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montadora

- Publicada em 31 de Dezembro de 2010 às 00:00

Assessores de Tarso confirmam negociação para vinda da Ford


SILVIO WILLIAMS/Arquivo/JC
Jornal do Comércio
Uma década depois de ter sido culpado pela saída da Ford do Estado, o PT, que assumirá o governo gaúcho com Tarso Genro no dia 1 de janeiro de 2011, negocia a vinda de uma operação da montadora para o Rio Grande do Sul.
Uma década depois de ter sido culpado pela saída da Ford do Estado, o PT, que assumirá o governo gaúcho com Tarso Genro no dia 1 de janeiro de 2011, negocia a vinda de uma operação da montadora para o Rio Grande do Sul.
Assessores diretamente ligados ao governador eleito confirmam o que o colunista do Jornal do Comércio, Fernando Albrecht, antecipou na edição de quinta-feira: que já há conversações com a empresa para a instalação de uma unidade da montadora voltada à produção de veículos populares no Estado.
Alguns integrantes do primeiro escalão da administração petista dizem desconhecer as negociações entre o governo e a montadora, mas pessoas mais próximas a Tarso garantem que houve um contato inicial. É o caso do chefe de Gabientedo novo governo, Vinicius Wu. "Não sei informar com muita precisão. Parece que sim, há um contato, mas não sei informar precisamente como é que está essa tramitação", disse ao ser questionado sobre as tratativas.
Outro integrante do primeiro escalão afirmou que o governador eleito não comentou nada sobre o assunto, mas que alguns futuros secretários já foram contatados pela Ford. Em tese, a tarefa de atrair a montadora para o Rio Grande do Sul ficaria a cargo do presidente da Agência Gaúcha de Desenvolvimento e Promoção do Investimento, Mauro Knijnik.
"Na segunda-feira, após assumirmos o governo, vamos organizar esses temas", limitou-se a dizer um petista que comporá o primeiro escalão do governo.

Guaíba volta a ser candidata a receber a montadora

A negociação com a Ford já é encarada como um potencial trunfo na largada do governo Tarso Genro. As conversações envolvem assessores muito próximos do governador. O forte candidato a ter a instalação do empreendimento, caso evoluam as tratativas, é, por ironia do destino, Guaíba, que foi preterida pela empresa em 1999, após impasse com o governo petista de Olívio Dutra, que queria revisar cláusulas do contrato firmado pelo seu antecessor, Antonio Britto (na época, PMDB).
A Ford, que investiria R$ 1 bilhão, deixou o Estado para trás e fincou as estacas do projeto Amazon em Camaçari, na Bahia. Na época, a prorrogação de um acordo automotivo, formulado pelo governo Fernando Henrique Cardoso, e com benesses fiscais bem superiores aos dos gaúchos (que eram de R$ 450 milhões), foi a ísca irrecusável.
No primeiro semestre de 2010, o caso veio novamente à tona com a condenação da montadora, pela Justiça estadual, a pagar indenização de R$ 134 milhões pela rescisão do acordo e para ressarcir investimentos em infraestrutura e estudos feitos pelo governo. A empresa recorreu da decisão. No final de 2009, a montadora anunciou investimentos de R$ 4 bilhões entre 2011 e 2015 no Brasil, o maior da história, ante o crescimento das vendas de carros no País, sendo R$ 2,8 bilhões para a base baiana, onde fabrica a Ecosport e o Fiesta. O pacote contou ainda com a prorrogação pelo governo Lula dos incentivos fiscais federais por mais cinco anos.
 A cogitação de Guaíba surpreendeu nesta quinta o secretário de Governo da prefeitura local, Paulo Alberto Scalco, que afirmou desconhecer qualquer tratativa. Scalco lembrou rapidamente do projeto de 1999 e que a sequência do empreendimento, que previa três unidades, estava em andamento na Bahia. "Mas temos área no município. Tem muito espaço", apressou-se Scalco.
Segundo o secretário, o terreno onde a fábrica gaúcha da marca iria ser erguida tem ainda cem hectares vagos. Na maior parte da área, com mais de 700 hectares, foram anunciados sete investimentos em diversos setores. Já opera no local um centro de distribuição da Toyota. Mas há outra área privada, em frente à antiga e do lado oposto ao da BR-116, de 1,5 mil hectares, hoje várzea de arroz.
Apesar de garantir que já expurgou o episódio da Ford de 10 anos atrás, a prefeitura local está às voltas com dificuldades para fazer os empreendimentos já confirmados da Terex Corporation, Vipal/Fate, Neugebauer, Andrita Supply, Internacional PET, Renobrax, e Gaya Florestal, que somam cerca de R$ 900 milhões e mais de 3 mil empregos. Terex e Vipal/Fate estão com mais pressa e podem recuar na implantação local, ao lado da Andrita e da Internacional PET.
Demora na emissão de licenças ambientais para cada projeto e indefinição sobre o EIA/Rima do Distrito Industrial, imprescindível para a operação industrial na área, são fonte de maior problema, conforme noticiou o Jornal do Comércio em 22 de dezembro.
Temendo uma Ford 2, Tarso Genro decidiu instalar uma comissão específica para cuidar do caso, com reunião na primeira semana do novo governo. O grupo terá membros do Executivo, representantes da prefeitura e das empresas e do Ministério Público. Tarso, segundo Scalco, teria dito, durante encontro em dezembro, que o PT tem um passivo a ser saldado com a cidade.
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