Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

Desenvolvimento

- Publicada em 16 de Junho de 2014 às 00:00

Santa Maria quer consolidar polo de defesa


ADESM/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
A cidade de Santa Maria, sede do Comando da 3ª Divisão de Exército, quer aproveitar a sua tradição militar para desenvolver negócios dentro do segmento bélico ou (como preferem chamar os empreendedores dessa área) de defesa. O superintendente executivo da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), Diogo De Gregori, ressalta que a meta é desenvolver um polo desse setor no município.

A cidade de Santa Maria, sede do Comando da 3ª Divisão de Exército, quer aproveitar a sua tradição militar para desenvolver negócios dentro do segmento bélico ou (como preferem chamar os empreendedores dessa área) de defesa. O superintendente executivo da Agência de Desenvolvimento de Santa Maria (Adesm), Diogo De Gregori, ressalta que a meta é desenvolver um polo desse setor no município.

Um dos fatores que sustenta essa perspectiva é a implantação do Centro de Desenvolvimento, Fabricação e Manutenção de Blindados da Krauss-Maffei Wegman (KMW). A construção do complexo da empresa alemã, fabricante dos blindados Leopard, já está em andamento. Segundo Gregori, a previsão é de que a unidade seja inaugurada até outubro deste ano. O dirigente comenta que o início das operações acontecerá a partir de um pavilhão destinado à manutenção dos blindados. Posteriormente, a planta se transformará em uma fábrica desses veículos e atendará a toda a América Latina. A KMW não divulga os valores envolvidos no empreendimento.

Outra iniciativa militar de interesse de Santa Maria é o Simulador de Apoio de Fogo (Safo), que será instalado no Campo de Instrução do Exército no município. Conforme o Ministério da Defesa, os simuladores são usados no adestramento dos oficiais, cadetes e praças da força terrestre. A ferramenta retrata de maneira fidedigna a realidade do terreno de combate – inclusive os fatores psicológicos, o desgaste físico e as alterações climáticas.

O Safo foi desenvolvido por indústrias brasileiras de defesa em parceria com a companhia espanhola Tecnobit. O simulador consiste em um software e funciona junto com maquinário operacional colocado em um ambiente desenvolvido especificamente para os exercícios militares. Os Safos funcionarão da seguinte forma: oito obuseiros (espécie de canhão de uso militar) adaptados com sensores de pontaria ficarão instalados no espaço do exercício. Neles, serão registradas informações dos tiros a serem desferidos de maneira simulada. Ao mesmo tempo, em outra sala, observadores com binóculos conferem em telas audiovisuais – parecidas com uma televisão – o percurso da bala após o disparo.

O passo seguinte, realizado pelos observadores, é fazer as correções de trajeto, a fim de melhorar a precisão do tiro. Esses dados são enviados a uma sala central – que fica também dentro da estrutura do simulador –, que transfere os dados de volta aos obuseiros e, assim, inicia-se outro ciclo. Cerca de 120 militares interagem com o simulador durante o exercício, que tem duração variável de acordo com ambientes reais de campos de tiro reproduzidos pelo software. Além disso, há nas simulações a participação de efetivo permanente de instrutores, monitores e auxiliares técnico-administrativos. Em Santa Maria, o término das obras do Safo está previsto para julho e as dependências ocuparão área de 4,5 mil metros quadrados. A unidade ficará subordinada ao Comando da 3ª Divisão de Exército. No total, foram investidos R$ 8,5 milhões em obras e equipamentos.

Seminário internacional vai divulgar oportunidades na área militar

Entre os dias 17 e 19 de novembro, Santa Maria realizará o seu primeiro seminário internacional de defesa. O superintendente executivo da Adesm, Diogo De Gregori, enfatiza que o objetivo é fazer a articulação entre entidades civis e militares para atuarem em parceria no setor de defesa e segurança.

“O que uma empresa precisa é ter mercado e estar próxima do cliente”, argumenta o dirigente. A cidade já recebeu a visita de representantes de companhias como a Indra, Tecnobit e CAE, entre outras. Gregori adianta que o desejo é que o governo do Estado insira o setor de defesa como área prioritária dentro da política industrial. Outra estratégia avaliada é fazer com que o parque tecnológico local torne-se provedor de soluções de defesa e segurança.

Santa Maria tem a vocação militar desde a sua origem, envolvida na demarcação de terras entre Portugal e Espanha. Ainda hoje, é possível perceber a forte presença do Exército e da Aeronáutica no local. Na base aérea da região, encontra-se o primeiro esquadrão de Veículos Aéreos Não Tripulados (Vants) do Brasil.

Gregori salienta que Santa Maria é um município que verifica uma dependência muito grande do poder público. Em 2010, aproximadamente 40% do PIB da cidade (que chegou a cerca de R$ 3,7 bilhões) decorreram da universidade federal, das unidades militares e da prefeitura.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO