Porto Alegre tem a menor taxa de desemprego entre as seis maiores regiões metropolitanas do País. Em maio, no último estudo divulgado pelo IBGE, a taxa de desocupação ficou em 3,9%. O baixo índice de trabalhadores ociosos é só uma das dificuldades enfrentadas pelos empresários para repor vagas em aberto. Outros obstáculos vão desde a atratividade da atividade informal à morosidade em processos de seleção.
O crescimento da economia brasileira ampliou mercados consumidores e gerou novas oportunidades de negócio. Uma das consequências foi o crescimento do espírito empreendedor nos brasileiros, o que tem tirado trabalhadores das empresas. A maior dificuldade está nos empregos de base - vagas de entrada nas empresas -, pois a classe C concentra atualmente, segundo dados do Sebrae, 55,2% dos novos negócios. “Há uma grande demanda no nível operacional, que exige no mínimo o Ensino Médio completo”, afirma a vice-presidente de expansão da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH-RS), Simone Kramer. Também o mercado informal se tornou mais atrativo devido ao aumento do consumo. “A informalidade se tornou atrativa porque o mercado informal é hoje tão rentável quanto um emprego em alguma empresa”, aponta Simone. A renda alcançada nos trabalhos por conta própria pode ser igual ou superior aos salários pagos nas empresas, que deixam de ser a única oportunidade das pessoas.
As empresas esbarram também na falta de qualificação. Para Simone, “o nível exigido para o comércio até é atendido, mas para a indústria, não. A indústria exige um nível técnico que as pessoas não têm”. Mais do que a iniciativa dos trabalhadores de buscar uma especialização, a vice-presidente aponta que faltam cursos e muitos dos que existem são desqualificados. Dessa forma, os trabalhadores acabam não atendendo às expectativas do empregador. “As empresas estão tendo que flexibilizar suas exigências para conseguir preencher as vagas”, conclui Simone.
Para o diretor da Metta Capital Humano, Gustavo Ávila, os processos seletivos das empresas também podem dificultar a contratação. Além da alta exigência, a seleção é muito demorada. “As empresas são morosas na contratação. É preciso aumentar a velocidade para que o trabalhador não seja chamado para outra vaga”, afirma. Ávila reconhece que diminuir exigências é muito difícil, mas aponta que o número de processos pode ser enxugado. Segundo Simone, no entanto, o sistema de seleção não precisa mudar.
Para a vice-presidente, as empresas devem se concentrar em diminuir a rotatividade de empregados, buscando manter os trabalhadores em seus quadros. “Ter uma carreira nas empresas é difícil, é pequena a possibilidade de ascensão”, afirma. Investir na formação de lideranças e valorizar gestores que mantenham as equipes motivadas são soluções apontadas por Simone.
Segundo a professora, a seleção deve se valer tanto de instrumentos técnicos quanto comportamentais, mas a entrevista é indispensável. “A entrevista é um recurso fácil, que pode ser feito por qualquer pessoa, desde que esteja preparada”, diz Rosangela. Primeiramente, o entrevistador deve falar sobre as competências que a pessoa traz das experiências anteriores, para em seguida focar na formação e escolaridade. Hobbys, interesses, motivações, planos e objetivos devem ser os assuntos seguintes, finalizando com questões pessoais que proporcionem um conhecimento mais geral do candidato – tendo cuidado com questões que possam expô-lo.
“Estamos certos de que concluiremos a meta. O Brasil vai ter essa política de continuidade de criação de empregos. O que é importante é que, além da criação, eles (os empregos) vêm com acréscimo real do seu valor”, afirmou. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no acumulado do primeiro semestre deste ano, foram criadas 826.168 vagas formais, uma queda de 21% em relação ao mesmo período do ano passado, quando a geração foi de 1,047 milhão de empregos. Foi o pior resultado desde junho de 2009.
O ministro justificou que o crescimento acompanha o desempenho da economia e os investimentos no País. Mas reiterou que o Produto Interno Bruto (PIB) deve crescer 3% neste ano e avaliou que os investimentos em andamento no Brasil, a exemplo dos leilões dos portos e das obras de infraestrutura, vão contribuir para a melhoria do mercado de trabalho.
“O crescimento do emprego vem de acordo com o nosso crescimento, de acordo com os nossos investimentos, o que tem sido suficiente, porque temos o menor índice de desemprego da história do nosso país”, disse. Ele voltou a defender o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto que acaba com a multa adicional de 10% sobre o saldo do FGTS. O valor é pago pelos empresários ao governo nos casos de demissão sem justa causa. “Os 10% que vêm sendo pagos de acréscimo primeiro tinham como objetivo atender o FGTS. Hoje, se destinam a projetos sociais”, afirmou.