A discussão sobre o legado de Monteiro Lobato ganhou novos contornos no início da última década, quando cartas do autor com teor racista vieram a público junto à sua relação com a eugenia, ideologia que defendia o aperfeiçoamento humano por meio do “refinamento racial”. O debate permanece até hoje, dividindo opiniões entre pesquisadores, educadores e movimentos sociais. É a partir desse terreno controverso que o advogado e ex-jornalista Marco Túlio de Rose propõe uma investigação ampla, cuidadosa e documentada no livro Mas afinal, Monteiro Lobato era racista?, que será lançado neste domingo (9), na Feira do Livro de Porto Alegre.
A obra reúne pesquisa histórica, análise de correspondências e leitura crítica da produção adulta e infantil de Lobato, levando em conta o contexto social e intelectual das quatro primeiras décadas do século XX, período em que o autor moldou sua atuação como escritor, editor e personagem público. Citando o impacto da literatura infantil lobatiana, De Rose examina contradições, tensões e permanências sem abdicar de apresentar sua própria conclusão, sempre em diálogo respeitoso com interpretações divergentes. O lançamento terá sessão de autógrafos no domingo (9), às 17h, no Pavilhão de Autógrafos, e o livro também estará disponível na banca 35 da Editora AGE.