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CONJUNTURA

- Publicada em 06 de Junho de 2011 às 00:00

Commodities turvam cenário macroeconômico


Jornal do Comércio
O comércio exterior brasileiro apresenta números positivos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em maio as exportações registraram o valor recorde de US$ 23,211 bilhões, um saldo comercial no mês de US$ 3,529 bilhões. “Mas quando o véu das commodities sair, podemos ter problemas”, alertou o coordenador de inteligência competitiva da Apex Brasil, Marcos Lelis. O economista participou em Porto Alegre do debate Perspectivas da Política Industrial e Exportadora no Governo Dilma, promovido pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Lelis mostrou projeções para os contextos internacional e brasileiro, além de analisar a inserção chinesa no mercado mundial.
O comércio exterior brasileiro apresenta números positivos. Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (Mdic), em maio as exportações registraram o valor recorde de US$ 23,211 bilhões, um saldo comercial no mês de US$ 3,529 bilhões. “Mas quando o véu das commodities sair, podemos ter problemas”, alertou o coordenador de inteligência competitiva da Apex Brasil, Marcos Lelis. O economista participou em Porto Alegre do debate Perspectivas da Política Industrial e Exportadora no Governo Dilma, promovido pela Fundação de Economia e Estatística (FEE). Lelis mostrou projeções para os contextos internacional e brasileiro, além de analisar a inserção chinesa no mercado mundial.
O economista mostrou a evolução do PIB Paridade Poder de Compra (PPC) nas principais regiões do mundo desde 2004 e indicou a tendência de que o índice seja maior nas economias emergentes a partir de 2014 e que, no ano seguinte, segundo estimativas do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB PPC da Ásia seja maior que os indicadores da América do Norte e da União Europeia somados.
O cenário econômico internacional é completado, segundo Lelis, pela tendência de continuidade na desvalorização do dólar frente a outras moedas, com os Estado Unidos praticando taxas de juros reais negativas e a manutenção artificial da cotação do yuan pelo governo chinês. “A valorização das commodities, em especial do petróleo e dos metais, teve início em 2002. Devemos lembrar que a China ingressou na Organização Mundial do Comércio em 2001 e, de lá para cá, tem substituído a indústria de mão de obra intensiva pela produção mais especializada, o que aumenta a demanda por metais”, explicou.
Com isso, Lelis apontou a possível continuidade de alteração da pauta de exportações brasileiras. Os produtos ligados à indústria extrativa, que representavam 9% em 2004, passaram a responder por 24% em 2010, enquanto os bens da indústria de transformação, que eram 80% do exportado em 2004, passaram para 63% em 2010. Analisando os dados de exportação a partir da característica tecnológica dos produtos, o economista salientou o ganho de importância da exportação de produtos primários, 20,7% no ano 2000 para 43,4% em 2010.
“Percebemos esse movimento em todo o mundo, como foram os casos da Austrália e da África do Sul. Porém, é inegável que o Brasil o fez de modo mais acentuado”, disse Lelis antes de concluir que o ambiente internacional está dado e foge ao controle do governo brasileiro, porém, é com ele que o País precisa trabalhar.
Jackson de Toni, gerente de planejamento da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), abordou a evolução da política industrial. Para ele, o Brasil já avançou muito, mas ainda não concluiu os processos de melhoria dos marcos regulatórios, dos programas de financiamento do Bndes, de articulação entre as diversas agências governamentais e ministérios e de formação de pessoas ligadas à estrutura burocrática. “Precisamos criar uma política industrial de Estado, que sobreviva ao longo do tempo e esteja amparada em uma massa crítica na burocracia estatal”, sintetizou. O economista detalhou as iniciativas em andamento e os instrumentos usados pelo governo (incentivos, direcionamento do poder de compra do Estado, regulação e apoio técnico) para estimular a produção industrial brasileira.
Em sua análise, o gerente da ABDI apontou problemas diversos, como o déficit de 30 mil engenheiros, as dificuldades impostas pelo Ministério do Trabalho para que essa mão de obra seja buscada no exterior e a baixa taxa de investimento em pesquisa e desenvolvimento. “A política industrial brasileira está como o recheio de um sanduíche. De um lado lida com as dificuldades impostas pela China e de outro tem o Ministério da Fazenda e o Banco Central”, afirmou.
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