Em cartaz na Casa da Memória Unimed Federação/RS (Rua Santa Terezinha, 263) a partir desta quarta-feira (19), a exposição Erico, entre linhas e afetos baseia sua narrativa em um conceito de intimidade, focando nas trocas afetivas e criativas do consagrado escritor gaúcho Erico Verissimo (1905-1975) com o mundo das artes. A mostra integra o Festival Legado (uma ação conjunta da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, da Fundação Theatro São Pedro, da Associação Literária Erico Verissimo e da Unimed/RS, que celebra os 120 anos do autor) e estará aberta para visitação gratuita até o dia 22 de dezembro, de segunda a sexta-feira, sempre das 13h às 18h.
Desviando o olhar da obra literária de Verissimo para explorar o lado humano, o círculo de amizades e a relação pessoal do escritor com as artes visuais, a exposição reúne obras recebidas pelo escritor, muitas delas com dedicatórias que atestam relações pessoais e criativas. "São gravuras, pinturas, aquarelas, desenhos de vários tamanhos e técnicas diversas", resume Marco Aurélio Biermann Pinto, responsável pela curadoria da mostra ao lado de José Francisco Alves. Segundo ele, a maioria das peças (13) foi selecionada em uma visita à casa da família de Verissimo, e integram uma série de obras de maior valor sentimental e artístico, dentre várias que o escritor recebeu de presente ao longo da vida. "É um outro perfil de aquisição de obras de arte, pois se dá a partir de trocas afetivas e criativas", pontua. "Tais criações alheias, acolhidas na coleção de Erico, documentam a rede de trocas e encontros que marcou sua vida."
De acordo com Biermann Pinto, peças de artistas renomados como Aldemir Martins, Edgar Koetz, Vasco Prado e Zoravia Bettiol compõem este "painel de amizades", incluindo trabalhos feitos em comemoração às sete décadas de vida do escritor, que ele não chegou a completar (visto que faleceu um mês antes, aos 69 anos de idade). "Não é uma mostra de obras dispostas para admiração distante. É um convite ao contato com uma rede de sensibilidades que persiste além do tempo de Erico Verissimo", afirma o release de divulgação da exposição. "A curadoria buscou selecionar obras que além do valor estético, carregassem essa experiência afetiva", reforça Biermann Pinto. Ele aponta que essa continuidade do afeto "se estende até as gerações seguintes", ao destacar a presença de uma das obras na mostra, produzida pelo pintor Danúbio Gonçalves e dedicada ao escritor Luis Fernando Verissimo, filho de Erico.
Somando 22 peças, entre obras de arte e ilustrações de livros do autor gaúcho, a mostra ainda materializa a ideia de que a literatura se expande em imagem, apresentando, em um de seus núcleos, a representação visual de O tempo e o vento (série literária de romances históricos de Verissimo produzida entre 1948 a 1961). "Dentre os quadros que integram este núcleo estão algumas ilustrações em nanquim assinadas pelo pintor e escultor Nelson Boeira Faedrich (1912-1994), e feitas para a edição especial de O tempo e o vento publicada em 1985, em comemoração aos 150 anos da Revolução Farroupilha", destaca o curador. "Nessas imagens, o Nelson Faedrich faz uma leitura visual que amplia a capacidade de absorção do texto", avalia Biermann Pinto.
A mostra também revela o lado ilustrador de Erico Verissimo. No ambiente expositivo, localizado na sala principal da Casa da Memória Unimed Federação/RS, estão em exibição quatro desenhos de autoria do escritor – três menores e um destacado na parede de entrada da mostra –, alguns oferecidos a terceiros. Algumas dessas ilustrações de autoria do escritor gaúcho presentes nas paredes estão sendo exibidas ao público pela primeira vez, após serem retiradas da antiga residência de Verissimo, pontua o curador. De acordo com ele, esse material se conecta diretamente com a autodeclaração do autor, que se dizia um "pintor frustrado" que procurava "pintar com as palavras". Biermann Pinto menciona ainda que, durante a pesquisa da curadoria ao lado de Alves, confirmou a intensidade da relação do escritor com a arte, que incluía visitas a museus e o hábito de começar a escrever desenhando seus personagens.
"A Casa da Memória Unimed Federação/RS exibe um pequeno conjunto de obras que, por permissão da família, saem pela primeira vez da antiga residência de Erico Verissimo. Essa apresentação de acervo inédito proporciona aos admiradores um acesso mais íntimo à figura do autor", salienta o coordenador da Casa da Memória Unimed Federação/RS, Salus Loch. Ele destaca, ainda, que a inclusão da escultura em fibra de vidro de Erico Verissimo – emprestada do Memorial do prédio da antiga Livraria do Globo – no ambiente expositivo reforça esse convite à proximidade, como uma representação do escritor em proporções humanas. "Os visitantes inclusive podem sentar-se ao lado da escultura, para registrar esse 'encontro' em fotografias", sugere Loch.
Em paralelo à mostra, a Unimed Federação/RS ainda irá desenvolver duas atividades especiais, também gratuitas e abertas ao público: o Painel sobre Thomas Mann e Erico Verissimo, que ocorre no dia 25 de novembro, às 19h, na sede da Federação (Rua Santa Terezinha, 340), em parceria com o Goethe-Institut POA e a Ufrgs; e uma conversa com a professora Paula Ramos e a neta do escritor, Fernanda Verissimo, agendada para o dia 4 de dezembro, que deve ocorrer na Casa da Memória Unimed, ainda em horário a ser confirmado.
Somando 22 peças, entre obras de arte e ilustrações de livros do autor gaúcho, a mostra ainda materializa a ideia de que a literatura se expande em imagem, apresentando, em um de seus núcleos, a representação visual de O tempo e o vento (série literária de romances históricos de Verissimo produzida entre 1948 a 1961). "Dentre os quadros que integram este núcleo estão algumas ilustrações em nanquim assinadas pelo pintor e escultor Nelson Boeira Faedrich (1912-1994), e feitas para a edição especial de O tempo e o vento publicada em 1985, em comemoração aos 150 anos da Revolução Farroupilha", destaca o curador. "Nessas imagens, o Nelson Faedrich faz uma leitura visual que amplia a capacidade de absorção do texto", avalia Biermann Pinto.
A mostra também revela o lado ilustrador de Erico Verissimo. No ambiente expositivo, localizado na sala principal da Casa da Memória Unimed Federação/RS, estão em exibição quatro desenhos de autoria do escritor – três menores e um destacado na parede de entrada da mostra –, alguns oferecidos a terceiros. Algumas dessas ilustrações de autoria do escritor gaúcho presentes nas paredes estão sendo exibidas ao público pela primeira vez, após serem retiradas da antiga residência de Verissimo, pontua o curador. De acordo com ele, esse material se conecta diretamente com a autodeclaração do autor, que se dizia um "pintor frustrado" que procurava "pintar com as palavras". Biermann Pinto menciona ainda que, durante a pesquisa da curadoria ao lado de Alves, confirmou a intensidade da relação do escritor com a arte, que incluía visitas a museus e o hábito de começar a escrever desenhando seus personagens.
"A Casa da Memória Unimed Federação/RS exibe um pequeno conjunto de obras que, por permissão da família, saem pela primeira vez da antiga residência de Erico Verissimo. Essa apresentação de acervo inédito proporciona aos admiradores um acesso mais íntimo à figura do autor", salienta o coordenador da Casa da Memória Unimed Federação/RS, Salus Loch. Ele destaca, ainda, que a inclusão da escultura em fibra de vidro de Erico Verissimo – emprestada do Memorial do prédio da antiga Livraria do Globo – no ambiente expositivo reforça esse convite à proximidade, como uma representação do escritor em proporções humanas. "Os visitantes inclusive podem sentar-se ao lado da escultura, para registrar esse 'encontro' em fotografias", sugere Loch.
Em paralelo à mostra, a Unimed Federação/RS ainda irá desenvolver duas atividades especiais, também gratuitas e abertas ao público: o Painel sobre Thomas Mann e Erico Verissimo, que ocorre no dia 25 de novembro, às 19h, na sede da Federação (Rua Santa Terezinha, 340), em parceria com o Goethe-Institut POA e a Ufrgs; e uma conversa com a professora Paula Ramos e a neta do escritor, Fernanda Verissimo, agendada para o dia 4 de dezembro, que deve ocorrer na Casa da Memória Unimed, ainda em horário a ser confirmado.