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Tecnologia

- Publicada em 22 de Dezembro de 2009 às 00:00

Parques tecnológicos são desafio para o Estado


Jornal do Comércio
O Rio Grande do Sul deve passar a ter a partir de 2010 ações mais efetivas de estímulo à criação e expansão dos parques tecnológicos. A regulamentação na sexta-feira passada do capítulo da Lei de Inovação que trata para esse tema já prevê, de antemão, investimentos de aproximadamente R$ 10 milhões.

O Rio Grande do Sul deve passar a ter a partir de 2010 ações mais efetivas de estímulo à criação e expansão dos parques tecnológicos. A regulamentação na sexta-feira passada do capítulo da Lei de Inovação que trata para esse tema já prevê, de antemão, investimentos de aproximadamente R$ 10 milhões.

Uma das primeiras definições foi a instituição do Programa Gaúcho de Parques Científicos e Tecnológicos (PGtec). Em janeiro será elaborado um edital com os critérios e, a partir disso, as organizações interessadas poderão se credenciar para pleitear os recursos.

A expectativa é que parte considerável dos recursos seja destinada para a criação de novos parques. O Rio Grande do Sul possui três desses empreendimentos consolidados: Tecnopuc, Tecnosinos e Valetec. Mas existem ainda outras ações concretas em municípios como Santa Maria, Caxias do Sul, Pelotas e Passo Fundo. "A ideia é criar uma rede de parques tecnológicos no Estado, aportando recursos também em regiões ainda carentes dessas iniciativas, como a Noroeste e a Metade Sul", observa o secretário da Ciência e Tecnologia (SCT), Artur Lorentz.

Além de ajudar no estabelecimento de novos parques tecnológicos no Estado, a expectativa é que o programa destine parte dos recursos para os que já estão em operação. O diretor-executivo do Parque Tecnológico do Vale dos Sinos (Valetec), Mauricio Andrade, explica que a dependência dos parques às instituições de ensino as quais estão ligadas ainda é muito forte. "A participação do governo estadual e federal é fundamental para ajudar a tornar esses empreendimentos autossustentáveis", diz.

O empreendimento está ligado à Feevale e possui 38 empresas associadas e algumas residentes no município de Campo Bom. Em 2010 se iniciam as obras para a construção de uma unidade em Novo Hamburgo.

O diretor do Tecnopuc, Roberto Moschetta, afirma que o grande desafio do parque é alcançar a sustentabilidade. Há sete anos em operação, a estimativa é que isso ocorra em três anos. "Os recursos destinados não envolvem apenas a área física, mas a construção de um ambiente que possibilite uma interação da universidade com as empresas em prol da inovação", observa.

A regulamentação deve ser o primeiro passo para que o governo estadual estabeleça as normas para a destinação dos recursos. Nesse caso, um dos fatores fundamentais é a definição do que é efetivamente um parque tecnológico e a sua diferenciação de outros tipos de operações, como distritos industriais e clusters empresariais. Um parque tecnológico genuíno deve envolver os três tradicionais agentes: poder público, universidade e empresas. "Essa adequação ao conceito deve diminuir os pleiteantes e, com isso, viabilizar a colocação de mais recursos em menos parques classificados", projeta.

A diretora de inovação e tecnologia do Tecnosinos, Susana Kakuta, também defende que essa legislação atue na consolidação dos parques atuais. O Tecnosinos, segundo ela, já atingiu uma maturidade, mas enfrenta desafios pela frente. "Além do crescimento físico, temos que manter o apoio para as empresas e atrair mão de obra especializada, e será importante ter o apoio do Estado", revela.

Anprotec destaca potencial para crescimento

Os parques tecnológicos têm se consolidado como uma importante plataforma de desenvolvimento tecnológico do País. E, nesse cenário, o Rio Grande do Sul reafirma a sua posição de protagonista.

Pioneiro nas ações de estímulo ao desenvolvimento de incubadoras e de parques tecnológicos, o Estado chega ao mesmo patamar de São Paulo, Minas Gerais e Pará, que também possuem programas estaduais voltados para essa área. "Os gaúchos estão provando que têm todas as condições de promover o desenvolvimento baseado ao estímulo à inovação", destaca a superintendente-executiva da Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), Sheila Oliveira Pires. O Brasil tem hoje 74 iniciativas na área, algumas em operação e outras em fase de implantação.

Esse modelo de negócios é mundial e tem como um dos seus ícones o Parque do Triângulo da Pesquisa, na Carolina do Norte (EUA). O empreendimento comemora em 2009 os seus 50 anos de atuação com mais de 170 empresas e 42 mil profissionais. "É um grande exemplo de como uma comunidade pode definir estratégias e aportar recursos para gerar benefícios regionais", acrescenta Sheila.

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