A volta dos rumores da fusão entre Citrosuco e Citrovita, operação que criaria a maior empresa de suco de laranja do planeta, foi encarada com desprezo pelas duas companhias. Por meio de suas assessorias de comunicação, a Citrosuco negou a operação e a Citrovita nem sequer comentou as notícias, que circulam no setor desde meados de 2008. À época, conversas sobre a fusão, inclusive com uma operação inversa com a compra da Citrosuco pela Citrovita, chegaram às fábricas das empresas no interior de São Paulo.
No setor, o comentário é que dois pontos tornariam muito difícil uma operação como esta: o mercado internacional, que compra mais de 90% do suco produzido no País, não encararia bem um agrupamento desse tipo, o que evitaria ainda mais a concorrência no setor. Também pesa contra o fato de a negociação ocorrer no pior momento para as empresas, que enfrentam justamente o afunilamento das investigações por órgãos públicos da concentração no setor.
Com unidades nas cidades paulistas de Catanduva, Matão e Araras, esta última adquirida em 2005 da Sucorrico, a Citrovita é a terceira maior produtora de suco de laranja do País, com pouco mais de 15% do mercado. Já a Citrosuco, com o dobro da produção da Citrovita, é a segunda maior e tem unidades nas cidades paulistas de Matão, Limeira e Bebedouro, que foi adquirida na compra da Cargill, em 2004, mas que foi fechada por tempo indeterminado desde a safra passada. A Citrosuco tem, ainda, uma unidade em Lake Wales, na Flórida (EUA), e o Grupo Fischer produz ainda suco de laranja em Videira (SC) aproveitando a capacidade ociosa da unidade produtora de suco de maçã.
A líder do mercado é a Cutrale, com mais de 35% do mercado, e a Louis Dreyfus Commodities (LDC) fica perto da Citrovita, com pouco menos de 15% em um setor concentrado e praticamente restrito às quatro companhias.