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- Publicada em 03 de Setembro de 2015 às 00:00

Ex-presidente do Bndes nega existência de política de “campeãs nacionais’


Antonio Augusto/Câmara/Divulgação/JC
Jornal do Comércio
O ex-presidente do Bndes Demian Fiocca afirmou nesta quinta-feira (3), que não existe no banco de fomento uma política de criação das chamadas "campeãs nacionais", grandes companhias capazes de liderarem determinados setores no comércio mundial. "Essa é uma formulação que tem sido feita fora do banco por analistas, ao avaliarem algumas operações do banco. A política do banco tem sido de aumentar o volume de operações, essa é uma política geral", afirmou, em depoimento à CPI do Bndes na Câmara dos Deputados.

O ex-presidente do Bndes Demian Fiocca afirmou nesta quinta-feira (3), que não existe no banco de fomento uma política de criação das chamadas "campeãs nacionais", grandes companhias capazes de liderarem determinados setores no comércio mundial. "Essa é uma formulação que tem sido feita fora do banco por analistas, ao avaliarem algumas operações do banco. A política do banco tem sido de aumentar o volume de operações, essa é uma política geral", afirmou, em depoimento à CPI do Bndes na Câmara dos Deputados.

Questionado pelo deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), Fiocca negou que os critérios de concessão de crédito do Bndes tenham sido moldados com o objetivo de estimular a criação dessas "campeãs nacionais" durante o governo do ex-presidente Lula. "Houve um aprimoramento de políticas operacionais para aumentar o volume de financiamentos, mas não houve alterações caso a caso nos contratos. O Bndes vai se moldando a políticas de governo, é um órgão de Estado", completou.

Fiocca foi presidente do Bndes de março de 2006 e maio de 2007, substituindo o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega e antecedendo o atual presidente da instituição, Luciano Coutinho.

Fiocca disse não acreditar na possibilidade de práticas de corrupção dentro do banco de fomento. Segundo ele, não houve nenhuma tratativa inadequada com ninguém do governo no sentido de favorecer uma determinada empresa durante a sua gestão, entre março de 2006 e maio de 2007.

Em respostas a questionamentos do deputado João Gualberto (PSDB-BA) na CPI do Bndes na Câmara, Fiocca disse ter participado de reuniões com ministros do governo do ex-presidente Lula - incluindo José Dirceu - e com empresários, mas negou que esses encontros tenham tratado de questões específicas de um ou outro contrato.

"Houve reuniões com o governo porque o Bndes é um órgão de governo", respondeu. "E como está voltado para fomentar o setor privado, não há como a instituição não receber representantes das companhias, mas são visitas de apresentação nas quais não são tratadas questões operacionais. Discussões técnicas sobre as operações ocorrem somente no trâmite normal desses processos, 'de baixo para cima', passando por todos os comitês e diretorias para escrutínio detalhado", alegou.

Fiocca disse não se lembrar de ter se encontrado com algum dos empresários presos na Operação Lava Jato, mas Gualberto solicitou à CPI que requeira a agenda do economista à época de sua gestão no banco.

Bndes pode crescer sem aportes do Tesouro, afirma Fiocca 

O ex-presidente do Bndes, Demian Fiocca, disse que o Bndes tem capacidade de crescimento sem a necessidade de aportes do Tesouro Nacional. Ele afirmou ainda não ver dificuldades na devolução dos recursos pela instituição ao Tesouro, já que a inadimplência do banco é muito baixa.

"O pagamento de empréstimos anteriores mais os juros e os recursos do PIS/Cofins continuam reforçando a capacidade do banco todos os anos. Os aportes do Tesouro à instituição na década passada tiveram o objetivo de responder à crise internacional, para que o banco fosse um instrumento de reação a essa crise. E eu acho que foi uma política bem sucedida", afirmou, em depoimento à CPI do Bndes na Câmara dos Deputados.

Questionado pelo relator da CPI, deputado José Rocha (PR-BA) se o banco deveria conceder financiamentos a grandes companhias que têm acesso a crédito em bancos privados, Fiocca respondeu que o Bndes não faz essa distinção entre seus potenciais tomadores de recursos. "A política do Bndes é dar as mesmas condições para todas as empresas. Se uma companhia atendeu às condições exigidas pelo banco, ela tem direito a receber o crédito", argumentou.

Segundo ele, o perfil de risco dos países para os quais o banco tem realizado operações de crédito para serviços de engenharia em obras de infraestrutura não é alto, já que o banco de fomento nunca deixou de receber pagamentos por nenhum desses empréstimos. "A análise da instituição e de órgãos como a Agência Brasileira de Gestora de Fundos Garantidores (ABGF) se mostrou acertada em todos esses casos", completou.

Ex-presidente do Bndes diz à CPI que em sua gestão aprovação de crédito subiu

O ex-presidente do Bndes, Demian Fiocca, afirmou nesta quinta que entre as principais diretrizes de sua atuação à frente do banco foram intensificar o fomento à economia e ampliar o acesso de micro, pequenas e médias empresas aos recursos do banco. Fiocca foi presidente do Bndes de março de 2006 e maio de 2007, substituindo o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e antecedendo o atual presidente da instituição, Luciano Coutinho.

"Revimos prazos e carências e criamos novos fundos que permitiram que mais empresas pudessem acessar as linhas da instituição", disse o economista em depoimento à CPI do Bndes na Câmara dos Deputados.

"Ampliamos também um instrumento que havia sido criado há pouco, que é o Cartão Bndes, voltado para os pequenos empresários por intermédio de bancos de varejo. Essa iniciativa foi bem sucedida", acrescentou.

Segundo ele, durante a sua gestão, o volume de aprovações de crédito subiu 48% em relação ao ano anterior e pela primeira na história o lucro do banco superou os R$ 5 bilhões. "O Bndes continuou tendo bons lucros na gestão seguinte, do presidente Luciano Coutinho", completou.

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