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- Publicada em 19 de Junho de 2015 às 00:00

Seminário debate geração e distribuição de energia


ANTONIO PAZ - JC
Jornal do Comércio
As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), os parques eólicos e as usinas térmicas movidas a carvão devem concentrar os investimentos gaúchos para a produção de energia nos próximos anos. Esse e outros pontos foram debatidos nesta quinta-feira durante seminário promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS), na Pucrs. Na ocasião, profissionais e políticos envolvidos com o tema discutiram a crise energética e suas consequências para o desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul.
As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs), os parques eólicos e as usinas térmicas movidas a carvão devem concentrar os investimentos gaúchos para a produção de energia nos próximos anos. Esse e outros pontos foram debatidos nesta quinta-feira durante seminário promovido pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge-RS), na Pucrs. Na ocasião, profissionais e políticos envolvidos com o tema discutiram a crise energética e suas consequências para o desenvolvimento do Brasil e do Rio Grande do Sul.
Para o representante da Agenda 2020, Humberto César Busnello, os desafios do Estado na área energética precisam ser vistos no contexto do modelo brasileiro de geração e distribuição. Dentro da perspectiva de que a oferta nacional deva crescer 30% até 2019, os gaúchos contribuiriam, a partir de projetos com recursos que já estão garantidos, com 340 megawatts (MW) de energia térmica via carvão, 755 MW de eólica e 1,2 mil MW de gás. O palestrante sugere, entre outros pontos, a busca por uma estabilidade regulatória para o setor e a possibilidade de leilões regionais ou por fonte.
Além disso, Busnello destacou a importância do investimento estadual em PCHs, que possuem potencial para agregar 1,1 mil MW ao sistema, o que custaria em torno de R$ 5 bilhões. Nesse caso, atualmente, são 125 projetos em licenciamento que, uma vez concluídos, podem dar um retorno de R$ 195 milhões ao ano apenas em ICMS. "Trata-se de um ótimo negócio, especialmente para os municípios, pois é um sistema que gera empregos e arrecadação", afirmou.
O diretor de planejamento e programas da Secretaria Estadual de Minas e Energia, José Francisco Fraga, listou os oito desafios do governo estadual para o setor. Entre eles, a renovação da concessão da CEEE-D, o desenvolvimento do Plano Energético 2016-2025 e do Programa de Eletrificação Rural para Redes Trifásicas, a configuração de um atlas solarimétrico para verificar o potencial eólico, além da recuperação de sistemas de transmissão e distribuição.
"Em relação ao Plano Energético, o objetivo é diversificar a matriz gaúcha e valorizar os recursos regionais, conhecendo o comportamento da demanda. Para isso, estamos percorrendo o Estado e verificando a situação atual", destacou. Nesse sentido, dentro do quadro verificado até agora, uma das principais preocupações do governo estadual, segundo Braga, é a concentração de 60% da demanda no eixo composto pela Região Metropolitana e Caxias do Sul.
O presidente da Associação Brasileira de Carvão Mineral (ABCM), Fernando Luiz Zancan, defendeu investimentos em térmicas. Segundo ele, dificilmente se diminuirá a dependência do carvão até 2050, uma vez que é uma fonte de energia barata e disponível em grandes quantidades - 90% das reservas estão no Estado. "O susto de escassez que tivemos com o sistema hidrelétrico fez a atenção voltar novamente para o carvão", ponderou Zancan, lembrando da necessidade de modernizar o parque gaúcho até 2017, de rediscutir marcos regulatórios e intensificar a captura de CO2.
O diretor de engenharia da Eletrosul, Ronaldo dos Santos Custódio, por outro lado, destacou o crescimento da geração eólica, a matriz com maior expansão contratada no Rio Grande do Sul. O potencial, nesse caso, está concentrado nas regiões da Campanha e zona Sul com, respectivamente, 43 gigawatts (GW) e 38 GW. "A Metade Sul tem os grandes recursos energéticos potenciais do Estado: eólico e carvão", afirmou.

Consumo de energia registra queda de 1,5% e geração diminui 1,9%, segundo a CCEE

A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) apontou redução no consumo (-1,5%) e geração (-1,9%) de energia na primeira metade de junho deste ano ante o mesmo período de 2014. Os dados preliminares são do boletim InfoMercado da CCEE.
Foram entregues 58.440 MW médios ao Sistema Interligado Nacional (SIN) até o dia 16 de junho, segundo o boletim. A produção das usinas eólicas cresceu 68,3% em relação ao ano passado, totalizando 2.173 MW médios, enquanto a geração das usinas hidrelétricas diminuiu 5,5%, para 39.241 MW médios, o equivalente a 67,1% de toda a geração de energia no País.
O consumo sofreu queda de 1,2% no mercado cativo (ACR), em que consumidores são atendidos pelas distribuidoras, registrando 42.340 MW médios, e caiu 2,5% no mercado de contratação livre (ACL), em que os consumidores compram energia diretamente dos fornecedores, com 14.249 MW médios consumidos. No mercado de contratação livre (ACL), os únicos setores que aumentaram o consumo de energia foram os de extração de minerais metálicos (+5,1%), telecomunicações (+4,2%), transportes (+4,2%) e madeira, papel e celulose (+1,7%). Os demais ramos da indústria registraram queda, com maior redução no segmento de bebidas (-16,8%), saneamento (-14,8%) e veículos (-11,6%).

Mercado consumidor terá avanço nulo

O secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho, defendeu que o Brasil está ampliando sua oferta de energia elétrica muito acima do crescimento do mercado e ressaltou que particularmente neste ano o aumento da demanda por energia será quase nulo no País, como consequência ao desaquecimento da economia. Ele destacou que em 2015, enquanto o mercado consumidor energético apresentará um crescimento "próximo de zero", a capacidade instalada de geração de energia terá aumento de 5%.
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