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indústria

- Publicada em 21 de Outubro de 2013 às 00:00

Alemanha aposta em reciclagem energética


JEFFERSON KLEIN/ESPECIAL/JC
Jornal do Comércio
Gerar energia elétrica a partir da queima de materiais que não podem ser reaproveitados é uma teoria que vem sendo discutida nos últimos anos no Rio Grande do Sul, principalmente nos dois maiores municípios gaúchos: Porto Alegre e Caxias do Sul. O que ainda é um conceito no Estado, na Alemanha já é uma realidade consolidada.
Gerar energia elétrica a partir da queima de materiais que não podem ser reaproveitados é uma teoria que vem sendo discutida nos últimos anos no Rio Grande do Sul, principalmente nos dois maiores municípios gaúchos: Porto Alegre e Caxias do Sul. O que ainda é um conceito no Estado, na Alemanha já é uma realidade consolidada.
O país europeu possui hoje 71 usinas de reciclagem energética. A missão gaúcha que participou da feira K até este final de semana, formada por representantes das empresas da cadeia do plástico e do governo do Estado, conheceu a maior dessas plantas, localizada na cidade de Colônia. O empreendimento tornou-se viável por meio de uma joint-venture entre a iniciativa privada e a prefeitura. O diretor-executivo da AVG Köln (companhia responsável pela operação do complexo), Christoph Busch, informa que a unidade tem capacidade para processar até 700 mil toneladas de resíduos ao ano. Entre esses rejeitos, estão materiais plásticos, restos orgânicos pré-compostados e hospitalares, entre outros.
A estrutura tem capacidade para a geração de até 56 MW, o que pode atender a uma demanda de aproximadamente 250 mil consumidores residenciais. A planta registra um faturamento de € 60 milhões ao ano, sendo que de € 12 milhões a € 13 milhões desse total são provenientes da geração de energia elétrica. A maior parte do lucro é oriunda da remuneração pela destinação adequada do lixo. Busch comenta que o resíduo que vai para a unidade não pode mais ser reciclado (primeira opção quanto ao encaminhamento dos materiais).
Após a coleta desses resíduos, os rejeitos chegam à usina por caminhões (dois terços) e por ferrovia (um terço). A estrutura, que funciona 24 horas, possui um grande reservatório, com 30 mil toneladas de capacidade, e outro menor, com 3 mil toneladas. A unidade, maior da Alemanha, opera há 15 anos e absorveu um investimento de cerca de € 600 milhões em sua construção.
O elevado custo em um sistema como esse é um dos empecilhos para que essa solução difunda-se no Brasil, argumenta o gerente de relações institucionais da Braskem no Rio Grande do Sul, João Ruy Freire. O dirigente acrescenta que é preciso uma parceria entre poder público e iniciativa privada, como a feita em Colônia, pois somente a venda da energia não remunera um investimento desse porte. “O modelo é muito bom, mas cada caso é um caso”, ressalta.
Freire pondera que, enquanto houver disponibilidade de espaço para destinar os resíduos no Brasil, o cenário dificultará a reciclagem energética. Há cerca de cinco anos, a Braskem divulgou que estudava instalar em Porto Alegre uma termelétrica que usaria como fonte de produção o lixo urbano do município. O investimento na iniciativa era estimado em cerca de R$ 100 milhões. A termelétrica seria alimentada pela unidade de compostagem situada na Lomba do Pinheiro, teria capacidade para processar até 600 toneladas de lixo ao dia e gerar até 13,2 MW.
Hoje, quem lidera os projetos na área de saneamento do Grupo Odebrecht (controlador da Braskem) é a empresa Foz do Brasil. Freire acredita que, saindo uma licitação da prefeitura que viabilize a reciclagem energética na Capital, a companhia será uma possível interessada em participar.
Não é só Porto Alegre que flerta com a probabilidade da instalação de uma usina. O diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho (Simplás), Zeca Martins, recorda que o prefeito de Caxias do Sul, Alceu Barbosa Velho, esteve recentemente na Coreia e visitou uma unidade de reciclagem energética naquele país. Conforme o diretor do Simplás, o político gostou do que viu. Martins argumenta que se trata de uma boa solução. O dirigente considera que é uma alternativa mais correta do que depositar os resíduos em um aterro sanitário.

Feira K abre oportunidade para futuras parcerias

A Feira K se estenderá até esta quarta-feira em Düsseldorf, na Alemanha, mas a missão gaúcha, que foi prospectar oportunidades de negócios e parcerias, concluiu suas atividades neste final de semana. A sócia executiva da MaxiQuim Assessoria de Mercado, Solange Stumpf, faz um balanço positivo das atividades, que possibilitaram reuniões diversificadas.
Uma das medidas tomadas foi a assinatura de um memorando de entendimento com a Wiintech, entidade que concentra clusters de vários países europeus que buscam oportunidades de negócios. O presidente do Sindicato das Indústrias de Material Plástico no Estado do Rio Grande do Sul (Sinplast-RS), Edilson Deitos, foi um dos signatários do documento, representando a Fiergs.
Sobre um dos últimos encontros durante a feira, com a GKV (associação alemã dos convertedores de plástico), Solange adianta que a perspectiva que ficou é a da formação de um canal de comunicação com a indústria de transformação daquele país. Para isso, será feita uma avaliação de empresas gaúchas que tenham perfil e interesse para realizar essa parceria. O presidente do Sinplast-RS também sustenta que a Feira K deixou uma boa impressão, com a apresentação de várias inovações.
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