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tecnologia

- Publicada em 28 de Setembro de 2010 às 00:00

No centenário, IBM mantém foco na inovação


Patricia Knebel/Especial/JC
Jornal do Comércio
Em 1992, uma matéria de capa da respeitada revista americana Fortune, cujo título era "Dinosaurs?", lançava dúvidas sobre a capacidade da IBM de dar uma guinada nos negócios e sobreviver a demandas então emergentes do setor de tecnologia, que iam na contramão daquilo que a empresa mais soube fazer ao longo da sua história: fabricar e comercializar hardware. Mas o dinossauro se moveu e, em 2011, completa 100 anos como a segunda marca mais valiosa do planeta, estimada em US$ 64,7 bilhões, e um foco modernizado de atuação.
Em 1992, uma matéria de capa da respeitada revista americana Fortune, cujo título era "Dinosaurs?", lançava dúvidas sobre a capacidade da IBM de dar uma guinada nos negócios e sobreviver a demandas então emergentes do setor de tecnologia, que iam na contramão daquilo que a empresa mais soube fazer ao longo da sua história: fabricar e comercializar hardware. Mas o dinossauro se moveu e, em 2011, completa 100 anos como a segunda marca mais valiosa do planeta, estimada em US$ 64,7 bilhões, e um foco modernizado de atuação.
O caminho que levou a essa mudança foi duro e teve como um dos momentos mais difíceis um processo de enxugamento que reduziu drasticamente o quadro de funcionários da companhia na década de 1990. A transformação, porém, aconteceu e hoje os produtos outrora fabricados pela empresa são quase peça de museu, espalhados pelos andares da sede global da companhia, em Armonk, estado de Nova Iorque (EUA). A cerca de 45 minutos de carro de Manhattan, a região reúne algumas das mais importantes operações da multinacional no mundo, desde essa unidade onde ficam os principais executivos da corporação até centros de pesquisa e laboratórios, como o famoso Thomas Watson Research Center.
A verdade é que a IBM compreendeu rápido, para os parâmetros de uma empresa com uma estrutura gigante, a necessidade de desenvolver uma oferta mais voltada para as áreas de software e serviços, uma tendência mundial. Para ter gás nessa nova aposta, de 1999 a 2007, saiu de segmentos de mercados nos quais possuía manufatura como o de redes de comunicação, Hard Disk Drive (HDD), computadores pessoais e impressoras. Em 2000, 35% do lucro da companhia era oriundo do segmento de hardware, reduzindo para 16% em 2009 e com previsão de chegar a 13% em 2015. Em cinco anos, o segmento de software sozinho deverá representar quase metade do lucro total.
Ao mesmo tempo, a IBM investiu pesado na aquisição de operações das áreas de integração e análise de dados, otimização de performance e entrega de serviços. Foram 70 companhias adquiridas desde 2002, o que exigiu um aporte de aproximadamente US$ 14 bilhões. São incorporações estratégicas buscadas em diversos países, como na França (ILOG) e a canadense Cognos, uma das mais recentes.
A meta é chegar ao final desse ano com mais de US$ 10 bilhões aplicados em aquisições e, em 2015, dobrar esse volume. Desses US$ 20 bilhões, parte virá das compras de empresas na América Latina. "Estamos atentos a oportunidades nos mercados em expansão. Mas não podemos de maneira alguma revelar onde esses investimentos acontecerão", diz o vice-presidente e líder da área financeira da IBM, Mark Loughridge.
O movimento em busca de novas oportunidades de negócios é constantemente acompanhado, para não dizer direcionado, pelos estudos feitos pela área de pesquisa da empresa, que recebe investimentos de US$ 6 bilhões todos os anos. A inovação sempre foi apontada como uma das grandes armas da companhia e, para especialistas no mercado de tecnologia, foi o que salvou a corporação de perder o rumo em meio às mudanças do mercado nas últimas décadas. Há anos é a empresa que mais registra patentes no mundo.
O ponto central desse trabalho é o Thomas Watson Research Center, sede da pesquisa mundial da IBM, dividido em três sites. Dois deles ficam em Nova Iorque (Hawthorne e Yorktown Heights) e um no estado de Massachusetts (Cambridge). O principal laboratório é o Yorktown Heights, instalado em um prédio todo envidraçado e projetado para que os pesquisadores ali alocados possam usufruir de uma vista invejável, cercado pela natureza.
Em cada uma das salas espalhadas pelo edifício estão cérebros privilegiados, como físicos, psicólogos e sociólogos, entre dezenas de outras especialidades, fazendo pesquisas no sentido mais genuíno da palavra. Entre os estudos realizados estão desde a nova geração de tecnologias para fazer a leitura das sequências de DNA até um sistema de inteligência artificial que está sendo preparado para concorrer com as pessoas que participam do programa de televisão dos Estados Unidos Jeopardy!, de perguntas e respostas.

Hawthorne lidera interações com indústria

A alguns quilômetros do laboratório de pesquisa Yorktown Heights está instalado o Hawthorne Industry Solution Lab, no qual acontece boa parte das interações da IBM com o mercado. Dos cerca de 12 mil briefings realizados por ano, 4 mil são feitas nessa unidade.
Como o Hawthorne, a IBM possui mais oito Industry Solutions Labs espalhados pelo mundo, em países como Alemanha, China, Índia e Japão. O mais recente deles é o do Brasil, anunciado neste ano, e que se iniciou operando no Rio de Janeiro e São Paulo. A meta é que esse laboratório reúna mais de 100 pesquisadores nos próximos cinco anos, que se juntarão aos atuais 3 mil. Um dos focos locais será o desenvolvimento de tecnologias para um planeta mais inteligente.
Esse, aliás, é um dos assuntos que mais tem recebido atenção do time de pesquisas. Já está sendo testado em Pequim, na China, um complexo sistema capaz de prever como estará o trânsito em cada ponto da cidade, dentro do tempo especificado pelo usuário.
O Brasil é um dos focos prioritários, na medida em que receberá muitos investimentos em infraestrutura para a Copa e para as Olimpíadas. "Temos um time de experts no Brasil para ajudar o País a se preparar", observa a vice-presidente de soluções para a indústria e novos negócios da IBM, Katharine Frase.

Cloud computing é ferramenta estratégica para companhia

Outro tema que está na ponta da língua dos principais gestores da IBM é o cloud computing. "Estamos fortemente direcionados a entregar serviços aos clientes capazes de levar a um aumento da qualidade e produtividade dos seus negócios. Pensamos nisso 24 horas por dia", afirma David Liederbach, gerente-geral de estratégica de outsourcing da IBM. Essas novas modalidades de entrega de serviços serão responsáveis até 2015 por 35% do orçamento de TI das corporações, segundo estudo da Forrester Research. A computação em nuvem deve gerar US$ 195 bilhões nos próximos cinco anos no mundo. Entre as vantagens está um maior acesso e integração dos dados. São clientes dessas soluções a Força Aérea dos Estados Unidos Panasonic e a própria IBM.
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