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Economia

- Publicada em 06 de Janeiro de 2020 às 18:47

Secretaria da Agricultura aponta maior estiagem dos últimos anos no Rio Grande do Sul

Impactos maiores ocorrem nas lavouras de milho (foto), mas regiões de fumo também sofrem

Impactos maiores ocorrem nas lavouras de milho (foto), mas regiões de fumo também sofrem


ROGER TERRA DE MORAES/EM SOLEDADE/JC
Fernanda Soprana
A diminuição da precipitação está afetando a produção de milho e leite em diversas regiões do Rio Grande do Sul. De acordo com o Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, o prejuízo causado pela estiagem observado neste ano é superior aos anteriores.
A diminuição da precipitação está afetando a produção de milho e leite em diversas regiões do Rio Grande do Sul. De acordo com o Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, o prejuízo causado pela estiagem observado neste ano é superior aos anteriores.
Segundo o secretário em exercício de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural, Luiz Fernando Rodrigues Junior, dos 61 municípios responsáveis pela maior produção de milho no Estado, 56 apresentaram precipitação até 43% mais baixa. "O milho sustenta a proteína animal, o que afeta o leite", afirma Rodrigues.
Entre os municípios mais afetados, de acordo com o secretário, estão Ijuí, Não-Me-Toque, Passo Fundo, Vale do Rio Pardo, Planalto e Pelotas, mostrando que o impacto envolve diferentes regiões gaúchas. A Emater/RS vai divulgar um levantamento até o final desta semana sobre o impacto da estiagem no Estado.
O secretário frisou que a estiagem, apesar de ser um fenômeno histórico, apresenta maior impacto neste ano. "A cada dez anos, sete deles têm comprometimento do potencial produtivo das pastagens. Desde a safra de 2012 ou 2013, não houve prejuízo nos níveis que se está verificando atualmente", explica.
O secretário afirmou que a tendência da estiagem, após estudo dos dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), é amenizar. "A partir de quinta-feira, a carência hídrica já deve ser suprida. Na segunda metade de janeiro, as regiões que estão sofrendo devem apresentar uma umidade maior. A parte oeste e norte deve ser normalizada em fevereiro".
Municípios estão decretando situação de emergência em decorrência das condições climáticas. O município de Chuvisco foi o primeiro, no final de dezembro. A plantação de fumo sofreu maior impacto na região. Durante o mês, segundo relatório da Emater/RS, a falta de chuva afetou principalmente as safras de milho e soja em diferentes regiões do Estado.
Camaquã decretou situação de emergência na sexta-feira (3). Segundo nota do governo do Estado, “Maquiné abriu protocolo no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), mas ainda precisa preencher formulários e inserir documentos para dar andamento ao processo”.
O prefeito de Venâncio Aires, Giovane Wickert, pretendia assinar o decreto para situação emergencial nesta segunda (6). Em nota, o município afirmou que “a estiagem já causa danos e prejuízos aos produtores rurais de mais de R$ 40 milhões em Venâncio Aires e as perdas quantificadas são consideradas irreversíveis e abrangem mais de 1,5 mil famílias”. A prefeitura ainda não anunciou a assinatura. A região está entre as principais de produção de fumo.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande Do Sul (Fetag-RS) enviou ofício ao presidente Jair Bolsonaro, à ministra da Agricultura, Teresa Cristina, ao governador do Estado, Eduardo Leite, e ao secretário estadual da Agricultura, Covatti Filho, que está em viagem, relatando o impacto da estiagem. O presidente da Fetag-RS, Carlos Joel, solicitou "a criação de um grupo de acompanhamento para tratar a situação e discutir soluções que amenizem os prejuízos dos agricultores e das agricultoras".
O secretário em exercício confirmou a criação da comissão. A federação deve se reunir na próxima quinta-feira (9), às 14h, na sede da Famurs, com todas as entidades do setor e o governo do Estado para, segundo nota, "debater e encaminhar possíveis soluções para o problema".

Defesa Civil distribui reservatórios de água

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Segundo coordenador da Defesa Civil, estiagem pode acabar com lavouras inteiras. Foto: Ederson Garcia/EM Soledade
A Defesa Civil Estadual começou nesta segunda-feira a emprestar reservatórios móveis de água para amenizar os efeitos da falta de chuva. Os reservatórios de 3,5 litros de água potável podem ser utilizados em bairros ou área rural, dependente da necessidade do município, para o abastecimento de moradores.
O coordenador do órgão, Coronel Julio Cesar Rocha Lopes, afirmou que ao longo de 2019, um total de 22 municípios foram beneficiados. Decorrentes da estiagem, até o momento, apenas Camaquã e Chuvisca receberam os reservatórios.
“Estamos observando quebras de recorde de temperaturas. Então o impacto vai ser substancial principalmente na agricultura. Lavouras inteiras podem ficar comprometidas”, diz Lopes. A Defesa Civil ainda não realizou o levantamento sobre o impacto da estiagem.
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