Rebelo reafirma Beira-Rio para a Copa do Mundo

Rebelo, que visitou as obras paradas do palco colorado e a construção em ritmo acelerado da Arena tricolor, além de tomar café da manhã com o governador Tarso Genro, descartou que as pendências para a assinatura do contrato entre Internacional e a construtora Andrade Gutierrez (AG) sejam ameaça para a subsede do Mundial na Capital. Cobrado sobre prazos de recomeço das reformas, estancadas em junho de 2011, o ministro foi ao ponto final. “Será a data de conclusão das obras, antes da Copa de 2014.”

Na sede do estádio do Inter, sob o ar refrigerado das suítes, o representante do governo federal, que fez sua primeira visita à frente da pasta, adotou o mesmo tom de voz em todas as respostas e se portou como mensageiro da tranquilidade geral da nação colorada. “Tenho absoluta convicção de que a Copa será aqui. O plano A e o B é o Beira-Rio”, sentenciou o ministro, arrancando aplausos aliviados da direção do clube, conselheiros e políticos torcedores, como o secretário estadual de Infraestrutura, Beto Albuquerque, e a deputada federal Manuela D’Ávila.

Pouco antes, ao pisar no gramado e ficar de frente para as arquibancadas inacabadas, o visitante ensaiou embaixadinhas. O presidente do Internacional, Giovanni Luigi, ao justificar a ausência de dirigentes da Andrade Gutierrez na atividade, alegou que Rebelo não estava inspecionando as obras, mas visitando o estádio. Na entrevista, o chefe da pasta de Esporte deixou escapar a preocupação “com os detalhes da engenharia financeira” do contrato entre a construtora e o Inter. “Mas estes aspectos devem avançar à medida que a Andrade Gutierrez contornar dificuldades. Não espero problema”, certificou o ministro.

O vice-presidente colorado, Luís Anápio Gomes, admitiu que a formalização estava prevista para ontem,  mas novamente houve impasse sobre a habilitação de todos os investidores para abocanhar financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes).

“Mas estamos próximos. Em poucos dias, será viável. Faltam detalhes burocráticos”, arriscou Gomes, apostando ainda na celebração do contrato neste mês. Luigi foi econômico em declarações e transferiu qualquer responsabilidade à empreiteira. “Estão na fase final da formação da Sociedade de Propósito Específico (SPE). É questão de dias”, projetou o dirigente principal do Inter. “Não entramos no mérito de valores. Interessa-nos que saia a obra. Tenho o compromisso do presidente da construtora (Otávio Azevedo) de que eles farão a obra.” 

Uma fonte que integra a negociação que envolve vários bancos, entre eles o Banrisul, confirma que parte dos investidores não tem garantias reais exigidas em operações para empréstimo com o Bndes. Apenas 30% do valor pretendido, entre eles 20%, é cota da AG, atenderia às regras da negociação. O valor a ser buscado é de R$ 235 milhões. A obra total, que envolve ainda área de minishopping no entorno do Beira-Rio e estacionamento, é avaliada em R$ 330 milhões.