão continuidade à política agropecuária implantada na Seapdr desde o início desta gestão, a qual enfrentou três períodos sucessivos de estiagem, sempre com trabalho presencial, mesmo durante o período crítico de pandemia, pois a defesa agropecuária, considerada atividade essencial do Estado, contempla um setor (primário) que responde por aproximadamente 35% do PIB gaúcho.
  • Também a Seapdr tem participado das discussões procedimentais sobre irrigação no RS, sempre estimulando que o aumento das ações de reservação de água tem importância vital para a eficiência agronômica no campo e adequação com a política pública ambienta, sendo imprescindível ao desenvolvimento rural do RS.
  • O Avançar na Agropecuária e no Desenvolvimento Rural foi concebido desde o início de 2021 como um programa estruturante para o desenvolvimento rural, mas com a gravidade da dimensão da estiagem acabou por se tornar um importante veículo de mitigação para a emergência hídrica.
  • O governo também tem mantido articulação com o governo federal, reivindicando medidas que cabem à União e reforçando pleitos das entidades representativas do setor agropecuário gaúcho. No dia 8 de fevereiro o governador Eduardo Leite e a secretária da Agricultura, Silvana Covatti, estiveram no Ministério da Agricultura e destacaram a gravidade do momento da estiagem no RS. Na ocasião, reforçaram a preocupação dos produtores com a falta de crédito rural, já que, não tendo êxito com a safra, terão dificuldade de arcar com o pagamento desses custeios e investimentos.
  • Adicionalmente, o secretário adjunto Luiz Fernando Rodriguez Junior esteve em Brasília nesta terça-feira (15) em reunião com a bancada federal gaúcha na Câmara dos Deputados e no Senado, para tratar do mesmo assunto. A partir destas articulações, o governo do Estado está aguardando que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) providencie linhas emergenciais de crédito e refinanciamento para socorrer os produtores. A informação do Mapa é de que estes recursos dependem de alocações orçamentárias internas do próprio Ministério e obtenção de créditos extraordinários.
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