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Indústria

- Publicada em 09 de Setembro de 2014 às 00:00

Unidade naval de Charqueadas volta a parar


PREFEITURA DE CHARQUEADAS/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Cerca de 900 trabalhadores do polo naval de Charqueadas interromperam ontem as atividades, por tempo indeterminado, devido ao atraso no pagamento que deveria ter sido feito na sexta-feira. Essa é a terceira vez no ano que são cessadas as ações no complexo. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Jorge Luiz de Carvalho, diz que ninguém pensava que isso fosse acontecer novamente.
Cerca de 900 trabalhadores do polo naval de Charqueadas interromperam ontem as atividades, por tempo indeterminado, devido ao atraso no pagamento que deveria ter sido feito na sexta-feira. Essa é a terceira vez no ano que são cessadas as ações no complexo. O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do município, Jorge Luiz de Carvalho, diz que ninguém pensava que isso fosse acontecer novamente.
Não se esperava que novas paradas acontecessem depois que a Andrade Gutierrez acertou a realização de parceria com a Iesa Óleo e Gás, com a tendência de assumir o controle do empreendimento. A Iesa vinha tendo problemas para operar sua unidade no Rio Grande do Sul por causa de uma série de dificuldades econômicas enfrentadas pelo seu grupo controlador (a Inepar) em âmbito nacional. A estrutura da companhia no Estado é considerada o pilar do chamado polo naval do Jacuí. Os empecilhos financeiros sofridos pela Iesa e as interrupções já atrasaram os trabalhos do complexo de Charqueadas. As primeiras encomendas deveriam ser entregues no dia 19 de julho de 2014, conforme estava no contrato, e as últimas finalizadas até 2017. A planta gaúcha está produzindo módulos de compressão para plataformas de petróleo replicantes (idênticas) que serão instaladas na área do pré-sal. As estruturas foram encomendadas pela Tupi BV, que tem como acionistas a Petrobras, o BG Group e a Petrogal. O valor das encomendas supera o patamar de R$ 1 bilhão.
Apesar de já ter confirmadas essas encomendas, algo que gerou preocupação entre os envolvidos com o polo naval foi o pedido de recuperação judicial feito recentemente pelo grupo Inepar. Carvalho revela que representantes da Petrobras e da Andrade Gutierrez alegam que foi justamente a solicitação de recuperação judicial da empresa que atrapalhou o repasse de valores destinados ao pagamento dos salários dos operários de Charqueadas. “Mas eu acho que uma coisa não tem nada a ver com a outra”, sustenta o sindicalista.
O prefeito de Charqueadas, Davi Gilmar de Abreu Souza, confirma que o pedido de recuperação judicial é o que está impedindo o repasse dos pagamentos aos trabalhadores. De acordo com o prefeito, a Petrobras informou que já fez o depósito dos valores relativos aos salários. A expectativa é de que nesta semana ainda sejam liberados os recursos. Se em curto prazo há uma perspectiva de solução, a inquietação é quanto a um horizonte mais amplo. “A consequência do grupo Inepar ter pedido a recuperação judicial nós não sabemos”, admite Souza. O prefeito deseja que a Andrade Gutierrez assuma o mais rapidamente possível, desvinculando-se ao máximo da Iesa.
Apesar de toda a negociação entre as partes estar acertada, para a Andrade Gutierrez ter o controle de direito da unidade de Charqueadas, o contrato formal ainda precisa ser assinado. No entanto, antes mesmo de se cumprir esse rito, já é possível atualmente perceber integrantes do grupo circulando pelo complexo gaúcho. Procuradas pela reportagem do Jornal do Comércio (JC), Iesa e Andrade Gutierrez não retornaram os pedidos de entrevistas. Em nota, a Petrobras disse que está analisando a situação atual da Iesa e estudando as medidas necessárias para garantir que as obras sejam concluídas dentro dos prazos.
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