Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Economia

- Publicada em 03 de Setembro de 2020 às 19:17

Em ponto valorizado, destino do prédio do Hotel Everest é incerto

Edificação tem 16 andares e 156 quartos no Centro Histórico

Edificação tem 16 andares e 156 quartos no Centro Histórico


JOYCE ROCHA/JC
Carlos Villela
O encerramento das atividades do Everest Hotel, um dos mais tradicionais de Porto Alegre, abre caminho para a especulação sobre qual será o destino do empreendimento, com 16 andares e 156 quartos em um ponto no coração da cidade, o Centro Histórico.
O encerramento das atividades do Everest Hotel, um dos mais tradicionais de Porto Alegre, abre caminho para a especulação sobre qual será o destino do empreendimento, com 16 andares e 156 quartos em um ponto no coração da cidade, o Centro Histórico.
Segundo o presidente do Sindicato de Habitação (Secovi-RS), Moacyr Schukster, a região onde o hotel está localizado - na esquina da rua Duque de Caxias com a avenida Borges de Medeiros - já foi uma das mais nobres da cidade, estando em uma posição única e funcionando como ponto de referência.
"Ela tem prédios muito bem construídos, casas muito boas e com valor histórico, e é uma região excelente de valorização imobiliária", diz. Ele acredita que, passada a indefinição do período da pandemia e caso o empreendimento não seja ocupado por uma nova rede hoteleira, apresenta potencial para passar pelo retrofit, um processo de revitalização tecnológica para substituir instalações possivelmente defasadas - de energia e hidráulicas. 
O presidente da setorial gaúcha da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH-RS), José Reinaldo Ritter, acredita que a pandemia foi a gota d'água para o fechamento do hotel. Segundo ele, a hotelaria em Porto Alegre está em situação delicada desde 2014, quando muitos empreendimentos abriram na Capital em função da Copa do Mundo. "A coisa já não andava muito bem principalmente para os hotéis de um dono só, porque a concorrência ficou bastante grande por causa das grandes redes que entraram", conta.
Os hotéis Everest, tanto em Porto Alegre como no Rio de Janeiro, eram administrados pela mesma família. Ritter também crê que o falecimento do diretor do hotel e ex-vice-presidente da ABIH-RS, Eduardo Fett, no ano de 2017, pode ter influenciado nessa decisão. Em julho, a rede já havia fechado a filial no Rio, que deve ser transformada em um complexo residencial. Assim como ocorreu por lá, a mobília do hotel porto-alegrense será leiloada virtualmente. Caso o prédio permaneça como hotel sob outra administração, deve enfrentar um cenário desafiador mas visto com esperança para quando a pandemia estiver sob controle. Ritter acredita que, com o cenário atual, 2020 está perdido e o setor deve começar a recuperação no próximo ano.
Junto com o fechamento do hotel, outras histórias terminam. A paranaense Márcia Ohara ministrava, há mais de três anos, seminários na área de fisioterapia em Porto Alegre, e o local cativo para sua hospedagem sempre foi o Everest. A relação próxima era tanta que ela deixava seu material de trabalho no hotel toda vez que precisava voltar para casa, em Londrina. Agora, ela vive um dilema: o hotel fechou com seus bens dentro, e ela não consegue contato com ninguém. Márcia se mostrou surpresa com a situação. "Posso procurar outro hotel para realizar esse curso, mas sem o material não vou conseguir", lamenta.
Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO