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GESTÃO

- Publicada em 25 de Setembro de 2014 às 00:00

Consumo agora exige marketing sensorial


MARCELO G. RIBEIRO/JC
Jornal do Comércio
Teórico da hipermodernidade, o sociólogo e filósofo francês Gilles Lipovetsky lançou um desafio aos responsáveis pelo marketing das empresas e marcas durante sua palestra Uma Nova Sociedade de Consumo, primeira de uma série de painéis do 23º Congresso de Marketing da ADVB/RS, em Porto Alegre. Buscar alternativas para construção de estratégias que permitam novas conexões para negócios no comércio, para continuar atendendo a uma sociedade “hiperconsumista”, sem esquecer dos segmentos que buscam marcas que protejam o meio ambiente, será uma tendência neste mercado.
Teórico da hipermodernidade, o sociólogo e filósofo francês Gilles Lipovetsky lançou um desafio aos responsáveis pelo marketing das empresas e marcas durante sua palestra Uma Nova Sociedade de Consumo, primeira de uma série de painéis do 23º Congresso de Marketing da ADVB/RS, em Porto Alegre. Buscar alternativas para construção de estratégias que permitam novas conexões para negócios no comércio, para continuar atendendo a uma sociedade “hiperconsumista”, sem esquecer dos segmentos que buscam marcas que protejam o meio ambiente, será uma tendência neste mercado.
“Cada vez mais, as pessoas consomem turismo, gastronomia, arte, design, jogos, e prazeres, que lhes permitam uma experiência nova”, destacou o pensador, teorizando que esta iniciativa está relacionada a um sonho duvidoso que restou aos indivíduos após as crises da modernidade. Neste sentido, é preciso lembrar que a tecnologias da internet, que permitem modos de consumo personalizados e individualizados, ajudaram a derrubar as antigas normas de classe, que induziam as pessoas a comprarem conforme seu meio social e econômico, lembrou Lipovetsky. “Com a globalização, apesar de ainda existirem enormes desigualdades econômicas, estamos em um momento de desorganização das exigências de classe”, afirmou.
Segundo o filósofo, hoje em dia, não há mais regras para a compra de produtos – se caros ou baratos, por exemplo –, mas sim a importância de uma experiência recheada de emoções, que de preferência tragam a sensação de felicidade, o que leva os consumidores a trocarem de marcas, em busca de novidades. “Paradoxalmente à esta infidelidade dos hiperconsumidores, vemos aumentar o poder das marcas no mercado”, descreveu o palestrante. De acordo com o pensador, atualmente, o status de uma grife é mais importante do que o próprio produto, o que explica a tendência de se relacionar o nome de uma marca a uma sensação ou paixão. “É uma verdadeira batalha a necessidade de reconquistar a fidelidade do consumidor em meio há tantas ofertas.”
Na visão de Lipovetsky, é através do estímulo sensorial e experimental, que o consumidor compra emoções que o permitam se relacionar melhor com o mundo e com os outros. “Ao contrário de antigamente, hoje, se quer mostrar aos outros os gostos pessoais e não o quanto de dinheiro se leva na carteira.” Isso explica a crescente demanda de produtos de prazeres culturais, como viagens, filmes, músicas, entre outros, afirmou o pensador. Ainda de acordo com Lipovetsky, em tempos em que o comércio funciona em diversos espaços, como estações de metrô, aeroportos e postos de gasolina, surgem novos desafios para as lojas físicas, que devem se reinventar, lembrando que paralelamente o consumo tem sido direcionado para um cibermundo.
Outro ponto que deve ser levado em consideração, segundo o palestrante, é observar os adeptos de produtos biológicos, que fazem escambos, compartilhamentos e consumo colaborativo. “Este também é um novo modelo de consumo que se desenvolve e que parece ir contra ao do hiperconsumidor”, sempre em busca de sensações, sem pensar no coletivo. “Mas realmente não acredito que possa afundar o modelo atual”, concluiu.
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