A coligação Unidade Popular pelo Rio Grande (PT, PTB, PCdoB, Pros, PTC, PPL e PR) tenta atrair o apoio de prefeitos de partidos de oposição próximos ao governo federal para reverter a derrota do primeiro turno. A estratégia é de neutralizar a tendência da maioria dos partidos derrotados de apoiarem a candidatura de José Ivo Sartori (PMDB). Hoje, o candidato à reeleição, governador Tarso Genro (PT), realiza uma plenária com prefeitos. No campo da articulação política, os coordenadores de campanha priorizam o diálogo com o PRB e setores do PDT – a executiva pedetista aprovou ontem a indicação de apoio para Sartori.
A proposta de reunir prefeitos dissidentes é semelhante à utilizada pelo Comitê Suprapartidário Pró-Dilma no Estado, que reúne chefes do Executivo de partidos como PMDB e PP – apoiadores nacionalmente da candidatura de Dilma Rousseff (PT) a reeleição da presidência. “O desdobramento deste processo, no plano das relações politicas se dá de uma maneira diferente no segundo turno. Temos um trabalho muito profundo realizado com os prefeitos no Rio Grande do Sul. Como governador do Estado e como candidato, tenho direito de procurar os prefeitos de todos os partidos, para estabelecer uma relação de solidariedade política deste projeto”, afirmou Tarso Genro, em entrevista no Piratini, ontem. Já as tratativas com as direções partidárias estão a cargo da coordenação de campanha. O PDT, partido que era considerado prioridade para o PT, acabou anunciando indicativo de apoio à candidatura do PMDB. Antes da decisão, o coordenador de campanha, Carlos Pestana (PT), sinalizava que o PT buscaria apoio, mesmo em caso de uma posição oficial contrária do partido. “O PDT fez parte do governo e antes da definição de candidatura própria trabalhava com a possibilidade de nos apoiar. Eles nunca trabalharam com a possibilidade de se coligar ao PMDB. Esperamos o apoio de uma boa parcela do PDT”, disse Pestana.
O PRB que integrou a chapa Esperança que Une o Rio Grande (PP, PSDB, SDD e PRB), da candidata derrotada Ana Amélia Lemos (PP), foi procurado pelos petistas e pode aderir à campanha de Tarso. O presidente estadual do partido, deputado Carlos Gomes, afirmou que a definição deve acontecer até amanhã. “O partido vai se reunir para tratar o assunto, existe muita especulação, mas nada concreto”, disse. Pestana acredita que o apoio deva acontecer. “Eles eram da base do governo e esperamos que estejam conosco novamente”, disse.
Partidos do espectro político mais de esquerda, como P-Sol, PSTU e PCB, deve declarar neutralidade no segundo turno.
Petista não deve se licenciar do cargo de governador
O governador Tarso Genro (PT) não deve se licenciar do cargo no segundo turno. O petista reassumiu o cargo ontem, após 21 dias de licença para dedicação exclusiva à campanha eleitoral. Durante o período, o chefe do Executivo foi o presidente do Tribunal de Justiça, desembargador José Aquino Flôres de Camargo, pois o vice-governador Beto Grill (PSB) também estava licenciado para a campanha eleitoral – Grill ficou com a terceira suplência na disputa por uma vaga para deputado federal.
Tarso explicou que a licença poderia criar uma situação embaraçosa para Grill, que é apoiador da candidatura de José Ivo Sartori (PMDB). “Não é uma questão de empecilho. É de respeito.”