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GESTÃO

- Publicada em 13 de Agosto de 2012 às 00:00

Arenas esportivas vão exigir um novo modelo de administração


GILMAR LUÍS/JC
Jornal do Comércio
A avalanche de recursos destinados à construção ou reforma de arenas esportivas vai trazer ao Brasil desafios que vão muito além das quatro linhas. Com investimentos orçados em R$ 10 bilhões em 15 estádios (12 deles palcos de jogos da Copa do Mundo de 2014), o País planeja importar o conceito de empreendimento multiuso já disseminado no exterior. No entanto, para unir jogos de futebol, shows e estabelecimentos comerciais no mesmo ambiente, e obter a rentabilidade esperada, é necessário um planejamento detalhado e feito com antecedência. E aí reside um problema: muitas dessas estruturas sequer começaram seus processos de comercialização.
A avalanche de recursos destinados à construção ou reforma de arenas esportivas vai trazer ao Brasil desafios que vão muito além das quatro linhas. Com investimentos orçados em R$ 10 bilhões em 15 estádios (12 deles palcos de jogos da Copa do Mundo de 2014), o País planeja importar o conceito de empreendimento multiuso já disseminado no exterior. No entanto, para unir jogos de futebol, shows e estabelecimentos comerciais no mesmo ambiente, e obter a rentabilidade esperada, é necessário um planejamento detalhado e feito com antecedência. E aí reside um problema: muitas dessas estruturas sequer começaram seus processos de comercialização.
“É preciso criar modelos novos de administração para esses estádios, o que ainda não está acontecendo na maioria deles. O correto seria, quando o projeto de construção foi desenvolvido, já ter definida a empresa contratada para administrar o estádio. No Brasil, tem muitas arenas que só vão se preocupar com isso após serem construídas, o que está errado”, defende o advogado especializado em direito desportivo Luiz Roberto Martins Castro, que no final de semana foi um dos palestrantes de um curso promovido pelo Instituto Nacional de Estudos Jurídicos e Empresariais (Ineje).
Mesmo assim, Castro acredita que não basta copiar um modelo de outra nação. O ideal é construir uma estratégia a partir da realidade local. Segundo ele, a forma de gestão mais utilizada no mundo - e que pode ser bem sucedida no Brasil - é a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE). “Com uma SPE, você isola riscos. Caso a construtora venha a falir, a empresa continuará existindo e administrando o estádio”, exemplifica.
Conforme Castro, o grande desafio é como fazer a manutenção desses espaços nos dias sem partidas. “Você precisa integrar a arena com a cidade. A cidade precisa abraçar esse espaço, não deixando que ele seja apenas uma coisa a mais. Até porque a estrutura pode gerar empregos, movimentar impostos e até ser um ponto turístico”, define. O advogado crê que, em um primeiro momento, o público frequentador de jogos de futebol puxará a movimentação.
Mas isso, na visão dele, não é o suficiente. O ideal é atrair a atenção das pessoas que não costumam ir ao estádio através de eventos não relacionados ao esporte. Neste quesito reside outro item importante: como criar atrativos em alguns estados. “Fazer isso em São Paulo, no Rio de Janeiro ou no Rio Grande do Sul é fácil. Difícil vai ser achar empresas interessadas em fazer a administração em cidades como Manaus e Cuiabá”, estima.
A efetividade do casamento entre construtoras e clubes é outra incógnita existente. Segundo Castro, as empreiteiras precisam se blindar quanto às instabilidades políticas dos clubes. “Clube de futebol é uma montanha russa. Um dia está tudo bem, no outro está tudo mal. Vai que troque o presidente e ele queira rescindir o contrato”, define. Pelo lado dos clubes, o advogado ressalta a importância de assegurar a manutenção da estrutura durante o tempo do contrato. “Se você constrói um imóvel hoje e não toma os cuidados necessários, quando o clube for assumir a posse definitiva, em 20 ou 30 anos, a arena vai estar caindo aos pedaços”, menciona.
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