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Cúpula da américa latina

- Publicada em 23 de Fevereiro de 2010 às 00:00

México cita Simon Bolívar para defender unidade entre países


Ronaldo Schemdt/AFP/JC
Jornal do Comércio
Na abertura da reunião da Cúpula da América Latina e Caribe (CALC), o presidente mexicano, Felipe Calderón, evocou o líder revolucionário Simon Bolívar para defender a unidade dos países da América Latina. Ele conclamou as nações a construírem um espaço comum que agrupe todos os países da América Latina e Caribe. "No México estamos convencidos de que o ideal de Bolívar, de uma América unida, continua vivo e está mais vivo do que nunca; esse foi o sonho de Bolívar, de uma só nação americana, unida em seus valores de democracia, justiça e igualdade."
Na abertura da reunião da Cúpula da América Latina e Caribe (CALC), o presidente mexicano, Felipe Calderón, evocou o líder revolucionário Simon Bolívar para defender a unidade dos países da América Latina. Ele conclamou as nações a construírem um espaço comum que agrupe todos os países da América Latina e Caribe. "No México estamos convencidos de que o ideal de Bolívar, de uma América unida, continua vivo e está mais vivo do que nunca; esse foi o sonho de Bolívar, de uma só nação americana, unida em seus valores de democracia, justiça e igualdade."
Ao propor a criação de uma nova organização de integração, Calderón pediu uma entidade que "reafirme a unidade e identidade da região, abrindo novas vias para as aspirações a integração e desenvolvimento". Calderón disse que a nova entidade será ainda mais forte do que o grupo do Rio e a Cúpula da América Latina, porque será uma união de toda a região.
O documento final do encontro vai trazer um tópico aprovando a integração da CALC com o Grupo do Rio, que ainda não tem um nome definido, mas já está sendo informalmente chamado de OEA do B. O assessor internacional da presidência da República, Marco Aurélio Garcia, salientou que nesta reunião de Cancun este processo, iniciado na Bahia, no ano passado, será aprofundado.
Ele lembrou que o Grupo do Rio, "que estava agonizando, foi revigorado quando houve a crise do Equador com a Colômbia" e ganhou um novo alento, quando houve a reunião no Sauipe, na Bahia. "A ideia é de que os dois grupos possam convergir no espaço de um ano, dois anos para que possamos ter efetivamente uma comunidade latino-americana e caribenha", disse Marco Aurélio.
Na chegada para o encontro na manhã de ontem, foi possível ver o uniforme da OEA do B: a guayabera branca. Todos os chefes de Estado apareceram vestindo guayaberas brancas, oferecidas pelo anfitrião, que mandou confeccioná-las especialmente para a ocasião. Apenas o presidente venezuelano Hugo Chávez não seguiu o figurino e optou por uma camisa verde-exército com uma camiseta vermelha por baixo.
A cúpula se inspirou nas reuniões da Apec, a entidade de cooperação da Ásia pacífico, onde todos os anos os chefes de Estado usam a mesma roupa. Lula, apesar de ter ganho uma nova guayabera, também preferiu usar a sua antiga, que trouxe na mala do Brasil.
Pelo menos 25 chefes de Estado estão participando do encontro em Cancun. O anfitrião Felipe Calderón foi o primeiro a falar, e o único discurso que a imprensa pôde acompanhar. Já discursaram no encontro os presidentes da Argentina, Bolívia, Equador, Uruguai e Panamá.

Brasil construirá usina hidrelétrica no Haiti

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Brasil construirá uma usina hidrelétrica no Haiti. O projeto é do Exército, e o governo deseja financiar empresas brasileiras para fazer a construção, afirmou Lula. De acordo com ele, com a usina, o Haiti (onde um terremoto matou milhares de pessoas em 12 de janeiro) poderá promover irrigação agrícola e assegurar eletricidade para que fábricas possam se instalar naquele país.
"Acho que é uma grande contribuição que o Brasil vai dar. Vou lá para discutir com o presidente René Préval quais são as prioridades e com as Forças Armadas brasileiras, que são coordenadoras da Força de Paz, aquilo que a gente pode definir como prioridade, porque o Haiti está precisando do mundo e o mundo, agora, vai ter de fazer pelo Haiti aquilo que não fez nas décadas passadas", afirmou.
Lula delineou seu itinerário de viagens pelo México, Cuba, Haiti e El Salvador, que iniciou no domingo. Até hoje, o presidente participa da Cúpula da América Latina e do Caribe, e do Grupo do Rio, em Cancun, no México. Depois, vai a Cuba divulgar investimentos em Havana. No Haiti, se reunirá com o presidente Préval para debater a construção da hidrelétrica.
O presidente Lula declarou que esta será a primeira vez que a região do Caribe é abrangida no roteiro de viagens. Para o presidente, a cúpula é um fórum novo, que permite discutir as dificuldades desses países com mais agilidade e, ao mesmo tempo, encontrar as potencialidades de investimentos recíprocos.

Desire Petroleum viola resoluções da ONU, denuncia Cristina

A presidente da Argentina, Cristina Kirchner, acusou a petrolífera inglesa Desire Petroleum de violar resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). "A instalação de uma plataforma para a busca de petróleo nas Ilhas Malvinas é uma violação das disposições da ONU", disse Cristina, ontem, durante discurso na cúpula dos presidentes dos países da América Latina e Caribe, em Cancun. A presidente reiterou que "a Argentina vai insistir em sua reivindicação pela soberania sobre as Ilhas Malvinas".
Cristina disse que a posse argentina das Malvinas é uma questão regional, porque, segundo argumentou, os conflitos pela soberania no século XXI são disputas pelos recursos naturais. Cristina também agradeceu o forte apoio dos presidentes latino-americanos, que vão assinar uma declaração conjunta sobre "os legítimos direitos da República Argentina" sobre as Malvinas.
Segundo o jornal Clarín, diferentemente de declarações anteriores, o texto vai especificar que a disputa sobre a soberania, envolvendo, além das Malvinas, duas outras ilhas governadas pelo Reino Unido, Geórgia do Sul e Sandwich, inclui "os espaços marítimos circundantes".
Para a diplomacia argentina, esse detalhe é fundamental porque se refere à área que começou a ser explorada pela Desire Petroleum. Outro gesto importante, segundo a chancelaria argentina, é que os países do Caribe, que já foram colônias britânicas, também estariam dispostos assinar o documento de protesto contra o avanço do Reino Unido na exploração de petróleo nas águas das Malvinas.
Com o apoio do chanceler da Jamaica, Kenneth Baugh, o governo argentino teria o respaldo dos 14 países caribenhos, cuja maioria conseguiu sua independência da Grã-Bretanha nas últimas décadas. A companhia britânica Desire Petroleum iniciou, ontem, as operações de exploração de petróleo nas Ilhas Malvinas, chamada pelos ingleses de Falklands. As projeções da companhia indicam que há 60 bilhões de barris de petróleo na área mencionada. Contudo, a companhia de exploração de gás e petróleo que opera no arquipélago afirma que o volume de exportação seria muito menor. A plataforma petrolífera foi transportada da Escócia até o Atlântico Sul e chegou às águas das Malvinas no dia 19. Na semana passada, a presidente Cristina Kirchner assinou um decreto que exige, de qualquer embarcação, uma autorização prévia para navegar por águas argentinas.
Segundo o vice-chanceler Victorio Taccetti, a medida tornará mais cara e difícil a exploração do petróleo por empresas inglesas nas Ilhas Malvinas.
A Argentina considera que as operações de exploração são ilegais, já que existe uma disputa territorial sobre o arquipélago ocupado pelos ingleses desde 1833. A soberania pelas Malvinas é uma histórica reivindicação da Argentina, que chegou à guerra contra a Inglaterra, em 1982, na qual sofreu uma dura derrota. O conflito armado matou 649 argentinos e 255 britânicos.
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