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AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 17 de Dezembro de 2010 às 00:00

Farsul vai discutir segurança no campo em encontro com Tarso


CLAUDIO FACHEL/JC
Jornal do Comércio
A segurança no campo será um dos temas que o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) levará à primeira conversa com o futuro governador, Tarso Genro. O presidente da entidade, Carlos Sperotto, disse nesta quinta-feira, ao fazer balanço do setor em 2010, que espera se reunir com Tarso na próxima semana. Ao pautar o temor com invasões de terra, Sperotto justificou que espera atitude mais preventiva sobre eventuais ações de sem-terra e afastou inicialmente repetir conflitos que marcaram as relações entre o setor e o governo petista de Olívio Dutra (1999 a 2002).
A segurança no campo será um dos temas que o presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) levará à primeira conversa com o futuro governador, Tarso Genro. O presidente da entidade, Carlos Sperotto, disse nesta quinta-feira, ao fazer balanço do setor em 2010, que espera se reunir com Tarso na próxima semana. Ao pautar o temor com invasões de terra, Sperotto justificou que espera atitude mais preventiva sobre eventuais ações de sem-terra e afastou inicialmente repetir conflitos que marcaram as relações entre o setor e o governo petista de Olívio Dutra (1999 a 2002).
"Onde há diálogo se pode buscar solução", sugeriu o dirigente, que antecipou que não aposta em atritos. Ele não detalhou os demais itens a serem tratados. Sperotto também frisou que a entidade era contrária à criação de duas pastas para cuidar do setor primário. Tarso terá as secretarias de Agricultura e a de Desenvolvimento Rural e Cooperativismo, seguindo experiência federal dos ministérios separados. "Pedimos ao governo federal a unificação. Por que duas secretarias? Não mudamos nossa posição", reforçou Sperotto, que descartou foco de discordância nesta área. O dirigente garantiu que falará com as duas pastas.
Ao analisar o setor, os dirigentes mostraram preocupação com impacto do fenômeno La Niña, que já prejudica pastagens de rebanho bovino. Nos últimos anos, os abates de matrizes também restringiram a maior oferta de cabeças de gado. A expectativa é de aumento de 24% no ritmo de abates em 2010. O preço médio do quilo do boi gordo saiu de R$ 2,44 no final de 2009 para R$ 3,00, atualmente. De acordo com o vice-presidente da Farsul, Gedeão Pereira, as secas no Centro-Oeste e no Sul, associadas ao aumento da renda média e da demanda do consumidor por carnes, estão por trás da recuperação de preços. Sperotto projetou que as cotações devem continuar estimulando os pecuaristas, e apelou para uma mudança de postura do consumidor frente à nova realidade de valores. "Em uma carcaça de 240 quilos, apenas seis a oito quilos são de picanha e filé. Não podemos nos fixar nos preços desses cortes. Com o abate de animais de dois anos, como hoje, outros cortes têm qualidade. O consumidor deve aprender isso, e assim nivelar os preços", afirmou.
"Não acreditamos que preços subam mais. Mas as margens de ganhos das redes de varejo geram distorções mercadológicas", apontou Gedeão. Há uma grande demanda interna, ante inclusão de mais de 40 milhões de pessoas no consumo. Enquanto isso, afirma, as exportações recuam. Gedeão citou como indicador de dificuldades para dar conta da demanda mundial por proteína animal, que cresce na população dos paises emergentes, a redução de rebanhos na Rússia e na Argentina. A rastreabilidade bovina deve ganhar mais atenção da Farsul. Sperotto aponta estabilidade em 120 propriedades sob monitoramento, e defende maior ação governamental e valorização do rebanho rastreado nos abates.
A entidade também projetou a recuperação dos preços agropecuários em 2011 e descartou maior efeito da seca, pois os volumes de chuvas são considerados adequados na porção norte do Estado. A aposta é de safra de 24 milhões de toneladas no Rio Grande do Sul. "Estamos simplesmente voltando à posição de um ganho normal ao produtor. A alta que tivemos foi sobre valores aviltados", atribuiu Sperotto. A assessoria econômica do Sistema Farsul estima crescimento de 7,2 % no PIB do agronegócio gaúcho em 2010, representando uma retomada frente ao período de crise registrado em 2009. Na negociação com o governo federal, as principais demandas serão seguro agrícola, garantia de renda e solução de passivo

Valor da produção agrícola é o segundo maior em 20 anos

Cana-de-açúcar, café e laranja são os principais produtos agrícolas que puxam a estimativa do Valor Bruto da Produção (VBP) deste ano para R$ 172,9 bilhões, 1,9% a mais que o obtido no ano passado. As informações da Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura são baseadas em dados da safra e nos preços praticados nos principais mercados do país em novembro. Esse resultado é o segundo maior desde 1989. O recorde anterior foi de R$ 178 bilhões, em 2008. O VBP de 2010 será concluído com o levantamento de janeiro de 2011, que considera os dados levantados até dezembro.
Outros produtos apresentaram desempenho positivo, como a cebola (78,4%), a batata-inglesa (15%) e a banana (10,6%). Para o coordenador de Planejamento Estratégico do ministério, José Garcia Gasques, a recuperação dos preços agrícolas e a quantidade produzida refletiram-se favoravelmente no resultado. "O saldo não foi melhor porque foi afetado pela queda de preços da soja e do milho, mesmo com produção expressiva dos estados da região Centro-Oeste", informou. Os menores preços desses produtos resultam basicamente do comportamento do mercado internacional e dos níveis de estoques mundiais.
As maiores quedas no valor da produção ocorreram na uva (-27,9%), amendoim (-27,6%), arroz (-20,9%), fumo (-16,9%) e feijão (-10,4%). Em níveis menores situam-se o algodão (-4,8%), soja (-4,4%) e milho (-7,8%). Os resultados do valor da produção regional não apresentaram alterações expressivas em relação às posições de meses anteriores. O Nordeste e o Centro-Oeste tiveram redução do valor da produção em 2010, enquanto as demais regiões registraram elevação, especialmente o Sudeste.
Os estudos preliminares mostram que 2011 poderá ser favorável para a agricultura. O Valor Bruto da Produção estimado é de R$ 185,2 bilhões, 7% a mais que o resultado deste ano. "Se a tendência de alta de preços se mantiver e as condições climáticas forem favoráveis, poderemos ter um excelente ano", avalia Gasques.
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