A partir de agora, a gaúcha Zamprogna, uma das maiores fabricantes de tubos com costura do Brasil, as distribuidoras Rio Negro, Dufer e Fasal e as unidades industriais Usial e Usicort, farão parte do novo braço do grupo siderúrgico Usiminas, denominado Soluções Usiminas. Embora essas companhias já estejam operando, ontem, em São Paulo, formalizou-se a integração desses ativos.
Conforme o diretor-executivo da Soluções Usiminas, Luiz Ernesto Migliora, até o final do ano as empresas envolvidas na iniciativa terão a identidade visual alterada para Soluções Usiminas. No total, a companhia concentrará em torno de 2,5 mil funcionários. Com o rearranjo societário realizado, o capital da Soluções Usiminas foi dividido entre a Usiminas (68,9%), a Metal One Corporation (20%) e a família Sleumer (11,1%).
"A meta é expandir os nossos produtos e serviços, agregando valor ao processo," afirma o vice-presidente de Negócios da Usiminas, Sérgio Leite. Para 2010, o objetivo da empresa é comercializar mais de 1,2 milhão de toneladas de produtos em aço e faturar em torno de R$ 3,6 bilhões.
A nova companhia inicia suas operações com uma base de cerca de 10 mil clientes e com atuação em 14 unidades industriais - localizadas nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Espírito Santo e Pernambuco. Os principais produtos a serem comercializados são bobinas, chapas, rolos, blanks (peças cortadas em diversas formas), conjuntos soldados, telhas, soluções em moradia de aço e tubos.
O vice-presidente de Negócios da Usiminas ressalta que depois de um primeiro semestre ruim para o setor siderúrgico, começou a ocorrer uma recuperação a partir do segundo semestre. Com essa expectativa de aquecimento do mercado, o grupo Usiminas deverá investir em torno de R$ 2 bilhões em 2009 e elevar esse patamar no próximo ano.
Leite também confirma o interesse na instalação de uma unidade da Usiminas no município de Rio Grande para atender à demanda do polo naval que se forma no local. A perspectiva é de que seja implementado na região um centro de serviços, envolvendo a produção e a distribuição de chapas de aço.
No entanto, o executivo acrescenta que o modelo do projeto, o investimento e o seu cronograma dependerão do desenvolvimento desse mercado. Leite enfatiza que o pré-sal deverá desencadear várias oportunidades para os grupos que atuam no setor do aço.
A siderúrgica Usiminas informou que a redução de desconto do aço que está negociando com clientes industriais deve ficar entre 7,5% e 10%. A empresa anunciou recentemente que as conversas com clientes industriais, em especial do setor automotivo e da linha branca, estão em curso e devem ser concluídas no início de 2010.
No mercado externo, a Usiminas espera uma melhora mais efetiva apenas em 2012. Mesmo assim, a companhia continua a estudar um investimento em siderurgia no exterior. De acordo com o executivo, o investimento pode ocorrer em diferentes etapas da cadeia siderúrgica. "Estamos avaliando o leque completo, inclusive unidades de produção e centros de distribuição", afirmou. Atualmente, a Usiminas tem uma participação na siderúrgica argentina Ternium, que tem operações no México e na Argentina.