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INDÚSTRIA NAVAL

- Publicada em 22 de Agosto de 2012 às 00:00

Graça Foster, da Petrobras, lança polo naval do Jacuí


ANTONIO PAZ/JC
Jornal do Comércio
A planta que a Iesa Óleo e Gás está construindo no município de Charqueadas para montar módulos de plataformas de petróleo deve iniciar suas atividades até fevereiro do próximo ano. Conforme o presidente da empresa, Valdir Lima Carreiro, os primeiros módulos deverão ser entregues em julho de 2014.
A planta que a Iesa Óleo e Gás está construindo no município de Charqueadas para montar módulos de plataformas de petróleo deve iniciar suas atividades até fevereiro do próximo ano. Conforme o presidente da empresa, Valdir Lima Carreiro, os primeiros módulos deverão ser entregues em julho de 2014.
Na tarde de ontem, o executivo participou da solenidade de lançamento do polo naval do Jacuí, que ocorreu no Palácio Piratini, com a presença do governador Tarso Genro e da presidente da Petrobras, Graça Foster. “Demos o pontapé inicial para viabilizar o polo naval”, salienta Carreiro.
Para concretizar o empreendimento, a Iesa Óleo e Gás firmou contratos com a Tupi BV e com a Guará BV para fornecimento de 24 módulos de compressão a seis plataformas de petróleo, com opção de entrega de mais oito módulos para outras duas plataformas replicantes do pré-sal. O valor total dos contratos é de US$ 720,4 milhões, podendo chegar a US$ 911,3 milhões, se confirmados os módulos adicionais. A Tupi BV tem como acionistas a Petrobras, o BG Group e a Petrogal. A Guará BV é sócia da Petrobras, do BG Group e da Repsol-Sinopec.
O investimento da Iesa na sua estrutura em Charqueadas é de R$ 100 milhões. Além da empresa e da UTC (investimento de R$ 118 milhões), que já assinaram a licença de instalação com a Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), empreendimentos como a Engecampo, Tomé Engenharia e Metasa estão em processo de licenciamento na região. O governo estadual aponta que outros municípios, ao longo da bacia do rio Jacuí, também dispõem de áreas voltadas para o desenvolvimento da indústria oceânica.
Carreiro detalha que os últimos módulos deverão ser completados até 2017. Os módulos, que são os equipamentos que ficam na parte superior das plataformas de petróleo, serão utilizados na compressão de gás, injeção de gás natural e de CO2. O índice de nacionalização dessas encomendas terá que ser de pelo menos 70%. O executivo informa que já foi construído o cais da unidade de Charqueadas e que, no momento, está sendo feita a terraplanagem. De acordo com o dirigente, dentro do plano estratégico do grupo, não está prevista até o final de 2013 alguma nova disputa por encomendas para também serem feitas no polo naval do Jacuí.
O empresário admite que, inicialmente, quando a companhia avaliava as possíveis localidades para instalar a sua unidade, ele discordava da escolha de Charqueadas. Porém, vantagens como acessos hidroviário e rodoviário, presenças de escolas técnicas e de outras empresas na região e a proximidade com Porto Alegre fizeram-no mudar de ideia. A saída dos módulos finalizados do município será feita pela hidrovia, devido ao tamanho das estruturas, mas os seus componentes chegarão através do modal rodoviário, sendo que vários materiais serão oriundos do Rio Grande do Sul.

Presidente da estatal ressalta importância de se cumprir prazos

Durante o seu discurso, a presidente da Petrobras, Graça Foster, enfatizou que cumprir os cronogramas das encomendas feitas pela estatal é algo fundamental para que se atenda à expectativa de crescimento da produção de petróleo no País. Ela lembra que em 2020 deverá ser alcançado o patamar de produção de 4,2 milhões de barris por dia. Além disso, de 2012 a 2020, mais 38 novas unidades estacionárias de exploração de petróleo deverão ser concluídas e, de 2016 a 2020, mais 33 sondas de perfuração serão realizadas.
A presidente ressalta que a indústria naval é considerada estratégica tanto para a companhia como para o País, e esse setor vem se recuperando nos últimos anos. Sobre o polo naval do Jacuí, ela aposta que existem todas as condições de a ideia dar certo. Graça reforça que a planta da Iesa deverá gerar 1,2 mil empregos diretos e mais 5 mil indiretos.
A dirigente ainda comentou sobre a possibilidade de um reajuste nos preços dos combustíveis. Graça afirma que “não há uma negociação à mesa, o que há, de forma permanente, são as nossas avaliações, os nossos indicadores, para que a gente passe sempre ao conselho de administração a necessidade de correção de preços”. Ela reitera que não há data prevista para aumentos nos combustíveis.
O secretário de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik, considera o polo naval do Jacuí como um símbolo da estratégia de expansão da indústria oceânica no Estado. O secretário, em seu discurso, apontou as qualidades da presidente Graça Foster, como firmeza, dedicação e inteligência, e a comparou com a personagem literária Ana Terra. O governador Tarso Genro, por sua vez, comemorou o anúncio do empreendimento. “Essa região precisava de um investimento desse porte e importância”, destacou Tarso.

Intecnial e Metasa buscam financiamento do Badesul

Na cerimônia de ontem, o governador Tarso Genro também assinou acordos que irão permitir a instalação de mais dois projetos no polo do Jacuí: o da Metasa (que produzirá as estruturas metálicas dos módulos de produção da Iesa), em Charqueadas; e o da Intecnial (que fabricará módulos elétricos), em Taquari. As duas empresas assinaram, durante o evento, um compromisso de financiamento com o Badesul.
O projeto da Intecnial, estimado em cerca de R$ 30 milhões, visa à expansão das atuais instalações existentes. Os esforços da empresa serão no sentido de tornar a planta adequada e competitiva para a fabricação e comercialização de módulos para plataformas offshore com foco em módulos elétricos, bem como outros componentes correlatos destinados preferencialmente ao segmento de óleo e gás.
Já a Metasa, através de um investimento de cerca de R$ 120 milhões, fará a implantação de um complexo industrial na cidade de Chaqueadas para fabricar partes de plataformas de petróleo e unidades de processo, como componentes, equipamentos, estruturas marítimas e outras, em especial, módulos, destinados à pesquisa e à lavra de jazidas de petróleo e gás natural.
Além desses empreendimentos, o diretor-presidente do Badesul, Marcelo Lopes, recorda que o banco financiará R$ 80 milhões para a concretização da planta industrial da própria Iesa. Incialmente, o Badesul fará um empréstimo, com recursos próprios, de R$ 40 milhões, até o projeto da companhia tramitar no Bndes e ser possível repassar o restante dos recursos.
Segundo o presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento (AGDI), Marcus Coester, o número de encomendas já confirmadas pela Petrobras para serem feitas no Rio Grande do Sul  totalizam hoje aproximadamente US$ 9 bilhões.
Ainda durante o evento no Palácio Piratini, o presidente da Fiergs, Heitor Müller, entregou ao governador estudos sobre as diretrizes básicas para o desenvolvimento da indústria oceânica no Estado. O trabalho contém a contextualização do setor e suas possíveis demandas. A pesquisa organiza dados geográficos e demográficos, indica gargalos de mão de obra e estrutura, e potencialidades dos municípios localizados no entorno da hidrovia que podem receber estaleiros como, por exemplo, Porto Alegre, Guaíba, Mostardas, entre outros.
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