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Publicada em 12 de Novembro de 2025 às 19:19

Adriana Calcanhotto leva o universo lúdico de Partimpim ao Araújo Vianna

Baseado no disco ‘O Quarto’, show no Araújo Vianna reúne repertório dos quatro álbuns do projeto infantil

Baseado no disco ‘O Quarto’, show no Araújo Vianna reúne repertório dos quatro álbuns do projeto infantil

Fernando Schlaepfer/Divulgação/JC
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Amanda Flora
Amanda Flora
“Avião sem asa/ Fogueira sem brasa/ Sou eu assim sem você”. O verso de uma das canções mais marcantes do repertório de Adriana Calcanhotto atravessou gerações, presença certa nas apresentações escolares e se tornou, para muitas crianças, a porta de entrada para o universo lúdico do projeto Adriana Partimpim. Duas décadas depois do primeiro disco, a artista retorna aos palcos com a turnê de O Quarto, quarto álbum da série musical voltada ao público infantil e também aos adultos de hoje que cresceram com ela.
“Avião sem asa/ Fogueira sem brasa/ Sou eu assim sem você”. O verso de uma das canções mais marcantes do repertório de Adriana Calcanhotto atravessou gerações, presença certa nas apresentações escolares e se tornou, para muitas crianças, a porta de entrada para o universo lúdico do projeto Adriana Partimpim. Duas décadas depois do primeiro disco, a artista retorna aos palcos com a turnê de O Quarto, quarto álbum da série musical voltada ao público infantil e também aos adultos de hoje que cresceram com ela.
A turnê terá um capítulo especial na capital gaúcha. No dia 16 de novembro, Adriana se apresenta no Araújo Vianna (Osvaldo Aranha, 685) em Porto Alegre, no mesmo domingo que marca o encerramento da 71ª Feira do Livro. O show começa à tarde, às 17h, horário ideal para levar os pequenos para curtir com toda a família. Os ingressos custam a partir de R$70,00 e podem ser adquiridos via plataforma Sympla.
Para a artista, o show na cidade natal tem contornos únicos. “É um lugar onde eu não preciso explicar nada. Há uma cumplicidade silenciosa, um afeto que só existe ali”, afirma. Ela contou que, sempre que possível, ela tenta chegar antes para reencontrar amigos e acompanhar a cidade para além do roteiro de shows.
Antes de retomar com a turnê de Partimpim, Adriana esteve recentemente em Porto Alegre em um momento emblemático: como convidada especial do show Tempo Rei, de Gilberto Gil, tour que marca a despedida do artista aos palcos. O convite foi feito com antecedência pela produção de Gil, que exigiu sigilo absoluto. “Fiquei no mesmo hotel, ensaiamos no dia anterior, mas eu nem saía do quarto para não ser vista com ele e estragar a surpresa”, conta. A escolha da música também carregou valor afetivo. Punk da Periferia a transportou diretamente à adolescência no bairro Menino Deus, quando saía da escola para ouvir os discos do cantor. “Era o momento em que eu morava em Porto Alegre, e aquelas músicas faziam parte da paisagem sonora dos meus dias."
O retorno ao território infantil veio não por nostalgia, mas por continuidade. “Desde o início minha ideia era construir uma discografia, não fazer algo isolado. Quando começaram a falar dos 20 anos do primeiro álbum, percebi que era o momento de lançar O Quarto”, explica. Ela mantém, desde o início do projeto, uma lista de canções possíveis para gravar, algumas atravessando anos de espera, como Atlântida, de Rita Lee, finalmente escolhida para este disco.
A produção do álbum, no entanto, coincidiu com as enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em 2024, o que transformou o processo criativo. “Eu saía de casa me arrastando. Era difícil acessar a leveza necessária”, lembra a cantora gaúcha. A virada emocional veio com a comoção pelo resgate do cavalo Caramelo, que a inspirou a gravar Estrela, Estrela, do conterrâneo Vitor Ramil, faixa que não estava prevista no repertório do projeto. “Eu pensei no Partimpim imaginando o Caramelo cantarolando essa música. Depois percebi que o Estado inteiro estava na mesma sintonia e comoção com o resgate dele.”
No palco, Partimpim surge menos como personagem e mais como atmosfera. “É sobre esquecer preocupações adultas, rigidez, coerência. É uma frequência mais livre, que contamina todo mundo”, define. O show revisita canções dos quatro discos e já tem repertório consolidado: Lição de Baião, Alexandre, Bim Bom, Canção da Falsa Tartaruga, O Meu Quarto, Atlântida, Malala, O Homem Deu Nome a Todos os Animais e, naturalmente, Fico Assim Sem Você. Também entra no roteiro Monstros sob a cama, composta para que a neta de Luís Fernando Verissimo cantasse ao avô, que dizia nunca ter certeza de que não havia criaturas sob a cama. Curiosamente, essa música só ganha estreia ao vivo agora, já que o terceiro álbum do projeto não chegou a ter turnê.
Adriana destaca ainda a dinâmica colaborativa da produção. “No Partimpim, todo mundo dá ideia, mesmo fora da sua área. É diferente do mundo adulto, em que as fronteiras são mais rígidas. Aqui tudo é mais orgânico, e isso resulta em uma construção muito rica”, afirma.
Sobre novos projetos, Adriana reforça que o foco segue integral no Partimpim. “O show exige uma preparação enorme: voz, figurino, som do violão, som da banda. É o dia inteiro trabalhando para o espetáculo.” A partir do verão, quando a agenda permite pausas, a intenção é retomar a composição com calma. “Preciso abrir espaço para o caos necessário da criação. Estou ensaiando voltar a escrever, sem compromisso ainda, mas como exercício.”

 

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