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Consumo

- Publicada em 16 de Setembro de 2013 às 00:00

Shoppings invadem Região Metropolitana de Porto Alegre


ACERVO PESSOAL/DIVULGAÇÃO/JC
Jornal do Comércio
Fenômenos como o aumento do poder de compra das classes C e D, a recente “desmetropolização” - fuga de pessoas e empresas dos grandes centros para cidades próximas - e a busca por centros comerciais e de lazer cada vez mais próximos de casa impulsionam a instalação de shoppings em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre. Cidades como Viamão, Alvorada e Gravataí se preparam para receber empreendimentos que em nada se diferem dos encontrados na Capital, inspirados no sucesso do pioneiro da região, o Canoas Shopping, e do Shopping do Vale, em Cachoeirinha. 

Fenômenos como o aumento do poder de compra das classes C e D, a recente “desmetropolização” - fuga de pessoas e empresas dos grandes centros para cidades próximas - e a busca por centros comerciais e de lazer cada vez mais próximos de casa impulsionam a instalação de shoppings em toda a Região Metropolitana de Porto Alegre. Cidades como Viamão, Alvorada e Gravataí se preparam para receber empreendimentos que em nada se diferem dos encontrados na Capital, inspirados no sucesso do pioneiro da região, o Canoas Shopping, e do Shopping do Vale, em Cachoeirinha. 

Segundo o consultor de varejo Xavier Fritsch, essa é uma tendência mundial que surgiu há cerca de 10 anos em São Paulo e agora chegou ao Rio Grande do Sul. Graças às dificuldades no trânsito e ao aumento das vendas pela internet, “as empreendedoras viram que era necessário oferecer serviços cada vez mais perto das residências. E essa é a principal saída para o varejo”.

A empresa à frente dos principais empreendimentos nas cidades no entorno de Porto Alegre é a Mais Valor. Na administração do Canoas Shopping desde 2006, o grupo especializado em planejamento e gestão de negócios notou o potencial de Viamão e Cachoeirinha e decidiu continuar apostando no modelo.  Segundo o diretor da organização, Vandeir Daves Bochi, o mercado da Capital está praticamente saturado, daí a tendência de instalação de shoppings em regiões próximas. Prova disso é que a empresa responsável pelo Canoas Shopping e Shopping do Vale já iniciou a construção do Itaville, em Viamão, e trabalha na viabilização de outras unidades em Cachoeirinha e na zona Sul de Porto Alegre - “onde ainda há espaço para crescer”.

Fritsch destaca a influência positiva desse tipo de movimentação do varejo sobre aqueles que moram em cidades como Alvorada e Viamão e não precisam mais ficar em locais distantes de casa para satisfazer suas necessidades de consumo. “Até a dinâmica familiar muda, pois o shopping é um lugar da família, onde os membros de diferentes idades e gostos encontram opções atraentes”, enfatiza.

Apesar da afirmação de Bochi de que Porto Alegre está ficando saturada para o mercado de shoppings, o consultor de varejo acredita que a cidade tem, sim, capacidade para abrigar mais centros comerciais. Prova disso é que os porto-alegrenses já podem contar com novidades como o Praça Cavalhada, da 5R Shopping Centers, localizado no bairro homônimo da zona Sul, e os centros comerciais dos complexos da Arena Tricolor, na Arena do Grêmio na zona Norte, e do Beira-Rio, junto ao estádio do Internacional, na avenida Beira-Rio.

A Mais Valor também investe em empreendimentos na Capital e busca viabilizar a instalação do Rossi/Fiateci, no bairro Floresta. Além disso, shoppings tradicionais, como Praia de Belas e Iguatemi investem na sua ampliação.

Centros comerciais querem fidelizar clientes 

O principal desafio dos empreendimentos nas cidades vizinhas a Porto Alegre é manter a população no município. Para o consultor Xavier Fritsch, os lojistas devem saber tirar proveito da proximidade e investir nas vendas por impulso. “É mais fácil vender quando os clientes já estão no shopping, mas os lojistas terão que descobrir como fazer isso nesses empreendimentos que podem ter uma dinâmica um pouco diferente”, pontua.
O shopping Itaville, em Viamão, é a principal aposta da Mais Valor graças a um diferencial: a localização próxima ao Tecnopuc e à rodovia RS-040. “Com isso, vamos atrair os moradores do município, os trabalhadores do centro tecnológico e aqueles que saem de Porto Alegre rumo ao Litoral Norte do Estado”, estima o diretor da organização, Vandeir Daves Bochi.
Outra empresa que aceitou o desafio de conquistar clientes habituados às compras em Porto Alegre é a 5R Shopping Centers, responsável pelo Praça Alvorada. O município continua sendo classificado como cidade-dormitório - com grande parte dos habitantes trabalhando nas cidades vizinhas - e conta em sua maioria com moradores pertencentes às classes C e D. Porém, conforme o sócio-diretor da 5R, César Garbin, “isso não assusta, graças ao aumento do poder de compra da população”.
Primeiro shopping da cidade, o Praça Alvorada Shopping Center terá 42 lojas de grandes marcas e oferecerá a mesma qualidade de infraestrutura do empreendimento no bairro Cavalhada, em Porto Alegre, além de já iniciar as operações “com uma grande âncora, o hipermercado BIG”. “A classe C é exigente e sabe o que é bom e o que é ruim. Não podemos oferecer qualidade inferior para eles”, afirma Garbin.
Já na fase final de construção, com 60% finalizado, e a perspectiva de término em outubro, o Gravataí Shopping também investe em grandes marcas. Administrado pelo M.Grupo, o estabelecimento espera abarcar uma população de 275 mil habitantes de Gravataí, a quarta economia do Estado. Mais do que isso, o projeto abrangerá condomínio residencial, business center e hotel de padrão internacional, além de uma torre comercial. 

Empreendimentos não afetam os negócios em Porto Alegre

Porto Alegre ainda tem capacidade para instalação de novos centros comerciais e os shopping centers que existem não devem sofrer com a concorrência. A afirmação é do consultor de varejo Xavier Fritsch. “Graças ao aumento do poder de compra e ao crescimento populacional, os negócios fechados dentro dos centros comerciais devem se manter”, define. 
Quem pode ficar no perejuízo com o aumento no número de shopping centers nas cidades vizinhas é o comércio de rua. “O Centro de Porto Alegre, principalmente, e as pequenas lojas dessas cidades sairão perdendo, até porque é muito difícil uma migração dessas pequenas lojas de rua para os shoppings”, constata Fritsch. 
Outra mudança que provavelmente ocorrerá é a alteração na quantidade de lojas com tamanho menor. “Unidades com 100m2, 200 m2 devem reduzir de tamanho e se espalhar”, prevê. Quanto maior a metragem, maiores são os gastos com aluguel, número de empregados, estoque, por isso a preferência por estabelecimentos enxutos espalhados por muitos lugares. “Isso foi o que aconteceu nos Estados Unidos com o aumento de shoppings em cidades menores e está começando a acontecer em diversas cidades do País”, afirma.
Haidée Carret Höfs, do Canoas Shopping, diz que os novos empreendimentos na região vêm para equalizar a possiblidade de escolha da população das cidades vizinhas a Porto Alegre. “Sempre que surgem novos centros comerciais há uma diminuição de clientes nos antigos, mas com o tempo tudo se ajeita. Alguns voltam, outros ficam nos novos, e mais compradores surgem para todos”, garante. Para Haidée, “pesquisas comprovam que as pessoas buscam comprar em um raio de 20 quilômetros da residência”. Segundo a superintendente do Canoas Shopping, centros comerciais mais próximos democratizam o acesso àqueles que, por questão de tempo, dinheiro e logística, não podiam usufruir os locais.
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