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Empreendimento

- Publicada em 12 de Novembro de 2012 às 00:00

Arena gremista deve faturar R$ 110 milhões no próximo ano


JONATHAN HECKLER/JC
Jornal do Comércio
O telefone celular do presidente da Arena Porto-Alegrense, Eduardo Pinto, não para de tocar. A sua mesa, no escritório improvisado ao lado do novo estádio do Grêmio, no bairro Humaitá, se encontra abarrotada de documentos esperando por uma assinatura. Seja com contratos fechados ou com negociações em andamento para a comercialização do empreendimento, a vida do engenheiro natural de Belo Horizonte tem se resumido em um assunto, da manhã à noite: Arena.

O telefone celular do presidente da Arena Porto-Alegrense, Eduardo Pinto, não para de tocar. A sua mesa, no escritório improvisado ao lado do novo estádio do Grêmio, no bairro Humaitá, se encontra abarrotada de documentos esperando por uma assinatura. Seja com contratos fechados ou com negociações em andamento para a comercialização do empreendimento, a vida do engenheiro natural de Belo Horizonte tem se resumido em um assunto, da manhã à noite: Arena.

Com um mandato de três anos, tendo possibilidade de renovação, Pinto é o responsável por liderar a sociedade de propósito específico entre Grêmio e OAS que fará a gestão da casa tricolor por 20 anos. Torcedor do Atlético Mineiro antes de ter se tornado “gremista desde criança”, como o próprio define, o dirigente concedeu entrevista ao Jornal do Comércio.

Jornal do Comércio - O estádio vai ser inaugurado em dezembro, mas a parte comercial quando ficará pronta?

Eduardo Pinto - A Arena, como casa de espetáculos, vai estar pronta no início de dezembro. Agora, no entorno dessa área, existem 30 mil metros de parte comercial que estão sendo desenvolvidos. É um modelo completamente diferente de um shopping. Nós queremos ser um destino fim e estamos preparando essa área comercial para ser um point. Ou seja, se você quiser visitar a melhor loja de material esportivo de Porto Alegre, ela vai estar aqui. A melhor churrascaria vai estar aqui. A melhor academia vai estar aqui. Assim, faremos com que, no dia em que não tiver futebol, tenhamos um grande movimento. Acredito que, até meados do ano que vem, a gente já tenha praticamente toda a parte comercial funcionando.

JC - O que seria meados do ano que vem? Segundo semestre?

Pinto - É, por aí. Temos muitos negócios encaminhados, mas nada fechado até agora. A inauguração atropelou um pouco a velocidade das coisas. As negociações da parte comercial continuam em um ritmo normal. Acredito que, em breve, vamos ter as portas abertas com as lojas funcionando. 

JC – Serão quantas lojas ao todo?

Pinto - A ideia não é ter muitas lojas, mas sim, grandes lojas. Por isso, não há definição em relação ao número. Esses 30 mil metros quadrados equivalem ao tamanho de um shopping de médio porte.

JC – Uma das críticas ao estádio é a deficiência em relação à mobilidade no entorno. Isso pode ser um empecilho para atrair eventos, em um primeiro momento?

Pinto – Em hipótese alguma. São necessárias algumas providências para dar o máximo de acessibilidade para grandes eventos, de casa cheia, mas, para o dia a dia, a estrutura atual atende perfeitamente. Agora, é preciso ter consciência de que o equipamento Arena não foi feito para 60 mil pessoas chegarem de carro, por mais que tenhamos 5,7 mil vagas de estacionamento. Em dia de grandes eventos, as pessoas têm de vir de transporte coletivo. Para isso, é preciso dar opções para que elas se adaptem. Dá para vir aqui descendo na estação Anchieta do Trensurb e caminhando. Neste sentido, queremos que o estádio tenha atratividade para que as pessoas venham com calma e cheguem mais cedo nos dias de jogos. 

JC – Qual o potencial anual de captação de receitas da Arena?

Pinto - Estamos partindo de um patamar acima dos R$ 100 milhões, em torno de R$ 110 milhões no primeiro ano (65% vai para o Grêmio e 35% para a OAS). Mas isso varia. Se fizermos uma final de Libertadores aqui dentro, no ano que vem, é uma receita. Se chegarmos à semifinal, é outra. As receitas são variáveis. Se o time estiver afinado, a casa fica cheia. Se jogar mal, a casa fica vazia. Não adianta só fazer shows, eventos e tudo mais. A grande receita da Arena ainda é a bilheteria do futebol. Vamos tornar ela multiuso, moderna, mas não podemos esquecer que aqui é a casa do Grêmio e é a paixão ao time que faz com que essa casa funcione.

JC - A obra toda esta orçada em R$ 650 milhões. Em quanto tempo é possível recuperar o capital investido?

Pinto - Temos, primeiro, um financiamento junto ao Bndes (aproximadamente R$ 210 milhões), que a Arena Porto-Alegrense vai pagar durante sete anos. O valor vai diminuindo ao longo dos anos, depois disso aumenta muito o resultado financeiro. Segundo, uma das formas de se captar dinheiro foi construir um empreendimento imobiliário ao lado. Terceiro, depois que trocarmos as chaves, vamos fazer um empreendimento lá no Olímpico. Haverá parques, pequenos shoppings, prédios residenciais e comerciais e hotel ou apart-hotel, logicamente preservando a memória do Olímpico. A geração dessas riquezas é que possibilita a construção da Arena. O lucro vai vir em algum momento ao longo desses 20 anos. Não sei qual, porque isso depende do sucesso dos empreendimentos. 

JC – Em que estágio está a comercialização dos camarotes?

Pinto - Está em uma velocidade muito grande. No total são 134 camarotes, alguns estão reservados porque ficam atrelados a possíveis patrocinadores. Disponibilizamos aproximadamente 115 camarotes e já vendemos mais de 70. Os preços vão de R$ 150 mil a R$ 300 mil por ano, dependendo do tamanho.

JC - E as tratativas para a publicidade no estádio?

Pinto - Estamos negociando com grandes empresas, mas não temos nada fechado. Temos alguns estudos para começarmos o ano que vem com alguns patrocínios fechados, mas isso ainda é segredo de Estado.

JC - Em relação aos naming rights (direito sobre a propriedade de nome do estádio), fala-se do Industrial and Commercial Bank of China (ICBC) como potencial parceiro. Eles já formalizaram proposta?

Pinto - São especulações. Eles são um dos maiores bancos do mundo, mas não fizeram proposta efetivamente. Eles vieram duas vezes aqui, pois estão abrindo negócios no Brasil, e falaram que estavam muito interessados. Ficaram de retornar em breve para trazer os executivos principais. Tudo ainda está em nível de visitas e de conversas. O Grêmio, junto com a gente, os convidou a participar do patrocínio da camisa, de placas de campo e dos naming rights. 

JC - A Arena vai ser inaugurada com o nome em definitivo?

Pinto - Não. (pausa) Na realidade, eu acredito em tudo. Mas eu não acho que, nesses 26 dias que faltam até a inauguração, a gente consiga isso. O naming right não é só botar o nome, é o direito que a empresa terá de usar a imagem da Arena no seu negócio. Isso precisa ser trabalhado, desenvolvido e não pode entrar em conflito com outros patrocinadores que vão estar dentro da Arena. Então, são contratos caros e delicados. É complexo porque não envolve só a Arena, tem o Grêmio no meio. A companhia pode alavancar muito mais a imagem se estiver associada a um patrocínio de camisa também, por exemplo.

JC - Vocês receberam propostas, no papel, para naming rights?

Pinto - Nosso diretor de marketing da Arena Porto-Alengrense está conversando o tempo todo com grandes empresas. Também temos a 9ine (agência de marketing esportivo criada pelo ex-jogador Ronaldo), que está trabalhando conosco para acharmos esse patrocínio. Estamos conversando com muitas empresas, algumas já falando em valores, e com negociação aberta. A ponto de estar tudo preparado para assinar o contrato, porém, nós ainda não temos. A Arena ficando pronta, isso se fecha rapidamente.

JC - É possível falar em nomes de empresas com interesse em fazer negócios na Arena e que estão com tratativas avançadas?

Pinto - Não há como, até porque não tem uma na frente da outra. Tem muitas que estamos negociando. O ICBC é uma delas, mas teve gente com quem já sentamos na mesa mais vezes para tratar dos naming rights.

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