Hoje, dia 25 de julho, é comemorado o Dia Nacional do Escritor. A data foi criada em 1960 por iniciativa da União Brasileira de Escritores, visando valorizar quem dedica a vida a escrever, imaginar e registrar histórias, pensamentos e sonhos em palavras. O dia é uma oportunidade para lembrar o poder transformador da literatura e dos profissionais das palavras. Mas também é uma chance para renovar a estante de leitura.
Para marcar o Dia Nacional do Escritor, a equipe de redação do Jornal do Comércio selecionou 10 livros de autores que dialogam com diferentes gostos: dos clássicos, aos contemporâneos, da não ficção às narrativas. Todas auxiliam o leitor a entender o Brasil, a sociedade e o mundo.
Para marcar o Dia Nacional do Escritor, a equipe de redação do Jornal do Comércio selecionou 10 livros de autores que dialogam com diferentes gostos: dos clássicos, aos contemporâneos, da não ficção às narrativas. Todas auxiliam o leitor a entender o Brasil, a sociedade e o mundo.
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1. Amora (2015) — Natalia Borges Polesso / Amanda Flora; repórter da cultura
Eu optei por sugerir ao leitor dois livros — não consegui escolher somente um. O primeiro é o Amora, da escritora gaúcha Natalia Borges Polesso. A obra traz uma série de contos, curtos e longos, que mostram, com delicadeza, histórias de romance entre mulheres e suas vivências LGBTQ+. Recentemente ele foi eleito, pela Folha de São Paulo, uma das melhores obras da literatura brasileira do século 21, além de ter vencido o prêmio Jabuti de 2016.
Amora - livro
Não Editora/Divulgação/JC
2. O Efeito Urano (2001) — Fernanda Young/ Amanda Flora; repórter da cultura)
Já a minha segunda sugestão é O Efeito Urano da Fernanda Young. Escolhi porque é um dos meus favoritos dessa autora que nos deixou muito cedo. Ele conta a história da Cristiana, uma mulher casada que se apaixona por outra mulher, e desafia o próprio casamento. A partir disso, ela começa a questionar diversos outros aspectos da vida. É um livro que mostra bem a forma feroz e fiel de escrita que acompanhou Fernanda até o último texto.
O Efeito Urano - livro
Rocco/Divulgação/JC
3. O som do rugido da Onça (2021) — Micheliny Verunschk / Ana Stobbe; repórter da economia
A repórter de economia do JC também não conseguiu escolher apenas um título e sugeriu dois. O primeiro é O som do rugido da Onça, de Micheliny Verunschk, que foi vencedor do Prêmio Jabuti de 2022, e também está na lista das melhores obras da literatura brasileira do século 21.
“Este é um livro que ficcionaliza uma história real de duas crianças indígenas do Brasil sequestradas por europeus. É um livro bastante sensível, que trata de uma maneira muito boa e com muita pesquisa um passado trágico da história do nosso país”, explica Ana.
4. Incidente em Antares (2006) — Érico Veríssimo / Ana Stobbe; repórter da economia
A segunda sugestão de Ana é um clássico, de um de seus autores preferidos. O Incidente em Antares, do gaúcho Érico Veríssimo, é uma ficção que conta a história de sete mortos que voltam à vida e que fazem diversas críticas à sociedade de Antares — uma cidade fictícia que foi muito bem construída e, segundo Ana, facilmente poderia ser qualquer cidade gaúcha.
“Esse livro é um estilo a lá Memórias Póstumas de Brás Cubas”, finaliza.
Incidente em antares - Livro
Companhia de Bolso/Divulgação/JC
5. As Horas Nuas (2010) — Lygia Fagundes Telles / Breno Bauer, repórter fotográfico
O repórter fotográfico Breno Bauer sugeriu outro clássico. Trata-se de As Horas Nuas, da escritora paulista Lygia Fagundes Telles. Esse foi o último romance que ela publicou, e nele ela conta a história de uma atriz em decadência, Rosa Ambrósio, que sofreu diversas perdas amorosas ao longo da vida, e a história alterna entre os pontos de vista dela, da psicanalista que a acompanha e do gato dela.
“Ela é muito conhecida pela escrita em fluxo de consciência. E nesse livro, os pontos de vista do gato dela são fenomenais. Recomendo fortemente a leitura”, afirma Breno.
As Horas Nuas - Livro
Companhia das Letras/Divulgação/JC
6. Salvar o Fogo (2023) — Itamar Vieira Junior / Jamil Aiquel; repórter do site
Jamil Aiquel, repórter digital do JC, escolheu um novo livro da literatura brasileira. Salvar o Fogo, do Itamar Vieira Júnior, conta a história da Luzia, que ficou responsável por cuidar do irmão mais novo, após a morte da sua mãe, no interior da Bahia. E o livro conta o passado dessa família, detalhando a história de várias personagens de gerações passadas.
“Eu gosto muito do estilo de escrever do Itamar. Ele fala sobre histórias complexas, com várias camadas, vários personagens, que vão se desenrolando ao longo de sua leitura”, divide Jamil.
Salvar o Fogo - Livro
Todavia/Divulgação/JC
7. A Vida que Ninguém Vê (2006) — Eliane Brum / Luana Pazutti; repórter do site
A também repórter do site, Luana Pazutti, optou por um título jornalístico. O livro A Vida Que Ninguém Vê, da gaúcha Eliane Brum, traz uma série de histórias extraordinárias da vida real, que se passam no cotidiano de Porto Alegre.
“Nesse livro ela mostra que nenhuma vida é simplesmente comum. O desafio, como a própria autora narra, é pisar sobre as mesmas pedras, mas olhar de outro lugar, para enxergar que, na verdade, tudo que nos cerca é extraordinário”, explica Luana.
A vida quem ninguém vê - Livro
Arquipélago Editorial/Divulgação/JC
8. Não fossem as sílabas do sábado (2022) — Mariana Salomão Carrara / Sofia Utz, repórter de política
A sugestão da repórter de política, Sofia Utz, é Não Fossem as Sílabas do Sábado, da jovem Mariana Salomão Carrara, que já foi indicada para o Prêmio Jabuti. Nesse livro ela conta a história da Ana, que teve a sua vida completamente transformada num momento que deveria ser de pura alegria. A partir dessa tristeza ela ganhou uma nova vida, novas histórias, e o livro é narrado de uma maneira que mostra a dor profunda de dentro para fora.
“A Mariana está trazendo um novo sabor para a literatura, uma nova narração, muito interessante. Eu indico muito, ele é um livro maravilhoso, constrói imagens belíssimas e fala bastante sobre o amor romântico e não-romântico também”, destaca Sofia.
Não fossem as sílabas do sábado - Livro
Todavia/Divulgação/JC
Agora, munido de sugestões que vão dos clássicos da nossa literatura, até os mais contemporâneos, você leitor tem mais motivos para engordar sua estante de livros e valorizar ainda mais essa profissão que consegue nos tirar da realidade e sonhar acordado. Mas também nem tanto, porque como já disse o amado poeta Mário Quintana, “minha vida está nos meus poemas, meus poemas são eu mesmo, nunca escrevi uma vírgula que não fosse uma confissão".