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imóveis

- Publicada em 03 de Agosto de 2015 às 00:00

Mercado imobiliário de luxo cresce na Capital


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Enquanto o ramo imobiliário sofre há dois anos com o desaquecimento do mercado, a venda de produtos de exceção segue um bom negócio. Sem necessidade de financiar a compra em 95% dos casos, consumidores de alto padrão mantêm a demanda aquecida em capitais do Sul e Sudeste. No entanto, "este é um segmento mais pautado pela oferta do que pela procura, pela dificuldade de se construir produtos em regiões extremamente desejadas", afirma o diretor-presidente da CFL, Luciano Bocorny Correa.

Enquanto o ramo imobiliário sofre há dois anos com o desaquecimento do mercado, a venda de produtos de exceção segue um bom negócio. Sem necessidade de financiar a compra em 95% dos casos, consumidores de alto padrão mantêm a demanda aquecida em capitais do Sul e Sudeste. No entanto, "este é um segmento mais pautado pela oferta do que pela procura, pela dificuldade de se construir produtos em regiões extremamente desejadas", afirma o diretor-presidente da CFL, Luciano Bocorny Correa.

Quem investe no ramo não tem do que reclamar. Com seis anos do mercado, a Smart é exemplo do potencial do setor de luxo. A incorporadora boutique, focada em empreendimentos de pequeno porte com arquitetura contemporânea e autoral, cresceu 1.000% no período. O salto foi de um investimento inicial de R$ 40 mil para faturamento previsto para alcançar os R$ 70 milhões em 2015. Dentre os empreendimentos de destaque no portfólio da Smart, consta um prédio residencial no bairro Bela Vista, entregue em 2011, com oito apartamentos de 100 m2. A primeira unidade foi vendida durante o lançamento, em 2009, no valor de R$ 450 mil. Quando comercializaram a última, o apartamento já valia R$ 700 mil.

Na área comercial, um edifício no bairro Auxiliadora une conceito arquitetônico contemporâneo, que permite a experiência de outros sentidos, além do visual. São 10 unidades com 114 m2, algumas com terraços internos, todas com plantas abertas. O Valor Geral de Vendas (VGV) ficou em torno de R$ 5 milhões, e as últimas unidades foram vendidas por R$ 950 mil, em média.

Também com foco em Porto Alegre, a incorporadora CFL investe principalmente nos eixos dos bairros Moinhos de Vento ao Shopping Iguatemi. Hoje, possui projetos de apartamentos no valor aproximado de R$ 7 a R$ 8 milhões, com área de 400 a 700 metros, no bairro Três Figueiras e nos arredores do parque Germânia, além de um prédio com unidades de mais de 500 m de área privativa, na Bela Vista, com entrega prevista para 2019. Mas a busca por uma localização privilegiada na cidade abre outras portas. Exemplo disso é o projeto Artsy, um dos empreendimentos em andamento na Capital, que reúne área residencial, comercial e lojas de conveniências no coração da Cidade Baixa. O complexo está sendo implementado pela incorporadora Mayojama e deve gerar faturamento de R$ 90 milhões. 

"Antes do início da construção, 85% das unidades já haviam sido comercializadas", afirma o gestor comercial de Novos Negócios da Mayojama, Rodrigo Rimolo. O projeto multiuso contará com arquitetura horizontal arrojada, respeitando a região, sem atrapalhar o visual da rua, e se adequando ao estilo de vida dos moradores do bairro, explica o arquiteto da Smart, Márcio Carvalho, que assina a conceituação do empreendimento ao lado do sócio, Ricardo Ruschel. O complexo está sendo erguido em uma área de 3,8 mil m2, localizado ao lado do supermercado Zaffari. Na torre residencial, de 14 andares, 134 apartamentos de alto padrão se dividem entre opções de um ou dois dormitórios, de 40 m2 a 70 m2. "Restam 30", diz Rimolo. O valor das unidades varia de R$ 380 mil a R$ 780 mil.

Tendência é personalizar unidades imobiliárias

Em todos seus projetos de luxo, os arquitetos da Smart utilizam planta livre, esquadrias de alto padrão, vidros duplos com performance acústica superior, manta acústica no teto, tecnologia e automação residencial, que permitem desde acendimento automático de luzes até pisos e toalheiros aquecidos. Como incorporadora, a empresa está debruçada no desenvolvimento de um prédio de luxo na avenida Padre Cacique, com unidades de 350 m2 - incluindo sacada de 22 m de frente para o Guaíba. Carvalho prevê que os apartamentos não sejam lançados comercialmente - serão negociados diretamente com investidores -, mas calcula que cada unidade tem potencial para custar em torno de R$ 5 milhões. "O espaço contará com tecnologias de altíssima qualidade."
O mesmo vale para o empreendimento conceituado pela Smart para incorporação da Mayojama no bairro Cidade Baixa. Segundo o arquiteto Ricardo Ruschel, as plantas dos apartamentos residenciais do Artsy não possuem divisórias ou pilares, o que as torna amplas, apesar da metragem reduzida. Lembrando um hotel, a área de lazer da ala residencial é integrada, no 6º andar do complexo, que ainda terá 55 salas comerciais e 16 lojas no térreo.

Segmento repensa investimentos durante a crise

Ainda que o mercado imobiliário de alto luxo venha se expandindo em todo o Brasil, os anúncios de crise econômica têm interferido no volume de investimentos do setor, que está cauteloso e mais embasado em pesquisas. Segundo um levantamento do Banco Europeu Haliwell Financial Group, este mercado tem potencial para gerar R$ 4,6 bilhões em negócios no País até 2020. Na região Sul, o diretor-presidente da CFL, Luciano Bocorny Correa, avalia que, de fato, os produtos de luxo são verdadeiros "filões" a serem explorados por incorporadoras, mas pondera que a pouca disponibilidade de terrenos em bairros nobres é um desafio. Correa também admite que o cenário macroeconômico tem interferido na decisão, tornando clientes em potencial menos propensos ao consumo. "Por conta disso, já pensamos em reduzir a oferta em dois anos."
O gestor comercial de Novos Negócios da Mayojama, Rodrigo Rimolo, conta que foi acirrada a disputa pelo terreno do projeto Artsy, um complexo multiuso na Cidade Baixa. "Saímos vitoriosos por ser um empreendimento inusitado, completamente inovador. Fomos muito felizes nesta primeira parceria com a Smart (incorporadora que assina o projeto)."
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