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VAREJO

- Publicada em 30 de Setembro de 2021 às 17:49

Ascensão do live commerce revoluciona varejo online e ganha cada vez mais adeptos

Apresentação e venda de produtos se proliferaram na pandemia

Apresentação e venda de produtos se proliferaram na pandemia


MIMO/DIDULGAÇÃO/JC
Já corriqueiro no mercado chinês há pelo menos cinco anos, o uso de live commerce como mais uma ferramenta de vendas vem ganhando espaço entre os consumidores brasileiros e gaúchos. Unindo dois recursos que se consolidaram em meio à pandemia- as transmissões ao vivo e as compras online -, o chamado shopstreaming ou streaming de vendas surge como uma forma diferenciada de comercialização de produtos e até de entretenimento.
Já corriqueiro no mercado chinês há pelo menos cinco anos, o uso de live commerce como mais uma ferramenta de vendas vem ganhando espaço entre os consumidores brasileiros e gaúchos. Unindo dois recursos que se consolidaram em meio à pandemia- as transmissões ao vivo e as compras online -, o chamado shopstreaming ou streaming de vendas surge como uma forma diferenciada de comercialização de produtos e até de entretenimento.
A rede de varejo Quero-Quero vai usar o recurso, mas com lives dentro das lojas e vai começar por 60 filiais no Rio Grande do Sul, segundo informou a coluna Minuto Varejo.
O fato de permitir a interação imediata do cliente com o vendedor ou influenciador que estiver apresentando um item, possibilitando tirar dúvidas sobre tamanhos de peças e benefício dos produtos ofertados, em tempo real, está entre os principais diferenciais apontados pelos consumidores, assim como a facilidade de permitir a compra direta, rápida e o pagamento em um mesmo ambiente. Além disso, o impacto da modalidade em ascensão reflete positivamente nas vendas e no contingente de público atingido ao longo do período de duração de uma transmissão.
No Brasil, desde junho do ano passado a Mimo Live Sales conecta lives promovidas por lojas e marcas aos consumidores, possibilitando experiências diferenciadas de compras. Para participar de uma transmissão ao vivo, com duração média de 1 hora, o varejista se loga na shopstreaming, cadastra seus produtos e agenda a live, que ganha cada vez mais adeptos de segmentos como moda, cosméticos, decoração, brinquedos e até de automóveis. As primeiras experiências da empresa com esse modelo ocorreram ainda em junho de 2020, antes do lançamento da plataforma própria, e o êxito obtido confirmou que a tendência tinha potencial para cair no gosto do mercado.
Como conta uma das sócias da Mimo, a gaúcha Etienne Du Jardin, a ideia inicial pegou a experiência bem-sucedida na China e em crescimento em outros polos internacionais, e buscou democratizar a tecnologia para a realização de uma live commerce no Brasil. "Vimos que no País, até 2019, o mercado de e-commerce representava apenas 10% das vendas, e isso estava ligado ao fato de os consumidores acharem a experiência muito solitária e sem interação. A partir da pandemia e do sucesso das lives, vimos que isso tinha muito potencial de vendas", conta a empresária.
Na largada do projeto os setores de moda e beleza foram priorizados, por serem os segmentos que mais crescem em vendas online, mas, em um ano de operações, a Mimo já realizou mais de 115 lives para mais de 700 marcas de diferentes perfis. Em outubro, a empresa promoverá a primeira live commerce voltada ao agronegócio. E, em novembro, lança uma nova plataforma própria, que permitirá aos clientes oferecerm lives diretamente de seus hotsites, mediante assinatura do serviço.
"Sempre acreditamos que a live commerce é uma inovação para todos os setores, e confirmamos isso, há uma demanda gigantesca. Atualmente, ela atinge 10% de conversão de vendas contra 2% do e-commerce. Ou seja, a cada 100 pessoas que entram numa live, 10 compram, e essa interação permitida via chat favorece isso", complementa Etienne.

Boa aceitação gera novas demandas de público

Segundo pesquisa da Research and Markets, a estimativa é de que, até 2027, a indústria do social commerce cresça 39% ao ano, movimentando US$ 600 bilhões. Somente na China, 15% das transações de vendas de 2021 ocorreram através de shopstreaming, o que sustenta o potencial a ser explorado n Brasil nos próximos anos.
De acordo com o o especialista em Varejo e Consumo do Sebrae, Fabiano Zortéa, o aumento das buscas na internet por live commerce foi de 37% em 2021, segundo índice do Google Trends. "Isso demonstra um interesse da sociedade como um todo no tema e se reflete, naturalmente, nos negócios, puxado pelo comportamento do consumidor, que faz com que as lojas de adequem para poder oferecer esse serviço", afirma.
Para ele, a pandemia acelerou esse processo, muitas vezes até por uma questão de sobrevivência das marcas durante o período de portas fechadas ao cliente. "As vantagens são muitas, se consegue ter fluxo de pessoas conectadas com a marca em momentos que talvez não se teria na loja física, se consegue converter vendas no mesmo momento da live e até aumentar o número de peças vendidas ao cliente. A live por si só vende muito bem, há casos de coleções que são lançadas e vendidas totalmente em uma live", avalia.
A tendência se fortalece pela boa aceitação do público e novas demandas vindas da interação com os consumidores. "Algumas marcas fazem lives para lançamento de uma coleção, outras para abordagem de venda específica, e são estratégias cada vez mais diferenciadas, o que significa que a ferramenta está sendo muito explorada pelo varejo brasileiro e gaúcho. A live commerce entra como uma ferramenta que, além de demonstrar e fazer uma oferta de produto, vende também entretenimento e cultura. Então, uma loja de roupas mostra a nova coleção, como combinar peças, pode promover o leilão de uma peça, as pessoas interagem por algumas horas, se divertem e ainda compram", ressalta Zortéa.

Brechós e feiras também impulsionaram vendas e interação com os clientes via lives

Natália promoveu mais de 150 lives e segue apostando em feiras no formato híbrido

Natália promoveu mais de 150 lives e segue apostando em feiras no formato híbrido


NATALIA GUASSO/ARQUIVO PESSOAL/JC
Desde o ano passado, a partir das necessidades surgidas com a pandemia da Covid-19, novos hábitos e tendências de consumo digital vêm se estabelecendo. O fato de as pessoas terem permanecido por muito mais tempo em casa e as atividades econômicas terem sofrido restrições, em determinados momentos, estimularam práticas inovadoras como as vendas por transmissão ao vivo.
As compras online, antes novidade para muitos, hoje estão incorporadas na rotina, fazendo com que marcas foquem em ofertar experiências completas de vendas. E dentro dessa realidade, não só grande varejistas têm apostado nas lives para vendas de produtos.
Em Porto Alegre, brechós e feiras da economia criativa também viram as transmissões ao vivo pelas redes sociais como uma forma de manter a conexão com clientes e, claro, as vendas durante o período de isolamento social.
"Os brechós tiveram uma grande procura na pandemia, pela questão da sustentabilidade e do consumo consciente. E as lives funcionaram tanto para impulso de vendas como para mostrar ao consumidor, de fato, o que um brechó oferece e fazê-lo entender que a roupa de segunda mão é interessante em todos os aspectos", comenta Renata Fratton Noronha, professora do curso de Moda da Feevale e pesquisadora do tema.
Idealizadora do Brick de Desapegos, que há 10 anos agita a economia criativa da Capital, Natalia Guasso viu nas lives via redes sociais uma forma de manter o trabalho em meio à quarentena forçada. Segundo ela, foram mais de 150 lives de vendas e destaque de produtos de expositores, além de cerca de 300 que geraram conteúdo sobre o mercado de moda sustentável e circular.
"Ninguém parou de pensar e produzir nesse tempo todo, por isso, tivemos de levar a feiras para o online para dar continuidade ao nosso trabalho", comenta a empreendedora, que neste domingo (3), após 19 meses, finalmente retoma a realização da feira em seu formato original, com expositores, música e comida de rua, mantendo ainda o formato híbrido (foto) para atingir um contingente maior de público e atender aos protocolos sanitários.