Foi libertado na tarde desta quinta-feira (25) o ex-banqueiro e proprietário do banco Marka Salvatore Alberto Cacciola condenado por desvio de dinheiro público e gestão fraudulenta de instituição financeira.
Trajando calça jeans e camiseta branca, ele atravessou os portões do Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro exatamente às 17h30min. Cacciola não quis conversar com a imprensa, escoltado pelo segurança entrou no carro e foi para casa. O ex-banqueiro cumpriu três anos e 11 meses de total de 13 anos. Com a pena total reduzida para nove anos, o detento poderá cumprir o restante do tempo de cinco em casa, mas será obrigado a "bater ponto" na Justiça do Rio periodicamente e andar sempre com uma carteirinha de identificação como condenado. Não poderá sair do Rio sem autorização da Justiça e não pode deixar o País. "Ele não precisará usar tornozeleira como os demais presos em liberdade condicional", disse seu advogado Manuel Jesus Soares.
O banco da qual Cacciola era presidente, o Marka, faliu em 1999, na época a instituição tinha contratos de venda no mercado futuro no de US$ 1,2 bilhão, valor igual a 20 vezes o seu patrimônio.Com a desvalorização do real o empresário ficou sem poder honrar os compromissos e pediu ajuda ao Banco Central, usando de intermediário Luiz Bragança, amigo de Francisco Lopes, então presidente da insitiutição.
A decisão foi bastante questionada e gerou a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que concluiu que a operação de ajuda aos dois bancos causou prejuízo de R$ 1,6 bilhão aos cofres públicos.
Cacciola fugiu do País dias depois de ter obtido um habeas corpus, concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio de Mello. Antes da decisão, o ex-banqueiro passara 37 dias detido na carceragem do Ponto Zero, em Benfica, no Rio. Cinco dias depois da libertação, o ministro Carlos Velloso, então presidente do Supremo, determinou que o banqueiro voltasse à prisão. Mas, com cidadania italiana, Salvatore já estava fora do País.
Ele foi preso pela Interpol, em Mônaco, em setembro de 2007. Em 2008, o ex-banqueiro foi extraditado para o Brasil, onde voltou a cumprir pena até obter liberdade condicional no último dia 23 de agosto. Com informações da Agência Estaro.