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Indústria

- Publicada em 31 de Outubro de 2014 às 00:00

Iesa adota novas férias coletivas em Charqueadas


SINDICATO DOS METALÚRGICOS CHARQUEADAS/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Nem bem seus mais de 800 empregados voltaram de um descanso compulsório de 30 dias, a Iesa Óleo & Gás determinou novo afastamento na unidade de Charqueadas, distante 60 quilômetros de Porto Alegre. A empresa comunicou, nesta quinta-feira, a liberação por 10 dias dos funcionários da área de produção. No documento a que o Jornal do Comércio teve acesso, a Iesa não fala em férias coletivas e atribui a medida à falta de materiais para executar a produção.
Nem bem seus mais de 800 empregados voltaram de um descanso compulsório de 30 dias, a Iesa Óleo & Gás determinou novo afastamento na unidade de Charqueadas, distante 60 quilômetros de Porto Alegre. A empresa comunicou, nesta quinta-feira, a liberação por 10 dias dos funcionários da área de produção. No documento a que o Jornal do Comércio teve acesso, a Iesa não fala em férias coletivas e atribui a medida à falta de materiais para executar a produção.
A empresa, enquadrada em programas de incentivo fiscal estadual por integrar o polo naval do Jacuí, enfrenta novas dificuldades para ter parceiro que assuma a entrega das encomendas de 24 módulos de plataformas para a Petrobras, contrato de mais de US$ 720 milhões. A negociação com a Andrade Gutierrez (AG), que chegou a ser anunciada pela estatal e governo estadual em agosto para a conclusão dos módulos, teria sofrido reviravolta. A Queiroz Galvão Construtora poderá substituir a AG, segundo fontes que acompanham a operação da unidade e o prefeito, Davi Gilmar de Abreu Souza. O gestor disse que buscará o governo federal e a estatal para que a situação seja resolvida.
A Iesa, ligada ao grupo Inepar, que decretou em setembro recuperação judicial, assegurou que o pagamento dos funcionários ocorrerá. Intitulado “Liberação temporária de atividades de produção”, o comunicado 134/2014 avisa que “em virtude da indisponibilidade de materiais para a retomada de atividades de construção e montagem, as equipes de mão de obra estão liberadas temporariamente de suas atividades, entre 31 de outubro e 10 de novembro”. Antes de assinar o documento, a direção da Iesa Óleo & Gás acrescenta: “lembramos que está garantido o pagamento de salários”. No dia 16, os empregados retornaram de 30 dias de afastamento.
Por meio da área de comunicação e marketing, a empresa confirmou o descanso coletivo remunerado. “As atividades da equipe de produção do canteiro de obras de Charqueadas (RS) serão paralisadas por 10 dias para a conclusão da negociação de parceria no projeto de construção e montagem de módulos para a Petrobras”, informa. A nota esclarece que os 700 funcionários terão os dias abonados e que os salários serão pagos normalmente na próxima semana. “O cronograma de obras está sendo revisado e a Iesa acredita que não haverá atraso significativo na entrega do trabalho. A paralisação foi comunicada à Petrobras.”
A empresa não comenta a indicação da Queiroz Galvão. A Andrade Gutierrez disse, por nota, que mantém as negociações para superar dificuldades que surgiram nas conversações. “Pela importância do tema, é totalmente compreensível que a Iesa também esteja paralelamente buscando soluções alternativas”, acrescenta a nota. O impasse pode envolver agora recursos que a AG teria injetado na unidade, de onde já se retirou na sexta-feira passada.

Futuro do polo naval é incerto

A dispensa dos empregados sacudiu ainda mais o ambiente no município, que é um polo de indústrias pesadas. A Gerdau tem unidade na localidade. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Charqueadas, Jorge Luiz de Carvalho, cobrou a comunicação formal pela Iesa à entidade, antes de adotar o mecanismo. A exigência é prevista na legislação, já que a categoria tem representação sindical. “Da forma como está sendo feito, a empresa fica à vontade para agir como quiser e colocar em risco direitos dos empregados”, reagiu Carvalho, que pretende notificar formalmente a Iesa para que a companhia explique as razões e as condições do afastamento.
O sindicalista afirma que há incerteza sobre o futuro do polo naval e dos empregos. Demissões, segundo Carvalho, ocorrem diariamente e teriam superado mais de 100 trabalhadores. A Iesa diz que dispensou 10 pessoas.  “Queremos ir até a presidente da República para saber o que vai ocorrer”, adianta Carvalho, lembrando que a mobilização para atrair e acertar a instalação da unidade envolveu autoridades estaduais e federais e Petrobras. A Secretaria Estadual de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (SDPI) informou que está acompanhando o caso e que a negociação está restrita às empresas. Em nota, a Petrobras disse que analisa a situação do contrato com a Iesa e estuda as medidas necessárias.
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