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Publicada em 16 de Julho de 2025 às 18:58

Angra faz em Porto Alegre um dos últimos shows antes de pausa na carreira

Gigante do heavy metal brasileiro, Angra está encerrando turnê que celebra os 20 anos do álbum Temple of Shadows

Gigante do heavy metal brasileiro, Angra está encerrando turnê que celebra os 20 anos do álbum Temple of Shadows

HENRIQUE GRANDI/DIVULGAÇÃO/JC
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Igor Natusch
Igor Natusch Editor de Cultura
Um dos nomes máximos do heavy metal brasileiro em todos os tempos, o Angra chega a Porto Alegre neste final de semana em um clima que mistura celebração e despedida. O grupo traz neste domingo (20) ao Opinião (José do Patrocínio, 834) a turnê de celebração aos 20 anos do álbum Temple of Shadows, que boa parcela dos fãs considera o melhor trabalho da carreira do conjunto - show que também marca uma retirada temporária dos palcos, já que a banda planeja fazer uma pausa nas atividades tão logo a atual turnê se encerre, no começo do mês de agosto.
Um dos nomes máximos do heavy metal brasileiro em todos os tempos, o Angra chega a Porto Alegre neste final de semana em um clima que mistura celebração e despedida. O grupo traz neste domingo (20) ao Opinião (José do Patrocínio, 834) a turnê de celebração aos 20 anos do álbum Temple of Shadows, que boa parcela dos fãs considera o melhor trabalho da carreira do conjunto - show que também marca uma retirada temporária dos palcos, já que a banda planeja fazer uma pausa nas atividades tão logo a atual turnê se encerre, no começo do mês de agosto.
A abertura da noite fica a cargo do grupo Tierramystica. A banda principal deve subir ao palco por volta das 20h. Ingressos, em 3º lote, estão à venda a partir de R$ 135,00 (modalidade inteira solidária) no Sympla.
Talvez o Angra não esteja vivendo, hoje, um momento de ebulição criativa comparável aos tempos de Temple of Shadows (2004) - que chegou a ser elencado por publicações internacionais como a Loudwire entre os melhores álbuns de power metal de todos os tempos. Também não está no auge da repercussão internacional, a partir do sucesso avassalador dos primeiros discos Angels Cry (1993) e Holy Land (1996), com o saudoso André Matos nos vocais. Mas engana-se quem acha que a decisão de dar um tempo tem a ver com irrelevância musical, ou mesmo com falta de dinheiro em caixa.
"Não existe qualquer dificuldade financeira - bem ao contrário, na realidade. É justamente o sucesso da banda que nos possibilita tirar um período sabático", argumenta o baixista Felipe Andreoli, que está na banda desde 2001 e é, ao lado do guitarrista e fundador Rafael Bittencourt, um dos membros mais longevos do conjunto. "A decisão da pausa veio da simples necessidade de descanso depois de anos tão intensos de trabalho. Cada um de nós tem outros projetos e outros aspectos de nossas vidas que precisam de atenção, e é complicado fazer isso com o Angra na ativa", explica.
E trabalho paralelo é o que não falta na carreira musical dos músicos. O próprio Andreoli tem compromissos de estrada com nomes como Matanza Ritual, 4Action, Karma e a banda solo do também ex-Angra Kiko Loureiro, enquanto Rafael Bittencourt mantém um projeto solo e tem compromissos como produtor e como responsável pelo bem-sucedido podcast Amplifica. Os demais músicos da atual formação do Angra - o vocalista italiano Fabio Lione, Marcelo Barbosa (guitarra) e Bruno Valverde (bateria) - igualmente se mantêm na estrada com uma série de projetos, de modo que não surpreende que a organização para manter o Angra na estrada possa ser, por vezes, um enorme desafio. 
"As demandas do Angra são diárias, e isso também é desgastante, especialmente para o Rafa e eu", admite o baixista, reforçando que a ordem, nesse momento de desaceleração, é não ter planos muito sólidos para o conjunto. "É inevitável que a banda continue funcionando, mesmo sem shows, porque o mínimo de organização sempre precisa ser feito. Nós temos alguns relançamentos e materiais ao vivo que podem ser lançados nesse período, mas são coisas pontuais e não têm data certa pra acontecer."
O próprio Andreoli não sabe bem o que fará com o tempo livre, embora ideias não faltem. "Possivelmente vou trabalhar mais na pausa do Angra do que já trabalho", brinca. "Quero compor e gravar meu segundo álbum solo. Também estou trabalhando em um álbum de releituras de compositores brasileiros. Também vou dedicar mais tempo aos meus cursos e à parte didática, que é algo muito realizador. Acima de tudo, quero passar mais tempo com a família", enumera. 
Não há data prevista para a retomada das atividades do Angra, embora todos os envolvidos garantam que se trata de um até logo, e não de um adeus. Houve comentários de que a banda, quando retornasse, teria 'um novo formato' - uma expressão que gerou comentários entre os fãs e que Andreoli tenta esclarecer, mesmo sem entrar em detalhes. "Não é o fim da banda no atual formato, mas sim, possivelmente, o fim de um formato de trabalho. A banda continuará, essa é uma certeza. Muitas outras coisas estão abertas a ajustes e melhorias", pondera.
Seja lá o que o futuro reserva para o Angra, cabe aos fãs gaúchos aproveitar essa oportunidade e assistir a banda uma vez mais antes que o hiato tenha início, celebrando o legado de uma das bandas que fez do cenário brasileiro de metal um dos mais fortes e respeitados do mundo. "O Angra, juntamente com o Sepultura, abriu portas que antes pareciam inalcançáveis para bandas brasileiras. Levamos nossa mistura de metal, música brasileira e erudita para o mundo, e isso inspirou muitas gerações de músicos. Esse legado vive, não só nas nossas músicas, mas nas bandas que surgiram influenciadas por nós, nos músicos que se formaram ouvindo nossos discos", orgulha-se o baixista. Uma história, reforça ele, que ainda terá novos capítulos, misturando a história já escrita com os capítulos que ainda estão por acontecer. 
 

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