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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 18 de Agosto de 2014 às 00:00

Fumicultores começam plantio da nova safra


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
O mês de agosto marca o início do plantio de tabaco no Rio Grande do Sul. A previsão de entidades do setor é que haja uma redução de até 12% na área plantada para este ciclo. A ideia dos produtores é tentar reduzir a oferta e buscar preços melhores que os praticados na atualidade.
O mês de agosto marca o início do plantio de tabaco no Rio Grande do Sul. A previsão de entidades do setor é que haja uma redução de até 12% na área plantada para este ciclo. A ideia dos produtores é tentar reduzir a oferta e buscar preços melhores que os praticados na atualidade.
O valor estimado por representantes do setor é de que o quilo esteja em R$ 7,10, preço menor do que o praticado na safra passada, de R$ 7,60. Segundo o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Werner, os 309,3 mil hectares plantados na safra passada devem se transformar em 287,3 mil hectares nos três estados do Sul. Com isso, a safra de 720,5 mil toneladas do período que se encerrou no semestre passado deve ser reduzida para 651,1 mil toneladas conforme a previsão do dirigente.
Com vantagens em tributação e mão de obra mais barata, a concorrência com países africanos, principalmente o Zimbábue, é um dos fatores que Werner salienta como um dos indicadores para o pedido aos produtores. Atualmente, são os principais concorrentes do tabaco brasileiro por manterem uma safra parelha com a do Brasil em qualidade, após a retomada de incentivo à cultura depois de um processo de reforma agrária na década passada. “Aumentaram progressivamente a produção e estão colocando no mercado 215 mil toneladas, e é um grande concorrente até pela qualidade”, observa Werner.
A queda mundial no consumo de cigarros também está atrelada a esta estratégia das entidades em promover a redução da área plantada. De acordo com o presidente da Afubra, de 2012 para 2013 houve uma redução de 211 bilhões de cigarros consumidos no mundo. No Brasil, o número foi de 80 bilhões de unidades consumidas. A evolução de mercado do cigarro eletrônico também se mostrou um fator determinante. “O cigarro eletrônico que tem um mercado avançando e fechou um mercado de US$ 2,5 bilhões e este ano vai fechar em US$ 4 bilhões”, explica. 
O presidente da comissão de fumo da Farsul, Mauro Flores, salienta que a remuneração na temporada passada não foi a esperada pelos produtores, pois a oferta foi maior do que a procura. Reforça também que o otimismo não é dos melhores entre os agricultores, pois há falta de mão de obra nas propriedades. “Um dos fatores é que as pessoas de mais idade estão parando e os jovens não podem entrar na lavoura. Isso força eles a saírem de casa e procurar outras atividades e abandonar a propriedade.”
O dirigente da Farsul recomenda que os agricultores avaliem a mão de obra que têm na propriedade e plantem a quantidade necessária que o trabalho braçal das famílias possa colher para evitar passivos e custos com trabalhadores cuja a diária pode chegar a até R$ 120. “Mas se precisar contratar mão de obra para a colheita, é importante fazer de forma legalizada e assinar a carteira de trabalho para não ter problemas e perder condição de segurado mais adiante”, observa.
Boas práticas podem aumentar renda nas propriedades rurais
Os produtores que adotam boas práticas no plantio podem ampliar a renda na propriedade. É o caso de Paulo Renato Xavier, fumicultor há 28 anos e que tem propriedade na localidade de Linha Tangerina, em Venâncio Aires. Junto com a mulher, Lisiane, cultiva 3,2 hectares de tabaco da variedade Virgínia.
Xavier adota práticas preconizadas pelo plantio direto na sua lavoura, além de antecipar a época de plantio. Enquanto muitos dos vizinhos recém começaram os trabalhos, na propriedade da família a semeadura iniciou no dia 23 de julho. Da estrada, já é possível visualizar a diferença no trato com a plantação. “A vantagem de antecipar o plantio é que dá um fumo de cor melhor, mais peso e se escapa das ondas de calor, pois colhemos em dezembro”.
Depois de colhido, o fumo é armazenado em um galpão na propriedade com estrutura suficiente para manter a qualidade. Xavier garante que a rentabilidade aumenta com todos estes cuidados e que o valor chega a aumentar quase R$ 30 por arroba (o que equivale a 15 quilos).

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