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CONJUNTURA INTERNACIONAL

- Publicada em 30 de Março de 2012 às 00:00

UE sugere que o acordo com o Mercosul exclua a Argentina


MARCELLO CASAL JR/ABR/JC
Jornal do Comércio
A postura considerada protecionista da Argentina provoca debate sobre a exclusão do país, num primeiro momento, do acordo de livre comércio em negociação entre a União Europeia e o Mercosul. O tema, que vinha sendo tratado nos bastidores, foi tornado público na quinta-feira pelo diretor de Relações Internacionais da Comissão Europeia, John Clarke. As especulações sobre o papel da Argentina cresceram nas duas últimas semanas. 
A postura considerada protecionista da Argentina provoca debate sobre a exclusão do país, num primeiro momento, do acordo de livre comércio em negociação entre a União Europeia e o Mercosul. O tema, que vinha sendo tratado nos bastidores, foi tornado público na quinta-feira pelo diretor de Relações Internacionais da Comissão Europeia, John Clarke. As especulações sobre o papel da Argentina cresceram nas duas últimas semanas. 
Entre os envolvidos nas negociações, os comentários explodiram com a informação de que a próxima reunião sobre o acordo de livre comércio não será realizada em Buenos Aires, como previsto inicialmente, mas em Brasília. A última rodada de negociação ocorreu há duas semanas, em Bruxelas. Desde a retomada das tratativas, em maio 2010, o local das reuniões se alterna entre a União Europeia e o Mercosul. “No último dia do encontro em Bruxelas, fomos informados de que Buenos Aires não marcou a reunião de junho. Isso gerou grande questionamento entre os envolvidos”, disse uma fonte que acompanha o tema de perto.
A próxima rodada está prevista para julho, em Brasília. Segundo um negociador da UE, o motivo é que o Brasil assume a presidência do Mercosul em julho, no lugar da Argentina, que fica no posto rotativo até junho. De qualquer forma, os comentários sobre a possível exclusão da Argentina se acumulam nos bastidores. Cresce a ideia de que o país poderia ficar de fora num primeiro momento, para ser inserido ao acordo posteriormente. “Estou ouvindo informalmente de representantes de todos os governos do Mercosul, inclusive do governo Dilma, que a única forma de prosseguir é sem a Argentina”, disse o negociador europeu, ao lembrar que as medidas contra importações têm dado trabalho ao governo brasileiro.
Oficialmente, a UE e o Brasil se colocam contra a obtenção de um acordo em duas etapas. “Para a UE, esse resultado não seria satisfatório”, afirmou Clarke. Para o embaixador do Brasil em Londres, Roberto Jaguaribe, não há chance de que o acerto seja feito individualmente. “Ou é um acordo do Mercosul ou não é um acordo”, rebateu prontamente, durante seminário sobre a agricultura brasileira realizado pelo Financial Times, em Londres. Nos bastidores, a avaliação é a de que a Argentina está amarrando as conversas. Até agora, a discussão ficou centrada na parte normativa do acordo de livre comércio, com a definição de regras. A expectativa é a de que, a partir da próxima reunião, em julho, as ofertas de abertura possam ser colocadas na mesa. “O setor privado já está cansado de esperar”, disse um representante.
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