No interior do Rio Grande do Sul, no início dos anos 1990, quatro adolescentes se veem no centro de um conflito com a direção da escola em que estudam. Movidos por um impulso político, decidem organizar um protesto. Mas o plano falha, e um deles acaba responsabilizado sozinho. A partir desse ponto de ruptura, os demais precisam encarar a própria covardia, os limites da amizade e as consequências de suas escolhas. Assumir a culpa junto ao colega ou deixá-lo enfrentar tudo sozinho?
Este é o dilema que conduz a narrativa de Tudo o que Fizemos, romance de Carlos André Moreira que ganha nova edição pela Casa de Astérion. A obra será lançada no sábado, 11 de outubro, às 16h, em um bate-papo com Samir Machado de Machado na Livraria Paralelo 30 (Rua Vieira de Castro, 48). Esta nova edição tem 266 páginas e preço de capa de R$ 79,00. Também inclui fotos do próprio autor em visita à cidade natal no verão de 2024/2025.
O autor constrói um romance que mergulha nas tensões da adolescência — o medo de não pertencer, a agressividade nas relações entre jovens, a descoberta da sexualidade, o desejo de se afirmar diante do mundo — e que expõe como esses sentimentos se entrelaçam com os reflexos de um país ainda marcado pela ditadura militar. A herança política das gerações anteriores — pais e professores que foram ou apoiadores do regime ou seus opositores — paira sobre os personagens e influencia diretamente suas atitudes, mesmo quando pensam agir por conta própria.