Às 17h30min desta sexta-feira (31), a 71° edição da Feira do Livro de Porto Alegre foi oficialmente aberta, e com ela, a magia da literatura volta a permear a Praça da Alfândega até o dia 16 de novembro. A solenidade contou com a presença de diversas autoridades das esferas municipal, estadual e federal, a patrona da feira do livro desta edição, a escritora Martha Medeiros, e o patrono da edição anterior, o escritor Sergio Faraco.
No início da cerimônia, o cantor nativista Elton Saldanha agraciou os presentes com a apresentação da canção Eu sou do Sul, cantada em uníssono junto do público. Após, um ato simbólico oficializou a passagem de patrono da feira com a entrega da chamada chave e do troféu à patrona Martha Medeiros. Faraco homenageou a nova patrona num discurso literário, no tom típico a qual ele e ela estão acostumados. “Teu modo de escrever, Martha, não tem manobras nem faz pose. É direto, franco, mas hospitaleiro. Como se estivesse no umbral da casa a espero dos leitores para conversar sobre o amor, a liberdade e o amadurecimento”, declarou o autor.
A patrona da 71ª Feira do Livro de Porto Alegre, visivelmente tímida e emocionada, fez um discurso homenageando todos os patronos anteriores a ela, em especial as mulheres, que totalizam em oito. “Maria Dinorah, Lya Luft, Patrícia Bins, Jane Tutikian, Cíntia Moskovich, Valesca de Assis, Maria Carpi e Marô Barbieri. É mais que uma honra, é uma emoção me juntar a elas e ser a nona patrona mulher desta que é a festa cultural mais importante do nosso Estado”, afirmou emocionada.
Ela ainda mencionou a importância de tornar a feira do livro também um espaço de festa e celebração ao livro e a literatura. “São tempos difíceis e desumanos, o contra-ataque possível é este. Estarmos aqui reunidos festejando os livros. O livro nunca vai ser obsoleto, o livro nunca vai desaparecer. Pelo contrário, ele é e será cada vez mais necessário para mantermos a sociedade de pé”, disse.
Como apreciadora da troca de saberes, Martha deixou um recado para quem for visitar a feira durante os 17 dias de evento: a doação de livros parados na estante. “Eu confio na literatura e confio em quem lê. Quem lê pensa, quem pensa transforma”, finalizou.
Também presente na solenidade, o prefeito da Capital, Sebastião Melo, relembrou os momentos difíceis da instalação da feira - relembrando a enchente de 2024 - e a resiliência em não se perder a tradição do evento de 71 anos. “Ela é uma setentona acolhedora e democrática. É um espaço de convivência, convergência e cultura. A partir deste momento a querida Praça da Alfândega, passa a se chamar Praça do Livro”, declarou o prefeito.
Ao final, o cantor Elton Saldanha voltou ao palco para cantar o hino riograndense, o hino de Porto Alegre e mais canções da música regional. O tradicional toque do sino da Feira aconteceu por volta das 18h30min, abrindo oficialmente as atividades literárias da 71ª edição da Feira do Livro. O evento segue até o dia 16 de novembro, com bancas abertas diariamente entre às 10h e 20h.