Detentor das marcas Móveis Kappesberg, Idélli Ambientes, My Home, UZ Utilidades e Crome, o Grupo K1, de Tupandi (RS), projeta se tornar “uma das maiores unidades produtivas da América Latina” no mercado mobiliário, conforme destaca o diretor Carlos Luiz Sost. A ampliação do parque fabril, cujo investimento total é de R$ 130 milhões – com aporte de R$ 33,2 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) -, expande a atuação do grupo, que passa a oferecer uma gama maior de produtos, atingindo públicos distintos. Com o investimento, o tamanho da fábrica passará de 100 mil metros quadrados para 170 mil metros quadrados.
Os investimentos correspondem às perspectivas de produção de móveis planejados, ampliação da produção e integração das unidades fabris. “É um produto que demanda uma certa inteligência”, salienta Sost sobre a linha de planejados, que atende ao público classe B e agrega uma base de produto em poliuretano, poliestileno e metais com a parte de painéis. “Para que isso pudesse se integrar, tivemos que fazer duas novas unidades fabris, justamente para poder interligar a empresa e produzir esse produto”.
Com a integração, a linha de metalurgia, instalada em Caxias do Sul e São Vedelino, será transferida para Tupandi. “Concentramos tudo aqui para ter proximidade de uma unidade com a outra”, afirma Sost. A previsão do diretor do grupo é de que as duas unidades estejam funcionando plenamente até o fim do ano. Atualmente, o grupo produz 10 mil móveis por dia e emprega diretamente 1.730 funcionários. A ampliação deve elevar a produção em 5% a 10% por ano e gerar mais 300 vagas de emprego.
Equipada com maquinários específicos, a fábrica de móveis planejados é considerada uma das mais modernas do mundo. “É totalmente automatizada e tem o sistema mais inteligente do mercado”, destaca Sost. A partir dela, o grupo produz os móveis comercializados pela marca Idélli, que possui 51 unidades franqueadas e deve chegar a 71 até o fim deste ano.
Bastante focada no perfil dos consumidores que aderiram ao programa Minha Casa Minha Vida, a Kappesberg investe, ainda, na marca My Home, que atende às necessidades mobiliárias de imóveis de menor metragem. A ideia, salienta Sost, é apresentar ao consumidor da classe C soluções prontas para todos os cômodos, oferecendo condições facilitadas de pagamento. A primeira loja My Home foi inaugurada neste mês, em Porto Alegre, na rua José do Patrocínio. Na próxima semana, Lajeado ganha mais uma unidade da linha e, no início de agosto, outras duas lojas serão abertas em Bento Gonçalves e São Leopoldo. “É um produto em que buscamos otimizar o espaço menor, entre 38 a 70 metros quadrados, que requer produtos específicos e medidas especiais, e nós acreditamos muito nesse movimento de mercado”.
A expansão projetada pelo Grupo K1 vem acompanhada de uma perspectiva de maior desenvolvimento da empresa, que, nos próximos anos, deve ganhar mais espaço no mercado externo. “Até 2010, 2011, éramos, se não o maior, um dos maiores exportadores de móveis do Brasil. Só que o mercado que a gente atende oscila em função de crise, como na Argentina, onde comercializávamos 2% da produção; hoje não entra mais nada lá e, dificilmente, num curto espaço de tempo, vai entrar”, sinaliza Carlos Luiz Sost, diretor do grupo. Com perspectiva de ingressar com mais força em novos mercados externos, o grupo investe em redirecionamento de perfil. “Buscamos designers e processos italianos para oferecer um produto com valor agregado e, aí sim, buscar o mercado americano, asiático e árabe”, detalha Sost, que acrescenta que a meta do grupo, que atualmente exporta 10% da produção, é elevar esse número para 15% ou 17%, nos próximos cinco anos.
Todas as perspectivas de crescimento, impulsionadas pela ampliação do parque fabril e estudo de novos produtos e mercados, levam o grupo a caminho da abertura de capital. Sost detalha que pretende, a partir do ano que vem, começar a publicar o faturamento da empresa “para preparar o grupo à abertura de capital na bolsa de valores, entre 2015 e 2016”. “Esse é o prazo que temos para maturidade das duas unidades novas que estão se integrando ao nosso parque fabril e, a partir do momento em que elas estiverem com posicionamento melhor de mercado, aí sim conseguiremos fazer a transição de forma bem feita e solidificada”, assegura.