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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 31 de Janeiro de 2011 às 00:00

Cesa, Ceasa e Irga: tripé de apoio ao produtor de cara nova


CLAUDIO FACHEL/JC
Jornal do Comércio
Três entidades-chave para o desenvolvimento do agronegócio gaúcho - Cesa, Ceasa e Irga - iniciam 2011 com uma série de projetos e prioridades para os próximos quatro ano: novos investimentos, saneamento de dívidas, novidades em termos de infraestrutura, modificação do quadro funcional. Cada um dos responsáveis pelas autarquias ligadas às secretarias de Agricultura, Pesca e Agronegócio e do Desenvolvimento Rural e
Três entidades-chave para o desenvolvimento do agronegócio gaúcho - Cesa, Ceasa e Irga - iniciam 2011 com uma série de projetos e prioridades para os próximos quatro ano: novos investimentos, saneamento de dívidas, novidades em termos de infraestrutura, modificação do quadro funcional. Cada um dos responsáveis pelas autarquias ligadas às secretarias de Agricultura, Pesca e Agronegócio e do Desenvolvimento Rural e
Cooperativismo garantem que há muito a ser feito, seja no setor de armazenagem, arroz ou comercialização de frutas e hortigranjeiros. A intenção é promover mudanças que possam recuperar o que está sucateado e desenvolver ainda mais o que vem funcionando bem.

Ceasa fará investimento de R$ 10 milhões em infraestrutura

As melhorias no setor de infraestrutura estão entre as prioridades do novo presidente da Central de Abastecimento do Rio Grande do Sul (Ceasa), Lotário José Vier. “Encontramos a Ceasa em uma situação financeira equilibrada e sob esse aspecto isso é algo que nos facilita”, diz. No entanto, algumas questões estruturais precisam ser resolvidas.
Entre elas, está a reforma da cobertura dos pavilhões, que há 40 anos não recebe melhorias, e do asfalto, a fim de facilitar o trânsito dos carrinhos. Entre as questões polêmicas que devem voltar à pauta de discussões está o tema da troca das caixas de madeira por compartimentos plásticos. O presidente lembra que houve uma manifestação dos produtores contra o banco de caixas e por isso o projeto está parado. “Vamos retomar a discussão desse projeto com as associações que trabalham dentro da Ceasa e com os usuários, para que possamos chegar a um denominador comum.”
Em 2010, R$ 680 milhões foram comercializados no complexo, sendo que em 2009 foram R$ 640 milhões e a expectativa é chegar a R$ 700 milhões neste ano. Para Vier, o crescimento é atribuído à grande ocupação dos boxes, diferentemente de outros anos, quando a ociosidade chegava a 30%. “Também houve um aperfeiçoamento das relações e do mercado dentro da Ceasa. Hoje o complexo é mais valorizado do que em anos anteriores.”
Com a inclusão da Ceasa na Secretaria do Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, Vier salienta que o foco será o trabalho para reforçar a atividade dos agricultores a fim de ampliar a oferta por parte dos produtores. “Este será o maior desafio da Ceasa. Vamos trabalhar para que os produtores possam entrar aqui de forma organizada e não individual, o que vai facilitar a comercialização. E reforça que para fazer parte da rotina da Central os produtores precisam, antes de tudo, de escala.

Irga busca quadro funcional totalmente remodelado para auxiliar arrozeiros

A nova diretoria do Instituto Rio-Grandense do Arroz (Irga), hoje capitaneada pelo ex-prefeito de Santa Vitória do Palmar Claudio Pereira, terá como uma de suas prioridades a mudança da estrutura de cargos e salário do instituto. “São funções que só tinham sido criadas por regulamentação e nunca por lei”, disse o presidente. Segundo ele, serão criadas três carreiras: uma de nível superior, que engloba tanto a extensão rural e pesquisa, uma de nível médio, com técnicos agrícolas, e também a de auxiliares administrativos. A intenção é extinguir os cargos em comissão e abrir novas vagas por meio de concurso público. “Assim, retomamos a estratégia de um órgão de Estado, com atuação em defesa da pesquisa e extensão, que promove estudos e propostas para o setor orizícola”, reforça Pereira.
De olho na inconstância do mercado de arroz no País, o órgão ainda tem a missão de buscar alternativas técnicas para equalizar preços e custos da lavoura – grande dependente de insumos. “Esse será um dos papéis do Irga: ajudar a produção a não ser escrava das grandes indústrias. Dar à lavoura a mesma resposta que ela deu no aumento da produtividade.” Uma das saídas viáveis ao Irga para reduzir custos será apostar no lançamento de novas cultivas resistentes a pragas e doenças, além de novas técnicas de plantio que contemplem a agricultura familiar. “Cerca de 70% dos arrozeiros gaúchos plantam em áreas menores de 100 hectares. No entanto, o Irga desenvolveu tecnologias prioritariamente para os grandes. Vamos trabalhar para que os pequenos sofram menos em momentos de crise.” Pereira ainda pretende retomar a vocação extensionista do instituto, com a capacitação intensiva de mão de obra. “A entidade estava muito focada nessa visão tecnicista e isso tem que ser revisto porque o que vale para o produtor é a renda”, diz.

Afundada em dívidas, Cesa tenta se reerguer

O presidente da Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), Jerônimo de Oliveira Junior, assume a companhia com um grande desafio: saldar as dívidas que há anos impedem a entidade de prosperar. Depois dos áureos tempos, nas décadas de 1970 e 1980, quando a Cesa era referência em armazenagem na América Latina, a companhia começou a passar por sérias dificuldades. A situação da empresa é crítica, e nem mesmo o novo gestor conhece o tamanho do rombo. “É uma avalanche de dívidas: são mais de 500 ações trabalhistas, além de dívidas com Refis e com a associação dos funcionários”, enumera o presidente, confiante na solução do impasse.
O primeiro passo já foi dado, com a realização de um levantamento para saber o tamanho da dívida para só depois iniciar o processo de recomposição. A meta é tornar a Cesa viável do ponto de vista operacional e financeiro. “Precisamos pensar em um novo modelo de gestão, pois possuímos uma estrutura de armazenagem altamente necessária.” Outro passo importante será a inclusão da Cesa na política de armazenamento da Conab – a companhia já é credenciada, mas por questões jurídicas está impedida de participar do processo. “Uma certidão negativa de uma de nossas unidades está na prefeitura, e isso tranca a possibilidade das outras 22 unidades de desempenharem como credenciadas”, explicou.
Oliveira lembrou da importância da revitalização da companhia, frente a um cenário de crescimento constante da agricultura no Estado. “Estamos a um mês do início da colheita e só de arroz teremos 8 milhões de toneladas. É imprescindível que a Cesa esteja operando via Conab.” A companhia conta hoje com 23 unidades e uma ociosidade que chega a 70% frente a uma capacidade de 500 mil toneladas. “Hoje, a preocupação é manter a capacidade que temos e fazer uma manutenção geral das unidades, além de inspeção rotineira para garantir a certificação.” Apesar de todos os percalços, Oliveira acredita na recuperação da estatal, algo que vai depender de mudanças na área de gestão. “Será preciso cortar na carne para tornar a Cesa novamente referência superavitária.”
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