Corrigir texto

Se você encontrou algum erro nesta notícia, por favor preencha o formulário abaixo e clique em enviar. Este formulário destina-se somente à comunicação de erros.

AGRONEGÓCIOS

- Publicada em 06 de Janeiro de 2010 às 00:00

Pecuária teme preço e dólar em queda


Jornal do Comércio
A cadeia produtiva do boi demonstra preocupação com o mercado para 2010, que dá poucos sinais de recuperação. Os preços baixos no Brasil e nos principais mercados e o dólar desvalorizado, cuja alta poderia compensar as perdas na exportação de carne, são as causas principais desse temor. "O ideal para a exportação da nossa carne é o dólar ser de R$ 2,20 para cima", afirmou Otávio Cançado, secretário-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

A cadeia produtiva do boi demonstra preocupação com o mercado para 2010, que dá poucos sinais de recuperação. Os preços baixos no Brasil e nos principais mercados e o dólar desvalorizado, cuja alta poderia compensar as perdas na exportação de carne, são as causas principais desse temor. "O ideal para a exportação da nossa carne é o dólar ser de R$ 2,20 para cima", afirmou Otávio Cançado, secretário-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Mesmo com 2009 ainda sem um balanço final das exportações, é possível prever que a queda na receita ante 2008 seja próxima a 30% e o volume recue em torno de 15%. Ou seja, o Brasil vendeu carnes com menor valor para os clientes externos, por conta da queda de consumo no mundo pós-crise de liquidez e ainda pelo fato de os principais concorrentes - Estados Unidos, Uruguai, Argentina e Austrália - estarem bastante ofertados.

José Vicente Ferraz, diretor e analista da AgraFNP, avalia que o mercado consumidor possa se recuperar neste ano, com crescimento da economia nos principais países compradores do Brasil. "Mas o câmbio segue como condicionante para muitos produtos, entre eles as carnes. Se houver mais desvalorização, poderemos ter problemas sérios para o setor", disse.

O pecuarista Ricardo de Castro Merola, presidente da Associação Nacional dos Confinadores (Assocon), avalia que o dólar desvalorizado tornou a carne brasileira muito cara e o País sofreu com os concorrentes. Segundo ele, a conquista de novos mercados, como Japão, Coreia do Sul e Estados Unidos, que pagam preços melhores, seria uma saída para compensar as perdas com o câmbio. Mas as barreiras sanitárias ainda impostas por esses países praticamente inviabilizam a exportação da carne brasileira.

Nesse cenário, de acordo com o presidente da Assocon, o confinamento bovino em 2010 certamente recuará. "Ainda é impossível saber quanto cairá, mas é praticamente inviável confinar, já que o custo do boi magro é maior que o do boi gordo", disse Merola, cuja entidade representa 60 pecuaristas que, em 2009, confinaram 530 mil animais, cerca de 20% dos 2,6 milhões abatidos no País.

Com o mercado saturado e o consumo ainda sem sinais de recuperação, as exportações de carne para a Europa diminuíram. A queda, influenciada também pelas constantes exigências feitas pela União Europeia, levou o Brasil a ameaçar contestar o bloco econômico junto à Organização Mundial do Comércio (OMC).

Enquanto 2009 foi marcado por grandes fusões e aquisições no setor de proteínas animais, comandadas pelo Marfrig e pela JBS Friboi, que se tornou a maior companhia do setor no planeta, 2010 deve ser o ano da consolidação e de aquisições menores. "Nem tem muito mais espaço para grandes aquisições", avaliou Flávio Abdo, da Icap Corretora. Já José Vicente Ferraz, da AgraFNP, acredita que a concentração da indústria de frigoríficos no Brasil levará o pecuarista a buscar estratégias alternativas, como fazer um pool de produtores.

Conteúdo Publicitário
Leia também
Comentários CORRIGIR TEXTO