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ELEIÇÕES 2014

- Publicada em 14 de Agosto de 2014 às 00:00

Eduardo Campos morre após queda de avião


RICARDO NOGUEIRA/AFP/JC
Jornal do Comércio
O candidato do PSB à presidência, Eduardo Henrique Accioly Campos, morreu, na manhã desta quarta-feira, na queda de uma aeronave em Santos, no litoral Sul de São Paulo. Campos havia completado 49 anos no último dia 10 de agosto. Morreu no mesmo data em que o avô Miguel Arraes, em 2005.
O candidato do PSB à presidência, Eduardo Henrique Accioly Campos, morreu, na manhã desta quarta-feira, na queda de uma aeronave em Santos, no litoral Sul de São Paulo. Campos havia completado 49 anos no último dia 10 de agosto. Morreu no mesmo data em que o avô Miguel Arraes, em 2005.
Campos será enterrado no mesmo jazigo do avô. Segundo Antonio Campos, único irmão do político, o sepultamento acontecerá no cemitério de Santo Amaro, no centro do Recife, mas a data e a hora ainda não estão confirmadas.
A aeronave decolou do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, com destino ao aeroporto do Guarujá (SP). O acidente aconteceu na rua Vahia de Abreu, no bairro do Boqueirão, região central de Santos. De acordo com o Corpo de Bombeiros, sete pessoas morreram.
A ex-senadora Marina Silva (PSB), candidata a vice-presidente na chapa de Campos, estava ontem no Rio de Janeiro e embarcaria nesta quarta no avião que caiu ao tentar pousar no Guarujá (SP). Na última hora, Marina mudou a rota e decidiu embarcar em um avião de carreira com assessores.
Segundo relatos, a ex-senadora está em estado de choque e não vai se pronunciar. Desde a manhã, quando foi divulgada a notícia do acidente, integrantes da campanha de Campos e Marina tentavam confirmar se ele estava na aeronave.
Políticos e parlamentares aguardavam por Campos no Guarujá, mas ele não apareceu e nenhum de seus telefones respondia aos chamados. Pela rota do avião, do Rio de Janeiro até o Guarujá, tudo indicava que ele estava entre as vítimas do acidente.
Campos era casado com a economista e auditora licenciada do Tribunal de Contas de Pernambuco Renata Campos, com quem teve cinco filhos - Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, que nasceu no começo de 2014. O romance entre Campos e Renata começou ainda na adolescência, quando ele tinha 15 anos e ela, 13, no Recife (PE).
Natural do Recife, Campos era filho de Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União (TCU), e do escritor Maximiano Campos (1941-1998). Campos também era neto do ex-governador de Pernambuco Miguel Arraes (1916-2005).
Economista formado pela Universidade Federal de Pernambuco, Campos começou sua militância política como presidente do Diretório Acadêmico da Faculdade de Economia em 1985. Em 1990, Campos filiou-se ao PSB e conseguiu seu primeiro mandato como deputado estadual.
Eleito deputado federal em 1998 e 2002, Campos assumiu a presidência nacional do PSB em 2005. No ano seguinte, elegeu-se governador de Pernambuco. Ex-ministro de Ciência e Tecnologia do governo Lula, Campos rompeu a aliança com o PT da presidente Dilma Rousseff no final de 2013. Após o rompimento, Campos selou aliança com a ex-senadora Marina Silva, vice em sua chapa na corrida ao Palácio do Planalto.
Ontem, uma equipe de peritos encontrou duas caixas-pretas do avião que transportava o candidato do PSB à presidência. Os equipamentos foram encaminhados para perícia na Aeronáutica.

Campos entrou na política pelas mãos do seu avô

O ex-governador Eduardo Campos (PSB) pertencia a uma tradicional família da política pernambucana. Neto do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005, também em um dia 13 de agosto, o candidato à presidência da República era filho de Maximiliano Arraes e da ex-deputada federal e ministra do Tribunal de Contas da União, Ana Arraes. Eduardo Campos era casado e pai de cinco filhos.
O contato de Eduardo Campos (Eduardo Henrique Accioly Campos) com as disputas eleitorais começou ainda na Universidade Federal de Pernambuco, quando foi eleito presidente do diretório acadêmico da Faculdade de Economia. Nascido em Recife em 10 de agosto de 1965, ele se graduou em Economia aos 20 anos. Em 1986, entrou na política partidária ao participar da campanha que elegeu seu avô, Miguel Arraes, ao governo de Pernambuco.
Em 1987, Eduardo Campos assumiu a chefia de gabinete do governador Arraes, onde teve uma atuação destacada na criação da primeira Secretaria de Ciência e Tecnologia do Nordeste. Em 1990, Campos filiou-se ao PSB e se elegeu deputado estadual em Pernambuco. Quatro anos depois, se elegeu deputado e se licenciou do mandato para novamente integrar o governo do avô nos cargos de secretário de Governo e da Fazenda. Reelegeu-se deputado federal em 1998 e em 2002.
Eduardo Campos assumiu o então Ministério da Ciência e Tecnologia em 2004, no governo Lula (PT), onde reelaborou o planejamento estratégico, revisou o programa espacial brasileiro e o programa nuclear.
Ainda à frente da pasta, atuou para a aprovação do programa de biossegurança, que permitiu a utilização de células-tronco embrionárias em pesquisa e dos transgênicos, e da Lei de Inovação Tecnológica, entre outras ações.
O pernambucano assumiu a presidência nacional do PSB, partido recriado sob a liderança do seu avô, Miguel Arraes, em 2005. Já em 2006, se licenciou do cargo para disputar o governo de Pernambuco, onde se elegeu em primeiro turno, com mais de 60% dos votos válidos. Quatro anos depois, foi reeleito com 83% dos votos válidos. No comando do governo estadual, Campos trabalhou para modernizar industrialmente a região.
Em nível nacional, ele apoiou e ajudou o presidente Lula em seus dois mandatos. Também deu apoio à presidente Dilma Rousseff (PT), mas, em 2013, passou a fazer críticas ao governo, principalmente na área econômica.
Disposto a entrar corrida na disputa presidencial, Eduardo Campos levou o seu partido a um afastamento total em 18 de setembro de 2013, quando o PSB entregou todos os cargos que ocupava no governo Dilma.
Em outubro do ano passado, Campos se aliou à ex-ministra e ex-candidata à presidência da República Marina Silva, com quem iria formar chapa para disputar a presidência. Em 4 de abril deste ano, renunciou ao governo de Pernambuco para se dedicar à campanha presidencial.

‘Firme como uma rocha’, Renata recebe amigos

Mulher do candidato à presidência Eduardo Campos, Renata Campos, ao lado dos cinco filhos, recebeu amigos, familiares e políticos em sua casa na manhã desta quarta-feira.
“Não estava no script”, comentava ela ao abraçar as pessoas que a visitavam, muitas vezes chorando. Com cada um ela conversava e compartilhava a alegria de Campos com a sua performance na entrevista da bancada do Jornal Nacional na noite de terça-feira. “Fui lá e fiz um gol”, disse ele à mulher, depois da sabatina. Renata recebeu a todos, de pé, e se revezava com os outros filhos nos cuidados com o caçula Miguel, de sete meses de idade.  Ela e Campos se conheceram ainda criança e começaram a namorar na adolescência.
“Ela está firme como uma rocha”, resumiu o ex-secretário estadual de Imprensa de Campos, Evaldo Costa, amigo da família, ao falar sobre a postura de Renata diante da tragédia que se abateu sobre a família.
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