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Conjuntura Internacional

- Publicada em 26 de Dezembro de 2014 às 00:00

Brics deve segurar o PIB global em 2015


Jornal do Comércio
Os analistas internacionais estão um pouco mais otimistas em relação ao crescimento da economia mundial em 2015 em comparação com este ano, mas alertam: China, Rússia e Brasil representam o maior risco para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global, além de uma possível reação negativa ao início da alta de juros nos Estados Unidos.

Os analistas internacionais estão um pouco mais otimistas em relação ao crescimento da economia mundial em 2015 em comparação com este ano, mas alertam: China, Rússia e Brasil representam o maior risco para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global, além de uma possível reação negativa ao início da alta de juros nos Estados Unidos.

O Deutsche Bank, por exemplo, revisou sua projeção de crescimento do PIB global em 2015 de 3,9% para 3,6% em razão de piora na sua estimativa para as economias da China, Rússia e Brasil. Os analistas do banco alemão projetam um avanço de 7% do PIB chinês em 2015, mas veem uma expansão de 6,7% em 2016.

Para o Brasil, a previsão de crescimento é de 0,7% em 2015. Já o PIB russo deverá contrair 0,9% no ano que vem. Mesmo assim, a economia mundial terá um desempenho melhor do que o esperado para 2014, quando o Deutsche Bank previu uma expansão de 3,2%. Segundo o economista-chefe da consultoria americana IHS, Nariman Behravesh, o PIB mundial vai crescer 3% ou pouco mais em 2015, depois de três anos parado ao redor de 2,5%.

Para ele, o Brasil apresentará um crescimento “decepcionante” em 2015, enquanto a Rússia registrará contração e o PIB chinês irá se desacelerar mais ainda, para 6,5% no ano que vem. “A economia mundial chegará ao final de 2015 em uma situação moderadamente melhor do que em 2014, mas essa melhora não será observada em todos os países”, acredita o economista sênior da consultoria Oxford Economics, Adam Slater. Ele estima que o PIB mundial avance de 2,6% neste ano para 2,8% em 2015.

Em média, as economias desenvolvidas tendem a registrar uma aceleração do crescimento do PIB em 2015, em particular os Estados Unidos, segundo Slater. Já os países emergentes devem ser a maior fonte de preocupação, diante das incertezas que pairam sobre várias dessas economias, disse o economista inglês. “Estamos bem pessimistas em relação à Rússia e com a contínua queda no preço do petróleo, as economias de outros emergentes grandes produtores de petróleo podem desacelerar em 2015”, explica.

Slater estima uma contração de 3% do PIB russo no ano que vem como reflexo da queda no preço do petróleo e das sanções econômicas por conta da crise com a Ucrânia. Para o Brasil, o economista da Oxford Economics vê um crescimento de apenas 0,7% em 2015, uma vez que o País “terá de lidar com taxas de juros mais elevadas e sérios problemas estruturais, incluindo elevado endividamento dos consumidores”.

No início do mês, o BC russo foi forçado a subir os juros básicos de 10,5% para 17% depois de uma megadesvalorização da moeda russa, o rublo, frente ao dólar, o que levou muitos analistas a prever uma recessão ainda mais forte para o país em 2015.

Já a China, segundo Slater, deve crescer apenas 6,5% em 2015, mas o risco é de uma expansão menor ainda como parte do esforço das autoridades chinesas de resolver os desequilíbrios gerados na economia nos últimos anos, como o superaquecimento dos investimentos no mercado imobiliário. 

“A China, por muitos anos, contribuiu mais com o crescimento da economia mundial e uma desaceleração da sua expansão do PIB terá impacto substancial sobre vários outros países”, argumenta o economista-chefe internacional do banco ING, Rob Carnell. Ele espera um crescimento de 7,1% do PIB chinês em 2015, mas o risco para a economia mundial é que a expansão chinesa caia abaixo do patamar de 7%.

Os analistas do banco Credit Suisse resumem a expectativa para 2015 em uma melhora do crescimento mundial pontuado pelo início, em meados do ano, do aperto monetário nos EUA pelo Federal Reserve. “O risco de o crescimento global permanecer devagar é elevado e uma falta de melhora significativa para além da economia dos EUA pode levar a uma forte valorização do dólar e uma significativa reorientação dos fluxos de capitais”, alertam Neville Hill e James Sweeney, do Credit Suisse, em recente relatório enviado a clientes. 

Entre os riscos, eles citam as incertezas geopolíticas, a volatilidade nos preços do petróleo e a desaceleração da economia chinesa. O Credit Suisse prevê que o PIB mundial irá acelerar de 2,6% em 2014 para 2,9% em 2015, puxado pela expansão da economia americana, cujo PIB subirá de 2,2% para 3,1% no mesmo período. Já a China, segundo os analistas do banco suíço, crescerá apenas 6,8% em 2015.

Recuperação da economia norte-americana impulsionará crescimento mundial

Sendo a maior economia do planeta, o que acontecerá com os Estados Unidos em 2015 poderia ter impacto muito maior sobre o PIB mundial, mas os analistas internacionais estão confiantes de que a recuperação norte-americana finalmente ganhou tração.

“Uma aquecida economia dos EUA será o principal motor do crescimento global em 2015”, afirmam os economistas da Fitch Ratings em nota enviada a clientes. Eles estimam que o PIB mundial avançará 2,9% em 2015, com os Estados Unidos crescendo 3,1%.

Os economistas da corretora japonesa Nomura Securities esperam que o Fed (Banco Central dos EUA) eleve os juros básicos para entre 1,50% e 1,75% até o último trimestre de 2016, em comparação com o nível atual de zero e 0,25%. Se a expectativa em relação aos EUA é de uma recuperação robusta, o mesmo não se pode esperar para a zona do euro e o Japão, apesar da expectativa de que o Banco Central Europeu (BCE) e o Banco do Japão (BoJ) adotem estímulos monetários mais agressivos em 2015 para reanimar o crescimento econômico e evitar a deflação.

A Nomura Securities projeta um crescimento de 0,8% para o PIB japonês em 2015, enquanto a zona do euro deverá ter expansão de apenas 0,9%. Já a Fitch Ratings classifica a recuperação econômica da zona do euro como “frágil” e prevê um crescimento de 1,1% em 2015.

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