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Publicada em 28 de Outubro de 2025 às 17:56

Lilia Cabral contracena com a filha Giulia Bertolli no espetáculo 'A Lista'

Espetáculo 'A lista' traz Lilia Cabral e Giulia Bertolli em curta temporada no Teatro Simões Lopes Neto

Espetáculo 'A lista' traz Lilia Cabral e Giulia Bertolli em curta temporada no Teatro Simões Lopes Neto

Priscila Prade/Divulgação/JC
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Adriana Lampert
Adriana Lampert Repórter
Protagonizado por Lilia Cabral e a filha Giulia Bertolli, o espetáculo A lista cumpre curta temporada no Teatro Simões Lopes Neto do Multipalco Eva Sopher (rua Riachuelo, 1.089), a partir desta quinta-feira (30). As sessões ocorrem às 20h, exceto no domingo, (às 18h), data que marca o último dia de apresentações da montagem em Porto Alegre. Os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 220,00 e estão à venda no site no Theatro São Pedro.O texto de Gustavo Pinheiro, com direção de Guilherme Piva, marca o primeiro trabalho de Lilia e Giulia juntas em cena. Na peça, elas interpretam vizinhas que desenvolvem uma amizade improvável. Misturando humor e emoção, a narrativa, que chega na capital gaúcha com produção de Celso Lemos, acompanha a vida de Laurita, professora aposentada ranzinza e ressentida, e de Amanda, jovem que, durante o isolamento social desencadeado pela pandemia de Covid-19, se oferece para fazer compras de idosos do prédio em que mora, no bairro de Copacabana.
Protagonizado por Lilia Cabral e a filha Giulia Bertolli, o espetáculo A lista cumpre curta temporada no Teatro Simões Lopes Neto do Multipalco Eva Sopher (rua Riachuelo, 1.089), a partir desta quinta-feira (30). As sessões ocorrem às 20h, exceto no domingo, (às 18h), data que marca o último dia de apresentações da montagem em Porto Alegre. Os ingressos custam entre R$ 50,00 e R$ 220,00 e estão à venda no site no Theatro São Pedro.

O texto de Gustavo Pinheiro, com direção de Guilherme Piva, marca o primeiro trabalho de Lilia e Giulia juntas em cena. Na peça, elas interpretam vizinhas que desenvolvem uma amizade improvável. Misturando humor e emoção, a narrativa, que chega na capital gaúcha com produção de Celso Lemos, acompanha a vida de Laurita, professora aposentada ranzinza e ressentida, e de Amanda, jovem que, durante o isolamento social desencadeado pela pandemia de Covid-19, se oferece para fazer compras de idosos do prédio em que mora, no bairro de Copacabana.
Desde sua estreia, em 2020, o espetáculo percorreu o Brasil, passando por 15 cidades, com mais de 180 sessões, contabilizando mais de 70 mil espectadores em suas plateias. Inicialmente, a montagem foi apresentada online, em formato menor, sendo assistida por mais de 170 mil espectadores. Na época, a peça surgiu com o objetivo de apoiar os profissionais da área teatral que ficaram sem trabalho durante o isolamento social, estando vinculada ao projeto Teatro Já, da atriz Ana Beatriz Nogueira. Após o retorno das atividades culturais, o espetáculo passou por apresentações presenciais com público reduzido, respeitando os protocolos sanitários, inclusive em Porto Alegre, onde a montagem chegou a ter uma única sessão em dezembro de 2021, no Teatro do CHC Santa Casa, para poucas pessoas.
Nos anos seguintes, A lista seguiu com apresentações, confirmando seu sucesso, com indicações a três categorias do Prêmio Bibi Ferreira: Melhor Atriz (Lilia Cabral), Melhor Atriz Coadjuvante (Giulia Bertolli) e Melhor Dramaturgia (Gustavo Pinheiro). O texto também foi publicado na Coleção Dramaturgia, da Editora Cobogó, e adaptado para filme pela Globoplay, sendo exibido na TV Globo em fevereiro de 2025.
"É uma história sobre relações humanas, sobre afetos e sobre as questões inerentes à solidão, ao envelhecer, mas também a enxergar o lado bom da vida, apesar das adversidades, a se desenvolver esperança, empatia, sentimentos que fazem com que o público consiga se identificar", explica Giulia. Ela emenda que as personagens da peça, apesar de terem personalidades opostas, encontram um elo para a relação afetiva. "A trajetória delas é muito bonita, de identificação; de entender que mesmo sendo de gerações diferentes e tendo pontos de vistas muito distintos, conseguem ser muito amigas."
Sobre a conexão estabelecida com o público, a partir da temática central, Lilia reflete que "nas histórias contadas de fato, se percebe que a plateia aprecia porque se identifica" de alguma maneira com algum acontecimento da sua vida, recente ou passado. "Essas gerações tão distintas (apontadas no espetáculo) só fazem a gente acreditar que os sentimentos continuam fortes e que não têm idade (para se manifestar)", emenda. A atriz ainda ressalta a importância do retorno do público ao teatro, após o isolamento social. "Na verdade, as pessoas nos mostraram que necessitam de Cultura."

Sobre o primeiro projeto em cena ao lado da filha, Lilia comenta que a experiência tem sido enriquecedora. "A Giulia é minha companheira dentro e fora do palco. No teatro, ela me ensina todos os dias com sua firmeza, postura e dedicação. Ela lembra a minha trajetória, com as ansiedades e a vibração por cada conquista." Reforçando que a relação entre as personagens Laurita e Amanda é distinta da que mantém com a mãe fora do palco, Giulia complementa: "Desde que a gente começou a ensaiar, tínhamos muito bem definido nossa relação fora e dentro do palco, somos duas atrizes defendendo suas personagens e seus papéis." 
Giulia Bertolli descreve o projeto como um sonho concretizado. "Tem sido muito especial. Minha mãe e eu sempre tivemos vontade de trabalhar juntas. E esse projeto só foi possível existir por morarmos na mesma casa, visto que o período exigia o distanciamento social. Fico muito grata, feliz e realizada por fazer esse trabalho junto com minha mãe, não apenas pela atriz que ela é, mas por concretizarmos esse sonho juntas."
A atriz também reflete sobre o papel social da arte, mencionando o poder da escuta na peça. "O forte da personagem Amanda é ouvir, de fato, a dona Laurita. A partir do momento que ambas começam a se escutar, e não apenas só falar, vai surgindo o elo de ligação entre elas." Giulia pontua que essa qualidade tem sido cada vez mais rara nas relações. "Vivemos em um mundo onde cada vez mais se fala muito e se escuta menos. É nosso papel, enquanto artista, tentar ativar a escuta, não só a nossa como a do público", destaca. "Nesses novos tempos, A Lista virou uma linda surpresa. Uma peça emocionante, surpreendente e singela, que resgata aquilo que nós seres humanos temos de mais especial: a comunicação e a empatia."

  

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